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SP confirma três casos de coronavírus com a variante do Amazonas

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou nesta terça-feira (26) os três primeiros casos no estado da nova variante do coronavírus identificada

SP confirma três casos de coronavírus com a variante do Amazonas
SP confirma três casos de coronavírus com a variante do Amazonas

Redação Publicado em 27/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h37


A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou nesta terça-feira (26) os três primeiros casos no estado da nova variante do coronavírus identificada inicialmente em Manaus, no Amazonas. Segundo cientistas, esta nova variante pode ter maior potencial de transmissão.

A confirmação foi feita pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, que é vinculado à pasta estadual. É a primeira vez que a variante do Amazonas foi confirmada em outro estado do Brasil.

A presença da nova variante foi detectada em amostras de três pacientes que tiveram Covid-19 e que passaram por atendimento em serviços da rede pública de saúde em São Paulo, com histórico de viagem ou residência em Manaus.

Segundo a secretaria, os vírus sequenciados são da linhagem P.1 e possuem mutações em posições do gene que codifica a proteína spike. Esta proteína é responsável pela maneira como o vírus se liga às células do corpo humano.

Apesar dos indícios de que mudanças na proteína spike podem facilitar a propagação do coronavírus, ainda não há comprovação científica de que a variante de Manaus seja mais transmissível em comparação com a versão do vírus que predomina no país.

Variante inglesa em SP

Mulher de 25 anos e homem de 34 são brasileiros contaminados por variante do coronavírus

No início do mês de janeiro, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou os dois primeiros casos no estado da nova variante do coronavírus identificada inicialmente no Reino Unido.

Um dos casos confirmados é de uma mulher residente de São Paulo de 25 anos, que teve contato com viajantes que passaram pelo Reino Unido. Ela começou a apresentar sintomas como dor de cabeça, dor de garganta, tosse, mal estar e perda de paladar no dia 20 de dezembro, e realizou o teste do tipo PCR em 22 de dezembro.

O outro paciente é um homem de 34 anos, que a secretaria informou que ainda investiga o histórico do caso, os sintomas e seu local de moradia.

São Paulo confirma variante inglesa do coronavírus

Ambas as contaminações são da linhagem B.1.1.7 do vírus, variante que já foi registrada em pelo menos outros 17 países. Ela tem mutações que afetam a maneira como o vírus se fixa nas células humanas e é 56% mais contagiosa.

Ainda de acordo com o Instituto Adolfo Lutz, que fez a análise das amostras, “as sequências realizadas pelo Lutz foram comparadas e mostraram-se mais completas que a primeira identificada pelo próprio Reino Unido”. O sequenciamento genético foi compartilhado com pesquisadores de todo o mundo através de um banco de dados online e mundial.

Preocupação com testes

‘História clínica é fundamental’, diz Gorinchteyn sobre casos de mutação no coronavírus

Quando a variante inglesa foi encontrada em São Paulo, o secretário de Saúde disse que o mapeamento dos deslocamentos dos pacientes suspeitos, aliados aos testes já realizados no país, são estratégias fundamentais para identificar precocemente a presença de uma nova variante do vírus no país.

“Nós temos a associação dos nossos testes, que vão detectar o vírus e, para que a gente saiba se muitos deles são mutantes ou não, a história clínica é fundamental, de saber se [o paciente] teve contato com alguém que esteve no Reino Unido ou na comunidade europeia. A história clínica é fundamental para embasar e para que as equipes médicas possam estar orientando os laboratórios a terem todo o cuidado em uma análise mais criteriosa”.

No final de dezembro, o laboratório Dasa disse trabalhar com o Instituto de Medicina Tropical da USP para gerar material que permita testar a eficiência de alguns tipos de testes do coronavírus.

A preocupação da empresa é que alguns atuais possam apresentar falsos negativos – quando uma pessoa está doente mas o exame não aponta a presença do vírus.

“Alguns testes de imunologia e de sorologia que só identificam a proteína S podem apresentar resultados falso negativos nos diagnósticos dessa nova variante”, explicou o diretor médico da Dasa, Gustavo Campana.

“Estamos antecipando a avaliação para definir os exames que sofram menos interferência em seu desempenho de diagnóstico, numa eventual expansão desta variante no Brasil”, acrescentou.

Para a cientista Ester Sabino, do IMT da USP, a nova variante reforça a necessidade da quarentena.

“Dado seu alto poder de transmissão, esse resultado reforça a importância da quarentena, e de manter o isolamento de 10 dias, especialmente para quem estiver vindo ou acabado de chegar da Europa”, disse em entrevista à GloboNews em dezembro.

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