Em meio à pandemia do novo Coronavírus que acometeu todo o planeta, o assassinato de George Floyd gerou uma inédita comoção, primeiro nos Estados Unidos
Redação Publicado em 22/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 08h49
Em meio à pandemia do novo Coronavírus que acometeu todo o planeta, o assassinato de George Floydgerou uma inédita comoção, primeiro nos Estados Unidos inteiro, logo, rapidamente a onda de comoção se espalhou praticamente pelo mundo inteiro. A indignação de um assassinato brutal, filmado, foi capaz de mobilizar milhões ao redor do planeta e atualizar de forma profunda a questão da discriminação racial e da violência policial. Prática recorrente não apenas nos Estados Unidos, mas também em nosso País.
Os ecos chegaram ao Brasil e nas manifestações de rua a luta contra o fascismo foi agregada pela luta contra o racismo. Apesar de estarmos vivendo duras mortes como a do João Pedro, um menino morto pela polícia dentro da sua casa, brincando com os amigos, para ficar apenas em um exemplo, foi a morte de um cidadão negro nos Estados Unidos, vítima de violência policial,que fez chegar àindignação por aqui.
Temos que nos perguntarquais os motivos de o Brasil, um país típico de economia escravista, aquele que mais tarde terminou com a escravidão na América Latina, que tem uma maioria negra na sua população, nãoter colocado ainda, na sua devida medida, a questão do racismo como uma questão nacional, como uma questão de todos? Como se a questão do racismo fosse apenas um problema dos negros, das vítimas do racismo.
O racismo é um problema de toda a sociedade brasileira. Os casos de cidadãos e cidadãs vítimas de atos racistas e de injúria racial ocorrem em nosso cotidiano e estamos tão anestesiados com relação a tais práticas criminosas e odiosas que é necessário ocorrer um caso fora do Brasil para que a gente acordasse para a nossa própria realidade.
A questão racial em nosso País ainda sofre resistências, é uma espécie de tabu. Existe uma certa dificuldade para tratar a questão do preconceito racial e do racismo com profundidade e a devida seriedade porque parte da sociedade brasileira prefere fechar os olhos e ignorar sua existência.
Mas se os negros são discriminados e sãoas vítimaspreferidas da violência policial, como apontam as estatísticas sobre o tema, é porque existe quem exerça a discriminação e quem exerça a violência contra os cidadãos e cidadãs negros e negras de todo o País. Não podemos negar que a discriminação racialé exercida pelos brancos contra os negros. Esse é um fato do qual não podemos mais fugir, um debate que precisamos fazer com urgência.
Enquanto não conseguirmos fazer da questão do racismo uma questão nacional, com o devido debate e a solução de caminhos que solucionam essa chaga, não teremos uma democracia real, que nãodiscrimine e não pratique a violência policial contra a maioria da população brasileira.
Rogério Carvalho Santos é médico, doutor em Saúde Pública pela Unicamp, Senador por Sergipe e líder do PT no Senado Federal.
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