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Tempo, tempo, tempo…

Por Fernanda Trigueiro*

Fernanda Trigueiro
Fernanda Trigueiro

Redação Publicado em 06/05/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h45


Por Fernanda Trigueiro*

Tempo, tempo, tempo…

“Meu filho ficou internado por uma semana”. A fala despretensiosa de uma mãe pode nos ajudar a refletir sobre o tempo. Uma semana: pouco ou muito? Agora que o tempo passou e o bebezinho já está grande e saudável pode parecer pouco. Mas aquele momento, sem dúvida, foi a pior e mais longa semana da vida dela. Mães de recém-nascidos sempre falam da dor, do vazio e da agonia de sair da maternidade sozinhas deixando o filho para trás.

Por outro lado, pra quem está de férias uma semana voa. A gente espera tanto por esses dias que em um piscar de olhos já é hora de voltar para casa, para a rotina, para a realidade. A percepção do tempo é diferente para cada um e para cada situação. O tempo é lento pra quem espera e rápido demais pra quem o desfruta. Muito longo para os que sofrem e curto para os se divertem.

Ficar assistindo o prato no micro-ondas por dois minutos demora muito. Mas o mesmo período pra quem está na sala de espera em um Pronto Socorro é um sinal de sorte ou quase um milagre. Se sustentar naquele exercício “prancha” da academia parece uma eternidade. Os segundos viram horas. Agora, o mesmo tempo pra quem precisa de um cochilo não é o suficiente.

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem” eternizou Fernando Pessoa em um de seus versos. Tempo, tempo, tempo…. O que você faz do seu? O dia se arrasta ou você precisaria de 48 horas para fazer tudo que gostaria? O tempo rende ou parece que você está sempre em débito?

A verdade é única. Um dia sempre terá 24 horas e uma hora, 60 minutos. Nada vai mudar. Mas você, sim. Você pode correr junto com o relógio e não contra ele. Você é o único responsável por fazer o que quiser com o seu tempo. Dê qualidade aos momentos e ressignifique as situações difíceis.

Questionar o porquê, viver na espera ou na ânsia de fazer tudo passar logo é fugir da vida. Não adianta querer pular etapas e não viver um luto. Desejar acelerar o tempo pra chegar logo o fim de semana. Pausar aquelas horas à beira do mar em boa companhia. A vida não é um filme e nem uma série do Netflix. Viva a dor e a alegria, mas viva. Não fuja. Aguente firme. Tudo tem a duração exata. Tudo vira aprendizado e tudo passa. Até a uva passa…

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*Fernanda Trigueiro é uma jornalista apaixonada por pessoas e suas histórias.
Repórter de TV por opção, mas uma escritora por vocação. Vê a notícia além da manchete e dos números.
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