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Será que está na hora de mudar de emprego?

Por Reinaldo Polito*

Será que está na hora de mudar de emprego?
Será que está na hora de mudar de emprego?

Redação Publicado em 01/05/2022, às 00h00 - Atualizado às 10h02


Por Reinaldo Polito*

Será que está na hora de mudar de emprego?

Falar em mudança de emprego em época de crise chega a ser quase um palavrão. Na maioria dos casos quase uma irresponsabilidade. Manter a posição profissional dentro da organização nesse período em que tivemos de enfrentar o Coronavírus já pode ser considerado uma grande proeza.

Essa situação, entretanto, não dura para sempre. Na verdade, em diversos segmentos da economia as atividades estão normalizadas e, em muitos casos, com desenvolvimento mais intenso que nos momentos pré-pandemia. Por isso, vale a pena refletir a respeito dessa possibilidade.

A questão a ser considerada é esta: por que você gostaria de mudar de emprego? Não se sente confortável na empresa atual?

Se responder que está bem, sem nenhum tipo de problema, a reflexão já ganha outras dimensões.

Está pensando em mudar porque acha que já trabalha há muito tempo no mesmo local, acima de cinco anos?

Ou será que o motivo é a pretensão salarial, pois gostaria de ter remuneração de 20 a 30% superior ao que ganha no momento?

Pode ser ainda que esteja desejando novos ares, já que ali não consegue enxergar boas perspectivas profissionais a médio e longo prazo.

Por mais que você se aconselhe com amigos ou familiares, a decisão será sempre sua. E esses são os instantes de maior dúvida na vida das pessoas.

Uma iniciativa equivocada produz, às vezes, arrependimentos que nunca mais serão contornados. Poderá errar saindo, pois talvez descubra mais tarde que, se tivesse permanecido onde estava, teria sido muito mais vantajoso. Assim como conclua, depois de algum tempo que, pelo fato de ter permanecido, deixou escapar a maior oportunidade que teve pela frente. Mas aí já é tarde, pois o momento passou.

Você terá que avaliar e ponderar vários aspectos antes de decidir. Quem sabe as reflexões que vou passar agora possam ser úteis para que siga o caminho mais adequado.

Primeiro. Não seria recomendável mudar de empresa para exercer funções semelhantes a que executa agora, e sem perspectivas efetivas de que terá chances de progredir na carreira. Fique atento, pois é comum as pessoas se sentirem lisonjeadas com certos convites e acabam, irrefletidamente, trocando seis por meia dúzia.

Segundo. Trocar de empresa porque já está atuando nela há alguns anos também não parece ser um bom motivo. Se estiver exercendo funções diferentes, que exijam novos aprendizados com certa frequência, não é recomendável que saia só por essa causa.

Terceiro. Um aumento salarial que não seja tão expressivo talvez não compense abandonar as possibilidades de ascensão na carreira e arriscar a permanecer estagnado na nova organização. Procure descobrir como tem sido o crescimento profissional daqueles que atuam na outra empresa. Se concluir que por lá é tudo mais ou menos lento, não se iluda de que com você será muito diferente.

Quarto. Arrume suas malas e parta para o novo desafio se a diferença salarial mudar sua condição econômica ou social. Se a transferência abrir portas para que ocupe funções hierárquicas mais elevadas, desde que seja em empresa de maior porte ou, pelo menos, do mesmo tamanho que a atual. Se a atividade da nova organização estiver dentro de um segmento que tende a crescer muito em pouco tempo.

E agora o ponto mais importante de todos: você é feliz com o que faz na empresa onde trabalha ou na carreira que desenvolve?  Para esse quesito não há dúvida ou qualquer outra barreira que possa impedi-lo. Ser feliz no que faz é muito mais importante que qualquer remuneração ou posição hierárquica. A vida passa rápido. Não deixe chegar o dia em que, ao olhar para trás, sinta que consumiu boa parte da sua existência fazendo o que não queria fazer. Não tem volta. A decisão é sua. Seja feliz. Siga pelo Instagram: @polito

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Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação e professor de oratória nos cursos de pós-graduação em Marketing Político, Gestão Corporativa e Gestão de Comunicação e Marketing na ECA-USP. Escreveu 34 livros com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos em 39 países. Siga no Instagram @polito pelo facebook.com/reinaldopolito pergunte no [email protected]
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