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TEMOS QUE REAGIR CONTRA PUTIN PARA DEFENDER LEGÍTIMA E VIGOROSAMENTE OS DIREITOS DOS POVOS DA TERRA

Por Ricardo Sayeg*

TEMOS QUE REAGIR CONTRA PUTIN PARA DEFENDER LEGÍTIMA E VIGOROSAMENTE OS DIREITOS DOS POVOS DA TERRA
TEMOS QUE REAGIR CONTRA PUTIN PARA DEFENDER LEGÍTIMA E VIGOROSAMENTE OS DIREITOS DOS POVOS DA TERRA

Redação Publicado em 02/03/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h55


Por Ricardo Sayeg*

TEMOS QUE REAGIR CONTRA PUTIN PARA DEFENDER LEGÍTIMA

E VIGOROSAMENTE OS DIREITOS DOS POVOS DA TERRA

Refletindo sobre o crime contra a humanidade que a Rússia está a vitimar o bom povo da Ucrânia, colhido pela barbárie, violência e morte, enquanto o país clamava pela via diplomática, não se chega a outra conclusão de que o Presidente Russo e Comunista Vladimir Vladimirovitch Putin, não passa de um psicopata assassino. Ser desumano, sórdido e insensível, forjado pelo treinamento e trajetória como ex-agente da KGB e chefe dos serviços secretos soviético e russo.

Já na quinta-feira passada, dia 25 de fevereiro de 2022, ao menos 137 pessoas morreram (e muitos mais virão) por conta dos ataques bélicos da Rússia à Ucrânia, conforme relatou para o mundo o seu Presidente Volodymyr Zelensky, que na manhã do dia 24 clamava pelo diálogo. Chegou a ligar diretamente para Putin e não foi sequer atendido. Em minha interpretação, para este assassino, as mortes ucranianas estavam encomendadas. O Ditador Comunista quis dar uma mensagem de terror para o mundo, de que é capaz de tudo e não tem limite.

Evidentemente que o mundo e nós precisamos reagir. Estes criminosos que andam livres por aí, não devem pensar que “podem tudo” e que estão acima da humanidade. Isto é inaceitável e perigoso.

Contudo, o que fazer? Como reagir? Realmente é uma situação muito delicada.

Ao meu sentir, irretocável é o aconselhamento do Papa Francisco, na Carta Encíclica Fratelli Tutti, sobre a fraternidade e a amizade social.

Na encíclica, o Papa aborda: “As lutas legítimas e o perdão”.

Segundo o Santo Padre, “não se trata de propor um perdão renunciando aos próprios direitos perante um poderoso corrupto, um criminoso ou alguém que degrada a nossa dignidade.

Somos chamados a amar a todos, sem exceção, mas amar um opressor não significa consentir que continue a ser tal; nem levá-lo a pensar que é aceitável o que faz. Pelo contrário, amá-lo corretamente é procurar, de várias maneiras, que deixe de oprimir, tirar-lhe o poder que não sabe usar e que o desfigura como ser humano.

Perdoar não significa permitir que continuem a espezinhar a própria dignidade e a do outro, ou deixar que um criminoso continue a fazer mal. Quem sofre injustiça tem que defender vigorosamente os seus direitos e os da sua família, precisamente porque deve guardar a dignidade que lhes foi dada, uma dignidade que Deus ama.

Se um delinquente cometeu um delito contra mim ou contra um ente querido, ninguém me proíbe de exigir justiça e me acautelar para que essa pessoa – ou qualquer outra – não volte a lesar-me nem cause a outros o mesmo dano. Compete-me fazê-lo, e o perdão não só não anula esta necessidade, mas reclama-a.

O importante é não o fazer para alimentar um ódio que faz mal à alma da pessoa e à alma do nosso povo, ou por uma necessidade morbosa desencadeando uma série de vinganças.

Ninguém alcança a paz interior nem se reconcilia com a vida dessa maneira. A verdade é que nenhuma família, nenhum grupo de vizinhos ou uma etnia e menos ainda um país tem futuro, se o motor que os une, congrega e cobre as diferenças é a vingança e o ódio. Não podemos pôr-nos de acordo e unir-nos para nos vingarmos, para fazermos àquele que foi violento o mesmo que ele nos fez, para planearmos ocasiões de retaliação sob formatos aparentemente legais. Assim não se ganha nada e, a longo prazo, perde-se tudo.”

Não prego a guerra, a violência, muito menos o ódio, porém, conforme as lições de Francisco, temos que reagir contra este déspota para defender legítima e vigorosamente os Direitos dos Povos da Terra, precisamente porque devemos guardar a Dignidade que nos foi dada, uma Dignidade que Deus ama.

Em minha opinião, sob o ponto de vista pragmático, em linha com o voto do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, devemos imediatamente suspender as relações diplomáticas e comerciais com a Rússia enquanto a mesma não retroceder!

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Ricardo Sayeg. Jurista, Livre-Docente, Doutor e Mestre em Direito. Professor Universitário.
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