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Sexta 13 abre atos em defesa de Lula em Rio Preto

O Partido dos Trabalhadores, em Rio Preto, escolheu a sexta-feira 13 para dar início à mobilização em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da

Sexta 13 abre atos em defesa de Lula em Rio Preto
Sexta 13 abre atos em defesa de Lula em Rio Preto

Redação Publicado em 10/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h47


Para presidente do PT, juiz Sérgio Moro, “em qualquer país medianamente desenvolvido estaria preso”

O Partido dos Trabalhadores, em Rio Preto, escolheu a sexta-feira 13 para dar início à mobilização em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua candidatura ao cargo novamente. O ato do dia 13 será uma ação de panfletagem por toda a cidade. A ação, que já estava na agenda do partido, ganhou status de prioridade com o episódio de domingo (8) em que o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional da 4ª Região, concedeu liminar para soltar Lula.

Sobre a ação do juiz Sérgio Moro, que no domingo, de Portugal, conseguiu se mobilizar para impedir a libertação de Lula, peitando decisão do desembargador Rogério Favreto, , o presidente do PT local, Carlos Henrique de Oliveira, sugeriu a prisão do juiz. “Em qualquer país minimamente desenvolvido, o Moro estaria preso”, disse.

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Para Carlos Henrique, militância tem que ir para as ruas

A movimentação do PT em defesa do registro da candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral, que começa no  próximo dia 13, vai se estender até o dia 15 de agosto, quando será protocolado o pedido de registro da candidatura. O coordenador do programa de governo de Lula, o ex-deputado Renato Simões confirmou que o partido não desistirá. “Vamos nos mobilizar o tempo todo em torno dos direitos políticos de Lula, que não foram cassados”, disse.

LIMINAR – O desembargador Rogério Favreto, ao decidir em um habeas-corpus proposto pelos deputados petistas, Paulo Pimenta, Paulo Teixeira e Wadhi Damous, concedeu liminar e mandou soltar o ex-presidente imediatamente. Em seguida, o juiz Sérgio Moro, de Portugal, determinou á Polícia Federal para que não cumprisse a ordem do desembargador.

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O desembargador Rogério Favreto mandou soltar Lula; sua ordem foi revogada

Moro, mesmo em férias e tendo juiz substitua na 13ª Vara Federal, onde o juiz é titular, mobilizou o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Thposon Flores e o relator da Lava Jato no mesmo tribunal, desembargador Gebran Neto. Os três agiram para que não fosse cumprida a liminar ara soltar Lula. Gebran revogou a decisão de Favreto, que emitiu nova ordem para soltar o réu. O presidente do tribunal, saiu de sua casa e foi para a sede da Corte, onde novamente revogou a decisão de Favreto.

Thompson Flores, em decisão administrativa remeteu o processo ao relator. “Nessa equação, considerando que a matéria ventilada no habeas corpus não desafia análise em regime de plantão judiciário e presente o direito do Des. Federal Relator em valer-se do instituto da avocação para preservar competência que lhe é própria (Regimento Interno/TRF4R, art. 202), determino o retorno dos autos ao Gabinete do Des. Federal João Pedro Gebran Neto, bem como a manutenção da decisão por ele proferida no evento 17”, escreveu Flores no despacho.

COMO COMEÇOU – Pela manhã, o desembargador federal plantonista do TRF-4, Rogério Favreto decidiu conceder liberdade a Lula;

  • Em seguida, o juiz Sérgio Moro afirmou que o desembargador plantonista não tinha competência para mandar soltar Lula;
  • Logo depois, Favreto emitiu um novo despacho, reiterando a decisão de mandar soltar o ex-presidente;
  • No início da tarde, o Ministério Público Federal pediu a reconsideração da decisão sobre o pedido de soltura;
  • O desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato em segunda instância, determinou que não fosse cumprida a decisão de Favreto;
  • Em resposta ao relator, o desembargador federal plantonista do TRF-4, Rogério Favreto voltou a ordenar a soltura do ex-presidente Lula;
  • Presidente do TRF-4, desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, decidiu durante a noite que Lula continue preso e o processo retorne ao relator dos casos da Lava Jato na Corte, desembargador federal João Pedro Gebran Neto.

Favreto é desembargador plantonista e já foi filiado ao PT. Ele se desfiliou ao assumir o cargo no tribunal.

Em setembro de 2016, durante votação da Corte Especial do TRF-4, ele foi o único que votou a favor da abertura de um processo administrativo disciplinar contra Moro e por seu afastamento cautelar da jurisdição, até a conclusão da investigação.

O juiz Moro está em férias, mas, segundo a assessoria da Justiça Federal do Paraná, “por ser citado como autoridade coatora no habeas corpus, ele entendeu possível despachar no processo”.

O presidente do TRF-4 explicou em sua decisão que o plantão judiciário não se destina ao exame de um pedido já apreciado pela Corte. Assim, determinou que a Polícia Federal se abstenha de modificar a decisão colegiada da 8ª Turma do TRF-4.

“Não que há negar a incompetência do órgão jurisdicional plantonista à análise do writ e a decisão de avocação dos autos do habeas corpus pelo Des. Federal Relator da lide originária João Pedro Gebran Neto há de ter a sua utilidade resguardada neste momento processual”, diz parte do despacho.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou por meio de nota a Polícia Federal pelo não cumprimento da ordem de soltura dada pelo desembargador plantonista Rogério Favreto.

Ela também criticou o juiz Sérgio Moro, o desembargador João Pedro Gebran Neto e o presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores, por não acatarem a decisão de Favreto. Gleisi também criticou os tribunais superiores que, segundo a nota, deveriam agir. E exigiu que a decisão seja cumprida.

A Procuradoria-Geral da República se manifestou por nota. Disse que está “atuando em conjunto com o Ministério Público Federal na 4ª Região, dando suporte e confirmando a posição da instituição em favor da execução da sentença condenatória após a confirmação pelo tribunal, esgotando o duplo grau de jurisdição”.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que está de férias, acompanhou a tramitação do pedido feito pelo procurador da 4ª Região, José Osmar Pumes, ao presidente do TRF-4, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz para decidir sobre a validade da decisão do desembargador Rogério Favreto.

Em nota, Dodge disse que Thompson Flores “reconheceu as razões do Ministério Público Federal” e reforçou que “a execução da pena após a confirmação da condenação em segunda instância garante o duplo grau de jurisdição e afasta a presunção de inocência, e dá segurança jurídica às decisões judiciais”.

A Federação Nacional dos Policiais Federais disse que “lamenta que a Polícia Federal esteja submetida a conflitos judiciais atrelados a uma crise de origem política, que geram grande insegurança jurídica e instabilidade institucional para o país”.

Em Curitiba, os procuradores da Lava Jato repudiaram a decisão do desembargador Rogério Favreto de determinar a soltura do ex-presidente. Eles classificaram a decisão como um “absoluto desrespeito às reiteradas decisões das diversas instâncias do Poder Judiciário em manter o condenado Luiz Inácio Lula da Silva preso após a análise do mérito de seus recursos”.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, que estava de plantão neste domingo (8), também se manifestou sobre o caso. A ministra disse que a Justiça é impessoal e que a segurança jurídica é um direito de todos os brasileiros.

Em nota, a ministra enfatizou que o Poder Judiciário tem ritos e recursos próprios que devem ser respeitados.

“A democracia brasileira é segura e os órgãos judiciários competentes de cada região devem atuar para garantir que a resposta judicial seja oferecida com rapidez e sem quebra da hierarquia, mas com rigor absoluto no cumprimento das normas vigentes”, disse Cármen Lúcia.

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