O Santos de Luxemburgo, de Muricy, de Dorival. Alguns nomes, até pelas conquistas importantes, acabam se tornando mais presentes na lembrança dos torcedores
Redação Publicado em 13/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h19
O Santos de Luxemburgo, de Muricy, de Dorival. Alguns nomes, até pelas conquistas importantes, acabam se tornando mais presentes na lembrança dos torcedores em determinadas épocas. Além da tradição de dar oportunidade a jovens jogadores, o clube da Vila Belmiro ostenta uma outra marca importante: desde 2003, é o time que teve o menor número de treinadores diferentes: 16.
Mas, apesar desse dado, o Peixe fica apenas em quarto lugar quando o assunto é a troca de comando. Foram 33 passagens de bastão, aí sim considerando treinadores interinos que, por algum motivo, assumiram a função de técnico em momentos emergenciais de transição.
2003-2009: os frutos de Leão e Luxa
O Santos foi o último clube Campeão Brasileiro antes do início da era dos pontos corridos, em 2002, e iniciou o período pesquisado também como um dos primeiros campeões no atual modelo, em 2004. O sucesso do elenco que contou com Robinho, Diego e cia passa pelos comandos de Emerson Leão, que ficou no clube de 2002 a 2004, e de Vanderlei Luxemburgo, que assumiu o time em maio de 2004 e ficou até o final do ano, após ser Campeão Brasileiro na temporada e se transferir para o Real Madrid.
Luxemburgo, aliás, é o técnico que mais vezes comandou o clube na era moderna do Brasileirão. Foram três passagens: 2004, em que foi Campeão Brasileiro, 2005-07, quando conquistou o bicampeonato paulista, e 2009, sem nenhum título.
No fim das contas, ao lado de Dorival Júnior, sem levarmos em consideração a importância dos títulos, Luxa foi o treinador que mais conquistou troféus pelo Santos no período pesquisado. Cada um levantou três taças.
2009-2017: como lidar com o fenômeno Neymar
Os treinadores que tiveram em mãos o então promissor Neymar no início da carreira foram obrigados a conduzir a evolução da maior joia do futebol brasileiro dos últimos tempos da melhor maneira possível. A primeira oportunidade do craque foi com Vagner Mancini, ainda no Campeonato Paulista de 2009. O técnico, no entanto, não resistiu à campanha irregular no Brasileirão daquela temporada e acabou demitido com 59% de aproveitamento.
Ao final de 2009, depois de uma nova passagem de Luxemburgo sem muito sucesso, a diretoria santista anunciou a contratação de Dorival Júnior, que se tornaria o técnico com o maior aproveitamento pelo Peixe em uma mesma passagem: 65% dos pontos conquistados.
O detalhe importante é que Dorival repetiu esse aproveitamento nas duas oportunidades em que esteve à frente do clube. Nos nove meses em que foi o técnico na temporada 2010, foram 61 jogos, sendo 37 vitórias, 8 empates e 16 derrotas. Apesar dos números positivos e dos títulos do Paulistão e da Copa do Brasil, o técnico não resistiu à pressão feita pela diretoria, que queria a volta de Neymar ao time. O jogador estava barrado pelo treinador após se rebelar dentro de campo. Dorival foi demitido.
Já no período entre 2015 e 2017, Dorival Júnior repetiu os 65% de aproveitamento ao comandar o Santos em 127 partidas, com 74 vitórias, 26 empates e 27 derrotas.
Ainda no período pesquisado que corresponde à presença de Neymar no elenco, destacamos a era Muricy Ramalho. Além de ter conquistado a Copa Libertadores em 2011, o ex-técnico ostenta a marca de ser o treinador com mais jogos no comando do Santos em uma única passagem: 159 partidas entre 2011 e 2013.
Ao contrário de Dorival Júnior, a relação com a principal estrela do time, segundo o próprio Muricy, nunca teve nenhum tipo de problema. Mesmo nos dias atuais, como comentarista dos canais SporTV, Muricy segue em defesa do hoje jogador do PSG, que sofreu algumas críticas nas últimas temporadas.
2017-atualmente: irregularidade e rotatividade
Após a última saída de Dorival Júnior, o Santos não conseguiu manter um treinador por mais de uma temporada. Nos dois últimos anos, contando com Dorival, foram quatro técnicos e seis trocas de comando na Vila Belmiro.
Levir Culpi, com 58% de aproveitamento, e Jair Ventura, com 46%, não conseguiram resistir à pressão criada após eliminações em torneios mata-mata. Cabe agora a Cuca, treinador contratado no dia 30 de julho deste ano, garantir uma vaga na próxima Libertadores da América.
Principais destaques*:
*Técnicos interinos não incluídos na conta.
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