Os sogros de Márcia Martins Miranda negam ter sequestrado, matado e enterrado a assistente social numa casa na Zona Oeste de São Paulo. A informação foi
Redação Publicado em 08/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h05
Os sogros de Márcia Martins Miranda negam ter sequestrado, matado e enterrado a assistente social numa casa na Zona Oeste de São Paulo. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (8) pela defesa do casal.
“Eles negam o sequestro, o homicídio e a ocultação de cadáver”, disse ao G1 o advogado Fábio D’Elia, que defende Fernando Antonio Martins de Oliveira, de 62 anos, e Maria Izilda Pereira Miranda, de 60.
Os dois estão presos temporariamente desde o mês passado por suspeita de terem cometido os crimes. “Quando tiver acesso ao inquérito irei analisa-lo e pedir à Justiça a liberdade do casal porque ele é presumidamente inocente”, falou Fábio.
A vítima estava desaparecida desde o dia 2 de outubro, quando saiu de casa para trabalhar. Seu corpo foi encontrado na última segunda-feira (5) dentro de um imóvel abandonado alugado pelo casal, na Rua Angelina Russo, no Rio Pequeno.
Para a Polícia Civil, os sogros assassinaram a nora para poder ficar com a guarda dos filhos dela, um menino de 4 anos e uma menina de 9 meses.
De acordo com o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Fernando e Maria eram obcecados pelos netos e decidiram cometer os crimes após Márcia ter dito que iria se separar do marido e ir embora levando as crianças para longe dos avós.
Márcia estava numa cova num dos quartos da residência. O cadáver foi achado dentro de um saco plástico, encoberto por terra e uma placa de concreto.
Na quarta-feira (7), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que exames confirmaram que o corpo era mesmo da coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do Butantã, Zona Oeste da capital.
Ainda faltam laudos sobre a causa da morte. Peritos apuram se ela morreu em decorrência de traumatismo causado por algum golpe na cabeça ou por causa de eventual esganadura.
Nesta quinta deve ocorrer o enterro de Márcia no Cemitério Vale da Paz, em Diadema.
Com a confirmação do cadáver como sendo da assistente, os sogros dela, que antes estavam presos por suspeita no desaparecimento da nora, serão investigados agora por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver.
O G1 solicitou a SSP que atualizasse as informações do inquérito policial sobre o caso para saber se o casal foi indiciado pelos crimes e se foi requerida a prisão preventiva dele. Até a publicação desta reportagem, no entanto, a pasta ainda não havia se pronunciado a respeito.
De acordo com a investigação, o marido de Márcia, que é filho do casal preso, não teve envolvimento nos crimes. A guarda das crianças está com ele.
Fernando está detido na carceragem do 2º Distrito Policial (DP), no Bom Retiro, região central da capital. Maria continua na cadeia do 89º DP, Portal do Morumbi, Zona Sul. Segundo parentes da vítima, Fernando seria advogado e Maria seria dona de casa.
De acordo com o DHPP, Márcia foi morta no mesmo dia em que saiu para trabalhar, no início de outubro. Os policiais dizem que ela foi pega pelo carro dos sogros na frente de um banco na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, também na Zona Oeste.
Para a polícia, o casal atraiu a vítima com a proposta de criar uma conta bancária para os netos e depois iria mostrar a ela a casa que alugaram para que a mulher morasse com os dois filhos, uma vez que estava em processo de separação.
“Ela foi atraída, convidada a entrar no carro para ver a casa. Lá chegando ganharam acesso ao imóvel e provavelmente no último cômodo atingiram a vítima com um golpe na cabeça, e a partir daí ela pode ter sido enterrada viva ou asfixiada”, falou o delegado Mário Sérgio de Oliveira Pinto, da 1ª Delegacia de Proteção à Pessoa do DHPP.
Mário acredita que os sogros tenham premeditado o crime. “Absolutamente, a premeditação desse crime nos é muito clara. Os criminosos cavaram muito fundo. Além de depositarem o corpo, fizeram uma laje”.
O desaparecimento de Márcia havia sido registrado pelo irmão dela, Marcelo Martins, de 37 anos.
“É um momento de muita dor e sofrimento que vivemos. A Márcia ter sido tirada de nós desta forma tão cruel. Estamos em luto e desejamos justiça”, disse Marcelo.
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