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Rodrigo Constantino: Por que temem tanto o Gabas na CPI?

Que esta CPI circense é puro palanque eleitoral para a oposição nós já sabíamos. O intuito original, aliás, era restringi-la somente ao tema da suposta

Rodrigo Constantino: Por que temem tanto o Gabas na CPI?
Rodrigo Constantino: Por que temem tanto o Gabas na CPI?

Redação Publicado em 17/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h22


Por que temem tanto o Gabas na CPI?

Rodrigo Constantino

Que esta CPI circense é puro palanque eleitoral para a oposição nós já sabíamos. O intuito original, aliás, era restringi-la somente ao tema da suposta omissão do governo federal, e o ministro supremo Barroso exigiu a abertura nesses moldes, com pedido de Randolfe Rodrigues, companheiro de Maduro. Mas com o esforço de senadores independentes como Eduardo Girão, o escopo se tornou mais abrangente, incluindo governadores e prefeitos que receberam montanhas de recursos federais. Ao menos na teoria.

Na prática o que temos visto é um teatro macabro para blindar essa turma e só focar em narrativas que possam desgastar Bolsonaro. Especialistas sem qualquer experiência, que não atenderam um só paciente com Covid e não possuem qualquer trabalho sério publicado, foram tratados como “feixe de luz” ou “voz da ciência” quando repetiram slogans políticos contra o governo. Enquanto isso, especialistas sérios com currículos gigantescos e farta experiência foram tratados como charlatães e picaretas.

Já na hora do depoimento do primeiro governador envolvido em suspeita de corrupção, justamente o do Amazonas, o STF garantiu sua blindagem e sequer ele compareceu. Mas o presidente Omar Azis, amazonense e com suspeitas de desvios de recursos na família, fica ameaçando como um cangaceiro aliados do governo. Isso sem falar do relator Renan Calheiros, com sua extensa ficha corrida e bancando o bastião da ética, o que nossa mídia tem fingido que acredita só para atingir Bolsonaro. É tudo muito tosco.

Girão fez requerimento para que Carlos Gabas fosse convocado. Gabas controla o Consórcio Nordeste, com vários indícios de desvios, além de ter sido ministro petista e o motoqueiro camarada da ex-presidente Dilma. O gabinete paralelo do lulismo, que controla a CPI, ficou em polvorosa e fez de tudo para blindar o companheiro. O senador Humberto Costa quase teve um treco, e Renan Calheiros chegou a votar contra a convocação, ignorando que deveria estar impedido de votar nesse caso por se tratar de assunto ligado potencialmente ao governo de seu filho em Alagoas.

Por que temem tanto um depoimento de Gabas? Seria porque finalmente o foco da CPI poderia mudar para lidar com o Covidão, em vez de só levantar bolas para a oposição? É a primeira vez que vemos uma CPI não falar em corrupção. Fala em “gabinete paralelo” como se fosse pecado um presidente escutar especialistas renomados numa crise sanitária; fala em suposta omissão na compra de vacinas mesmo quando o Brasil é o quarto país que mais vacinou no mundo; demonizam um remédio utilizado há décadas, com poucos efeitos colaterais e indicados por grandes emissoras até para mulher grávida na época da zika.

Mas os lulistas, com seus cúmplices na imprensa, não podem achar que o povo está vendo esse espetáculo medonho sem perceber o absurdo. Esse picadeiro ridículo vai acabar tendo um efeito bumerangue. A população está vendo que do lado do governo tem gente séria e com boas intenções, enquanto na oposição tem Renan Calheiros com o número de supostos mortos de Covid para fazer pura demagogia, enquanto tenta proteger corruptos. O troco virá nas urnas.

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Tags politic

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