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Skydome: conheça jogo brasileiro que tem aval de Ronaldo

Prometendo criar um gênero praticamente novo no mundo dos games, Skydome é um jogo brasileiro que usa o estilo do Tower Defense e o mistura com elementos de

Skydome
Skydome

Redação Publicado em 13/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 17h25


Game mistura Tower Defense com MOBA e está disponível gratuitamente no Steam

Prometendo criar um gênero praticamente novo no mundo dos games, Skydome é um jogo brasileiro que usa o estilo do Tower Defense e o mistura com elementos de MOBA, formato tão consagrado por League of Legends e Dota. Disponível apenas na América Latina por meio de acesso antecipado — gratuito e via Steam —, o jogo da Kinship já planeja fomentar um cenário competitivo enquanto tenta manter um ambiente amigável para seus jogadores. Skydome, por sinal, recebeu até mesmo o aval de Ronaldo Fenômeno.

O ge conversou com Cheny Schmeling e João Gava, cofundadores da Kinship, para saber um pouco mais sobre a história de Skydome e suas principais propostas, além de como foi o desenvolvimento do game como um todo.

— Além de ser um jogo brasileiro, é você experimentar algo novo, de qualidade, e ficar impressionado com o que vê.

Uma experiência nova, totalmente diferente dos jogos do mercado, muito mais cooperativa. Tem um ambiente competivo, mas um competitivo saudável, uma relação não tóxica com outros jogadores — promete Cheny, que também é diretor do jogo.

Ganhando destaque entre os indies

A história de Skydome começa em abril de 2016, quando Cheny, João e alguns amigos decidiram que queriam criar um game, fundando a Kinship. Apaixonado por jogos de Tower Defense, Cheny queria replicar seu gênero preferido em seu primeiro projeto, trazendo inspirações bem clássicas:

— A ideia inicial era fazer um Tower Defense, que tava em falta no mercado, só que com elementos diferentes e competitivos. A gente começou a pesquisar o que tinha no mercado, e na época eu ainda era muito fã dos jogos da Blizzard, em especial o Warcraft 3: The Frozen Throne, que tinha uma modificação de mapas.

Tinha uma modificação chamada Line Tower Wars, que era meu modo de jogo favorito daquela época, onde dois times se enfrentavam pra ver quem aguenta defender por mais tempo — ele conta.

Arte de Divulgação do jogo brasileiro Skydome — Foto: Divulgação/Kinship

Arte de Divulgação do jogo brasileiro Skydome — Foto: Divulgação/Kinship

Skydome não demorou a sair do papel: sua versão “1.0”, como chamam João e Cheny, já estava pronta para a BGS 2016, meses depois da fundação da Kinship. Já trazendo elementos de MOBAs, que estão em alta até hoje, o game procurava se diferenciar já nos estandes da área indie da feira:

— Tanto eu como nosso outro sócio investidor trabalhamos por anos na indústria de calçados infantis e tínhamos experiência com feiras. Pegamos um estande de 8m², fizemos uma personalização dele como se fosse um estande grande, igual das gigantes — narra João.

Estande de Skydome na BGS 2016 — Foto: Divulgação/Kinship

Estande de Skydome na BGS 2016 — Foto: Divulgação/Kinship

A dedicação para se sobressair em meio aos cubículos da área indie deu certo, e Skydome já emplacou boas primeiras impressões com o público e também dentro da mídia especializada.

Ainda maior

Para 2017, a segunda BGS de Skydome, o desafio era ainda maior: o game já tinha conquistado algum público em sua estreia na feira, e precisava mostrar que havia crescido desde então. O crescimento, de fato, foi notável.

A Kinship conseguiu um estande maior, de 72m², recheado com áreas para gameplay, arena competitiva e até mesmo uma loja de itens promocionais do game — que nem havia sido disponibilizado para o público, por sinal.

— Tinha criado uma área nova dentro da BGS pra jogos de PC, e era no final da área indie. A gente pensou ‘vamos fazer algo que quem olhe veja que a gente saiu daquele cubículo pra um super estande’ — conta João.

Estande de Skydome na BGS 2017 — Foto: Divulgação/Kinship

Estande de Skydome na BGS 2017 — Foto: Divulgação/Kinship

Já contando com campeonatos diários e a presença do narrador Diniz “Gruntar”, a BGS de 2017 também mostrou que Skydome tinha boa recepção entre faixas etárias variadas, com crianças e adultos se dando bem com os controles do jogo. A aura competitiva também já estava bem estabelecida:

— No último dia, já tinha gente sentando no chão pra assistir aos campeonatos do jogo — completa João.

Rodando o mundo

Depois de ganhar o Brasil com as boas aparições na BGS, Cheny passou a viajar o mundo levando Skydome para várias feiras e eventos internacionais. O game ainda precisava de investimento e, principalmente, de uma publicadora para ganhar vida de vez.

O processo não foi nada fácil, e Cheny falou com mais de 100 distribuidoras antes de finalmente escutar um sim, vindo de uma empresa chinesa. Durante esse período, a Kinship percebeu que Skydome ainda não tinha um diferencial tão grande em relação a outros games do mercado.

— O jogo que a gente tava desenvolvendo ia brigar de frente com MOBAs, e a gente não tinha nada que fosse muito diferente. MOBA com elementos de Tower Defense não era suficiente para brigar com outros MOBA

Durante essas pesquisas, esses testes, a gente conseguiu ver o que a gente chama de oceano azul. A gente viu um espaço no oceano de jogos que ainda tá azul, ainda tem espaço pra pegar a fatia do bolo, que era o Tower Defense — explica Cheny.

Gameplay de Skydome — Foto: Divulgação/Kinship

Gameplay de Skydome — Foto: Divulgação/Kinship

Assim, Skydome passou de um MOBA com elementos de Tower Defense para o inverso: o jogo agora é um Tower Defense com elementos de MOBA, trazendo um “PvP indireto” bem diferenciado.

O aval esportivo

Assim como quase toda a indústria de jogos, a Kinship teve a pandemia como um grande obstáculo para a publicação definitiva de Skydome. O game teve de ficar mais tempo no forno, mas isso permitiu que a empresa agregasse ainda mais elementos ao game.

Além, é claro, de incluir novidades no gameplay, a pandemia também permitiu que a Kinship realizasse parceria com a Octagon, empresa de marketing esportivo projetada por Ronaldo Fenômeno. Dessa junção surgiu a Nomad, nova empresa que atua como publicadora de Skydome — e que está aberta a distribuir novos títulos, tanto da Kinship quanto de outras desenvolvedoras.

— A gente não teria feito o lançamento do acesso antecipado sem que a Nomad existisse. A gente precisou de alguém focado em marketing, suporte e atendimento pra tomar conta do Skydome durante essa fase — explica Cheny.

Por sinal, o game já teve o aval do próprio Ronaldo, que testou Skydome nos escritórios da Kinship:

— Ele é um cara que tá empolgado, a gente conseguiu mostrar o jogo pra ele alguns anos atrás e agora voltamos a nos falar em 2020 e conseguimos nos encontrar no final de 2020 e no começo de 2021, onde ele teve a oportunidade de jogar mesmo o Skydome.

Ele gostou por ver que é competitivo; imagino que quando o cara passou pelo que passou como atleta, qualquer coisa que tenha a palavra competição, o cara já é bom — comenta João, que também atua como CEO da Nomad.

Dentro do âmbito de eSports, Skydome já possui planejamento para 2021, com a primeira temporada competitiva.

— Ainda estamos definindo os melhores caminhos mas a gente quer seguir pelo da comunidade em geral, amador mesmo, e também pro lado profissional, pra que o amador tenha um sonho de ir para o profissional — diz João.

Pro futuro, a meta de Skydome é atingir o mundo e, quem sabe, realizar um torneio mundial em grande escala. O jogo está disponível gratuitamente no Steam, ainda em acesso antecipado, mas já com bastante conteúdo disponível.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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