Por Rodrigo Constantino
Redação Publicado em 14/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 18h26
Por Rodrigo Constantino
A serenidade é uma virtude, visto que a ansiedade costuma produzir decisões afoitas e irrefletidas. Nessa pandemia, a serenidade foi a primeira vítima. O pânico logo se instalou, as perguntas incômodas foram ignoradas, o debate foi interditado. O medo costuma ser mau conselheiro, e um forte aliado dos que desejam concentrar poder ou vender coisas. Com medo, as pessoas delegam suas liberdades de escolha, entregam de bandeja as rédeas de suas vidas a quem promete protegê-las. A capacidade de raciocínio é sacrificada por puro desespero.
No caso do debate sobre a vacina em crianças isso saltou aos olhos. É como se, de repente, tivéssemos hospitais pediátricos lotados e pilhas de cadáveres infantis. Só isso explicaria o rumo que o debate tomou, com tantos políticos sinalizando virtude e demonizando Bolsonaro, que se recusa a vacinar sua filha Laura, com 11 anos. Essa turma tem analisado com alguma frieza as estatísticas? Ou tudo vai ser politicagem e venda de vacinas mesmo?
Morre bem mais criança no Brasil por diarreia e disenteria do que Covid. Um estudo do Trata Brasil chegou a estimar em até 6 mil mortes anuais por problemas derivados da falta de esgoto. Mas o mesmo esquerdista que votou contra o marco do saneamento, aprovado neste governo, quer bancar o humanista sensível por pregar vacinação urgente e experimental como se houvesse fila nos hospitais pediátricos. Faz sentido?
Nos Estados Unidos, morreram cerca de 20 mil crianças e adolescentes em 2016 de diversas causas, sendo 60% relacionadas a acidentes de carro ou armas de fogo, entre outros. Afogadas foram cerca de mil. Sufocadas (engasgadas) foram quase 1.500. Doenças do coração foram 600. E doenças respiratórias crônicas foram 274. Os números são similares para 2018. Com Covid, em dois anos de pandemia, morreram cerca de 500 americanos até 18 anos. Ou seja, uma média de 250 por ano, em linha com o que já morria de doença respiratória. A imensa maioria com comorbidades.
Desde o começo sabemos que o vírus chinês tem poupado os mais jovens. É um vírus que traz um risco infinitamente maior para os idosos e obesos. Não obstante, resolveram, do nada, tratar as crianças como um grupo de risco que necessita de vacina para ontem, mesmo que o próprio laboratório diga que só irá concluir seus estudos em alguns anos. Ninguém está achando isso tudo muito estranho?
Estou com Covid e convivendo com meu filho de 4 anos em casa, sem qualquer vacina experimental. Todos estamos bem tranquilos aqui. De repente a mídia criou um clima de urgência para sair vacinando crianças, como se todas estivessem morrendo de Covid. Ficaram insanos?! Perderam o juízo?! Deveria haver um limite para tanta histeria, algum escrúpulo remanescente para poderem lidar de forma mais madura com o problema. Serenidade, senhores!
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