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Sustentabilidade nas alturas

Por Leonardo Augusto de Campos*

colunista leonardo campos
colunista leonardo campos

Redação Publicado em 07/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h25


Por Leonardo Augusto de Campos*

Sustentabilidade nas alturas

Mesmo quem não costuma viajar de avião certamente tem ouvido falar da alta no preço das passagens aéreas. A Guerra Rússia-Ucrânia, a finitude das fontes de combustíveis fósseis, a pressão pela adequação aos padrões ambientais são alguns dos elementos que caracterizam este momento no mercado da aviação civil. Neste sentido, a resiliência e a habilidade de se reinventar são capacidades importantes para alcançar, manter ou aumentar a vantagem competitiva.

Décadas atrás, voos domésticos concorriam com o transporte rodoviário e os custos de operacionalização estabeleciam-se como determinantes do sucesso. Desta forma, a corrida por eficiência operacional apresentava-se como principal driver competitivo.

Nos últimos anos, os componentes de custos não perderam relevância, entretanto, outros fatores adicionaram-se. A necessidade da redução na emissão de poluentes é evidente e as aeronaves são grandes consumidoras de combustíveis fósseis geradores de poluição. Além disso, os custos dos derivados de petróleo crescem sistematicamente.

Perceba que tais elementos criam desafios para as empresas que operam neste setor. As empresas precisam diferenciar-se da concorrência e, para tal, utilizam-se de inovações.

A Airbus, por exemplo, realizou em 25/03/22 o primeiro vôo do modelo A380 com combustível sustentável de aviação que é produzido a partir de uma mistura de ésteres e ácidos graxos hidroprocessados presente no óleo de cozinha reutilizado. O vôo durou três horas e ocorreu sem passageiros.

Tal experiência já havia sido bem-sucedida com os modelos A350 e A319 da mesma companhia em 2021. O combustível sustentável pode reduzir de 53% à 71% da emissão de carbono necessária e faz parte da estratégia da empresa para eliminar a emissão deste componente até 2050.

Motivações para o desenvolvimento de inovações sustentáveis não faltam e, independentemente de quais sejam, o meio ambiente agradece.

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*Leonardo Augusto de Campos
Mestre em Gestão e Tecnologia em Sistemas Produtivos pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETPS). Especialista em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo (USP). Engenheiro Mecânico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua há mais de vinte anos como gestor industrial e de qualidade e processos em empresas nacionais e multinacionais de diversos setores. Atuou como professor em cursos de graduação em universidade privada e como professor colaborador do curso de Pós-Graduação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Pesquisa nas áreas de Estratégias Empresariais, Inovações Sustentáveis e de Energias Renováveis.
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www.linkedin.com/in/leonardo-campos
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