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Rodrigo Constantino: Renan guerreiro do povo brasileiro

Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino: Renan guerreiro do povo brasileiro
Rodrigo Constantino: Renan guerreiro do povo brasileiro

Redação Publicado em 29/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h08


Renan guerreiro do povo brasileiro

Rodrigo Constantino

O circo começou! Renan Calheiros foi confirmado como relator da CPI que supostamente vai investigar a suposta omissão do governo federal na pandemia. Esqueça os fartos indícios de desvios de recursos nos estados e municípios, que sequer deveriam configurar entre os objetos de análise dessa CPI, não fosse o esforço do senador Eduardo Girão que prejudicou o intuito original de RandolfeRodrigues. O palanque está armado contra Bolsonaro, é só disso que se trata.

Renan não poderia ser relator da CPI, se o Senado fosse sério, por ao menos três motivos: 1. Ele tem um filho que é potencial alvo de investigação, por ser governador de Alagoas, o que gera evidente conflito de interesses; 2. Ele tem extensa ficha corrida, é réu em tantos inquéritos que já perderam a conta, todos devidamente engavetados pelos companheiros supremos, e tem codinome na planilha de corrupção da Odebretch, o que obviamente complica sua relatoria numa investigação; 3. Ele já tem sua conclusão, revelada a jornalistas, de que o governo federal foi omisso e Bolsonaro é responsável pelas mortes, ou seja, ele já “julgou” antes de iniciar os trabalhos.

O senador Flavio Bolsonaro disse o óbvio na cara de Renan: além da conclusão prévia do seu prejulgamento, é constrangedor ele ser relator com o filho podendo ser alvo da CPI. Qual seria a reação se o próprio Flavio fosse indicado? Basta fazer essa pergunta para ver o duplo padrão da mídia, que tenta de tudo para normalizar o absurdo.

Nada disso parece importar, ao menos não para a ala militante da imprensa, obcecada em derrubar o presidente. O Estadão fez uma “entrevista” com o senador sem uma só pergunta dura sobre seu passado e sua (falta de) reputação. Diogo Mainardi, do Antagonista, colocou na chamada: “Renan fala em punição imediata de quem contribuiu com mortes na pandemia”. Mônica Waldvogel escreveu: “Fazia muito, muito tempo, que não se ouvia um discurso político tão forte sob a cúpula e a bacia do Congresso Nacional. Senador Renan Calheiros mostrou seu destemor”.

Já o advogado Augusto Botelho comentou: “Não precisa gostar do Renan para apoiar o discurso dele como relator da CPI”. Foi curtido por Petra Costa, a herdeira de empreiteira envolvida no esquema de corrupção do PT que fez um “documentário” enaltecendo os corruptos. Sim, eles gostam do Renan, por mais que tentem esconder. Renan virou um instrumento útil para a tentativa de desgastar Bolsonaro e beneficiar a volta do ladrão petista, e isso enche de orgulho essa patota.

Renan Calheiros, nesse discurso “histórico” e “corajoso”, disse: “quero parabenizar o trabalho do Supremo Tribunal Federal que não tem faltado à nação brasileira na defesa altiva da nossa Constituição Federal terrivelmente democrática”. Deve ser excesso de democracia, como na Venezuela. É o retrato perfeito da simbiose nefasta entre STF e Senado, o círculo vicioso que blinda corruptos com foro privilegiado e militantes disfarçados de ministros supremos do impeachment, que só o Senado pode pautar.

Renan meteu em seus requerimentos coisas da outra CPI circense, aquela das Fake News liderada por Alexandre Frota, hoje tucano e aliado do PT, e JoiceHasselmann, histérica nos ataques a Bolsonaro. Mas é pela preocupação com a saúde sim, gente, pode acreditar…

Estão todos unidos contra Bolsonaro, mesmo que para tanto seja preciso enaltecer um Renan Calheiros da vida e elogiar até Lula. Ninguém mais liga para o que o Rodrigo Maia diz, mas não deixa de ser revelador: para ele, a volta de Lula “faz bem ao debate”. Eis o nosso “liberal” (risos), que boicotava a agenda liberal do governo, que tentava sabotar a equipe de Paulo Guedes. Era tratado como estadista pela mídia, e o jovem Kim Kataguiri, do MBL,chegou aafagá-lo com muito carinho. Vão todos lular”, pelo visto. É o fenômeno Bolsonaro, derrubando máscaras em lotes.

Acompanhando o circo da política nacional, confesso que meu lado Edmund Burke tem tido que trabalhar em dobro para acalmar meu lado Thomas Paine. A prudência é tentada pelos instintos rebeldes a cada instante. A provocação aos patriotas decentes é constante. O escárnio é a regra. É dose!

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