Uma das vítimas do acidente que matou uma estudante na rodovia Castello Branco, em Itu (SP), no fim de semana, ainda se recupera do trauma de ter pedido a
Redação Publicado em 02/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 14h49
Uma das vítimas do acidente que matou uma estudante na rodovia Castello Branco, em Itu (SP), no fim de semana, ainda se recupera do trauma de ter pedido a amiga na batida e tenta entender a frieza do motorista que provocou a tragédia.
Em entrevista à TV TEM, Rosiane Camargo conta que, assim que conseguiu sair do veículo atingido pelo motorista, percebeu que o engenheiro Caio Beneton Rossiti estava embriagado e preocupado apenas com os danos no seu veículo.
“Depois que sai do carro eu vi o motorista e ele estava só estava preocupado com o carro dele. Tinha um pequeno machucado na testa, mas dizia apenas para os policiais tomarem apenas cuidado com o veículo. Ele não perguntou nada sobre as vítimas”, lembra Rosiane.
No domingo (30), o carro em que estava Juliana Aparecida Carmona, de 23 anos, foi atingido pelo veículo conduzido pelo engenheiro e capotou. A jovem foi arremessada e morreu na hora. Segundo a polícia, Caio apresentava sinais de embriaguez e se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Apesar de ter tido a prisão prisão preventiva decretada na tarde desta terça-feira (1º), em Tietê, o Ministério Público, que não concordou com a postura do delegado que determinou a fiança de R$ 5 mil e libertou o rapaz, vai denunciar o motorista por homicídio doloso, quando há intenção de matar, já que assumiu o risco por estar dirigindo embriagado.
Segundo Rosiane, os três passageiros – incluindo Juliana – estavam no banco traseiro sem cinto de segurança. Ela relata que se lembra de todos os momentos da batida.
“Não vi o lado que o carro bateu. Foi muito rápido e em uma batida só o carro começou a capotar. Eu não desmaiei e só ouvi a gritaria. Quando o carro parou, vi um buraco e consegui sair. Meu corpo estava doendo e eu gritava de dor. Quando olhei para o lado e vi a Juliana morta. É uma cena que não sai da minha cabeça.”
Para a jovem, o motorista poderia ter cometido outras mortes se não tivesse batido no guard rail. “Quero justiça, pois vi que ele estava bêbado. Foi Deus que me tirou daquele carro, porque eu não deveria nem estar aqui inteira para falar sobre o que aconteceu. É o que eu posso fazer por ela”, ressalta Rosiane.
O motorista é suspeito de causar dois acidentes em Itu, que resultaram na morte de uma mulher e deixaram outras três pessoas feridas. Segundo a polícia, o engenheiro apresentava sinais de embriaguez.
O primeiro acidente foi registrado na rodovia Castello Branco e, apesar de não ter sido grave, o motorista não prestou socorro e fugiu sentido Campinas pela rodovia Arquimedes Lammoglia (SP-75).
O passageiro de um dos veículos atingidos pelo motorista avisou a Polícia Rodoviária, que identificou o motorista. Ele foi localizado, no entanto, não obedeceu ao sinal de parada e fugiu em alta velocidade.
Em seguida, no km 28, o motorista bateu em outro veículo com quatro pessoas dentro que capotou. Com o impacto, a vítima foi arremessada para fora do veículo, que capotou no canteiro central e ficou destruído.
Ela chegou a ser socorrida, mas já chegou ao hospital sem vida. Após a colisão, segundo a PM, Caio se recusou a fazer o teste do bafômetro. No dia, ele foi preso em flagrante e levado para a delegacia Central de Itu, mas pagou uma fiança de R$ 5 mil e foi liberado.
A estudante tinha o sonho de estudar e ser maquiadora para ajudar a família. Em entrevista à TV TEM, Gislaine Carmona, irmã da vítima, contou que era apegada à parente.
“A minha irmã tinha muitos sonhos. A gente tinha dificuldade, mas estávamos sempre juntas, porque nós éramos em quatro. Agora é difícil aceitar, sempre vamos ser em quatro. A Ju vai estar sempre aqui com a gente. Tudo isso por causa de uma irresponsabilidade.”
O pai de Juliana, José Carmona, revelou a indignação pela forma trágica que a filha morreu. “Pode passar um, dois anos que sempre vou sentir o que esse cara”, disse. O corpo da estudante foi enterrado no Cemitério Municipal de Itu.
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