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Tesouro Direto: venda de títulos atinge R$ 32,6 bilhões em 2021 e bate recorde

A venda de títulos públicos por meio do Tesouro Direto cresceu 32,4% no ano passado, na comparação com 2020, atingindo R$ 32,583 bilhões, informou nesta

Tesouro Direto: venda de títulos atinge R$ 32,6 bilhões em 2021 e bate recorde
Tesouro Direto: venda de títulos atinge R$ 32,6 bilhões em 2021 e bate recorde

Redação Publicado em 25/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 16h21


Resgate de títulos públicos em 2021 foi de R$ 23,543 bilhões, uma queda de 11,8% em relação a 2020, informou nesta terça-feira (25) o Tesouro Nacional.

A venda de títulos públicos por meio do Tesouro Direto cresceu 32,4% no ano passado, na comparação com 2020, atingindo R$ 32,583 bilhões, informou nesta terça-feira (26) o Tesouro Nacional.

O valor registrado em 2021 foi o maior da série histórica, iniciada em 2002, e ocorre em meio à disparada da inflação no Brasil e ao aumento dos juros básicos pelo Banco Central, além da alta do prêmio pago pelo governo aos investidores (leia mais abaixo).

Já o resgate de títulos públicos em 2021 foi de R$ 23,543 bilhões, uma queda de 11,8% em relação ao registrado em 2020, quando os resgates somaram R$ 26,704 bilhões.

Com isso, em 2021, a venda de títulos pelo programa superou as emissões em R$ 9,040 bilhões. Em 2020, os resgates tinham superado as emissões de títulos públicos em R$ 2,09 bilhões.

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 e permite a pessoas físicas a compra de títulos públicos pela internet, por meio de bancos e corretoras.

Inflação e juros

Mauro Rodrigues, economista e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), cita três fatores que podem explicar o recorde na venda de títulos públicos.

O primeiro seria a “poupança” feita pelas pessoas durante a pandemia, já que muitos serviços e comércios ficaram fechados. Segundo dados do Banco Central, a caderneta de poupança teve captação recorde líquida de R$ 166,31 bilhões em 2020.

O segundo fator seria a rentabilidade mais alta dos títulos públicos em relação a alguns investimentos, como a própria poupança, alinhada à segurança dos papéis.

O terceiro fator que ajuda explicar a alta na venda de títulos públicos, segundo o professor da USP, seria a democratização do acesso aos investimentos.

“As pessoas estão buscando formas mais seguras de poupar dinheiro, e títulos do governo são mais seguros que outras opções que têm mais risco. Como os juros estão subindo, a rentabilidade dos títulos públicos está subindo também, o que se torna mais um atrativo”, explica Rodrigues.

Além disso, o aumento da venda de títulos do Tesouro de Direto ocorre em meio à disparada da inflação no Brasil que, só em 2021, ficou em 10,06%.

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A compra desses títulos públicos é utilizada por investidores para proteger o dinheiro contra a perda de poder de compra gerada pela inflação – há papeis que garantem ao investidor retorno acima do índice de inflação.

Para tentar segurar o encarecimento dos produtos e serviços no Brasil, o Banco Central vem promovendo o aumento da taxa Selic, o juro básico de referência no país, o que também tem influência sobre os investimentos no Tesouro Direto.

Além disso, diante da deterioração das contas públicas, o governo foi obrigado a elevar o prêmio pago a quem compra títulos da dívida pública, o que também pode ajudar a explicar o aumento da procura por esses papeis no ano passado.

Investidores cadastrados

De acordo com o Tesouro Nacional, em dezembro de 2021 o total de investidores ativos no Tesouro Direto, isto é, aqueles que estão com saldo em aplicações no programa, atingiu 1.814.127 pessoas, um aumento de 78.761 investidores no mês, o maior da série histórica.

Já o número de investidores cadastrados no Programa aumentou em 881.029, crescimento de 77,15% em relação a dezembro de 2020. No total, são 16.299.139 pessoas cadastradas.

Estoque

Ainda de acordo com o Tesouro, em dezembro de 2021, o saldo total (estoque) de títulos em mercado fechou em R$ 79,19 bilhões, um aumento de 3,38% em relação a novembro (R$ 76,60 bilhões).

Os títulos remunerados pela inflação se mantêm como os mais representativos do estoque somando R$ 43,68 bilhões, ou 55,17% do total.

Na sequência, vêm os títulos indexados à taxa Selic (taxa básica de juros da economia), totalizando R$ 20,93 bilhões (26,43%), e os títulos prefixados, que somaram R$ 14,57 bilhões, com 18,40% do total.

Quanto ao perfil de vencimento dos títulos em estoque, a parcela com vencimento em até 1 ano fechou o mês de dezembro em R$ 790,98 milhões, ou 1,00% do total. A parcela do estoque que vencerá no período de 1 a 5 anos era de R$ 51,33 bilhões (64,82%) e o percentual acima de 5 anos somou R$ 27,06 bilhões (34,18%).

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G1

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