Sessenta anos separam o hoje do acesso à elite e do título da segunda divisão do Campeonato Paulista alcançados pela Prudentina, mas, para quem testemunhou ou
Redação Publicado em 04/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 19h15
Sessenta anos separam o hoje do acesso à elite e do título da segunda divisão do Campeonato Paulista alcançados pela Prudentina, mas, para quem testemunhou ou teve participação, a conquista no Pacaembu, sobre a Ponte Preta, parece ter ocorrido ontem. E cada vez que o feito é lembrado, novos detalhes vêm à tona.
O grito de “é campeão” entoado pelo terceiro ano seguido na região de Presidente Prudente no Campeonato Paulista de futebol (levando em consideração todas as divisões) saiu no dia 5 de novembro de 1961. Antes, em 59, o Corinthians-PP faturou o mesmo caneco e, em 60, a Prudentina ganhou a terceira divisão.
O técnico era Sidney Cotrim Malmegrim. Aos 88 anos e morando em Atibaia (SP), o professor Cotrim se lembra bem do contexto em que a taça foi levantada. Nem era para ele ser o treinador daquele time “desacreditado”, mas o destino e a competência o levaram longe.
Nascido em São Carlos, onde fez a faculdade, ele se mudou para Prudente “apenas” com o objetivo de ser delegado regional de educação física e treinador de basquete feminino na Prudentina.
Depois de 20 jogos (veja toda a campanha abaixo), a Prudentina se classificou como líder do grupo chamado “Deputado João Mendonça Falcão”. Foi para a final contra a Ponte Preta, primeira colocada da outra chave, “Doutor Paulo Machado de Carvalho”. Somente um subiria. Somente um se sagraria campeão.
Na primeira partida, em Campinas, deu empate. No segundo, em Prudente, vitória dos donos da casa. Segundo Cotrim e o torcedor e historiador Sérgio Roberto Cesário, aqueles resultados eram suficientes para o “combo acesso e título” ser alcançado. Porém, uma mudança no regulamento ocasionou uma terceira partida, onde a Macaca ganhou no tempo normal e perdeu na prorrogação.
Vereador em Prudente, o médico Ênio Luiz Tenório Perrone tinha 15 anos em 61. Cursava o colegial na capital, a fim de se preparar para o vestibular. Aproveitou que o time de sua cidade jogaria uma partida tão importante no Pacaembu e, junto com “quatro, cinco amigos”, foi assistir, ou melhor, presenciar a história.
– O Vicente acertou um chute do meio de campo. Ele era um beque famoso por derrubar os caras na barreira. Íamos aos jogos para ver quem ele iria derrubar. Estou vendo como se fosse hoje, o Vicente batendo aquela falta, e o goleiro não pegando. Deu a impressão que o Reginaldo desviou. O campo estava meio molhada. Você imagina a emoção da gente – falou Ênio Perrone.
Aquele estudante e seus amigos eram minoria. Conforme contou Sérgio Cesário, a grande massa no Pacaembu (sem o tobogã) era de pontepretanos. Algo natural pela distância de Campinas à capital (menos de 100km). Uma tática adotada por Cotrim é lembrada até hoje.
– A Prudentina começou a ganhar o jogo nos vestiários. O professor, muito inteligente, fez o time entrar em campo junto com a Ponte para não ser vaiado – recordou o torcedor e historiador.
Jogo em campo neutro com cara de casa do adversário, mudança de última hora no regulamento, técnico “por acaso”… E teve mais dificuldades dribladas pela Prudentina. O comandante daquele esquadrão recordou a formação do elenco e da pequena comissão técnica.
Conquista há seis décadas que refletiu positivamente nas vidas dos envolvidos. O torcedor Ênio seguiu se apaixonando pelo futebol. Mesmo quando morava em São Paulo, por, no total, 15 anos, se deslocava até Prudente para torcer no Félix Ribeiro Marcondes. Era bate e volta. Cansou de frequentar o estádio na época das arquibancadas de madeira.
De 1986 a 88, o médico foi presidente do Corintinha. Até hoje acompanha o futebol local. Torceu pelo Grêmio Prudente, eliminado na última fase na busca pelo acesso à Série A3, há 10 dias.
– Infelizmente, não tenho fortuna, mas sonho em ganhar na Mega-Sena e montar um time para subir – disse, brincando (com um fundinho de verdade).
Já Cotrim viu o mercado se abrir e conheceu outros continentes. Trabalhou em 1962 na Ferroviária de Botucatu, em 63 no Corintinha, em 64 no Bragantino e, em seguida, no Barretos. Em 65, comandou a Ponte Preta. No ano seguinte, foi a vez do Comercial. Em Ribeirão Preto, recebeu a convocação para dirigir a seleção brasileira de novos. Excursionou pela América do Sul e Central, Europa e África. Finalizou a carreira em 80.
Primeira fase da Primeira Divisão Profissional (na prática, o segundo patamar do estado)
Final
*Fonte: 125 Anos de História – A Enciclopédia do Futebol Paulista (da Federação Paulista de Futebol)
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Globo Esporte
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