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Rio sedia nesta terça o primeiro encontro mundial de mulheres matemáticas

O Rio de Janeiro vai sediar, nesta terça-feira (31), a primeira edição do World Meeting for Women in Mathematics, ou (WM)², o Encontro Mundial de Mulheres na

Rio sedia nesta terça o primeiro encontro mundial de mulheres matemáticas
Rio sedia nesta terça o primeiro encontro mundial de mulheres matemáticas

Redação Publicado em 31/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h53


Com cerca de 390 matemáticas inscritas, dia de debates sobre igualdade de gênero na ciência e palestras científicas antecede o Congresso Internacional de Matemáticos que começa nesta semana no Rio.

O Rio de Janeiro vai sediar, nesta terça-feira (31), a primeira edição do World Meeting for Women in Mathematics, ou (WM)², o Encontro Mundial de Mulheres na Matemática. O evento faz parte do Congresso Internacional de Matemática (ICM, na sigla em inglês), que também será realizado no Rio e acontece uma vez a cada quatro anos.

Ao G1, Carolina Bhering Araujo, matemática do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) que integra o comitê de organização do evento, afirmou que, nas edições anteriores do congresso, em 2014 e 2010, a única programação voltada exclusivamente para mulheres matemáticas foram em “eventos satélites”, chamados de congressos internacionais de mulheres matemáticas.

A diferença, segundo ela, é que os congressos anteriores, principalmente o de 2014, se dedicaram mais às discussões científicas. Neste, o foco para os debates sobre a igualdade de gênero na ciência será ampliado.

“Esse também é um evento satélite, mas uma diferença importante desse evento para os anteriores é que a gente está dedicando bastante tempo para a questão de discussões sobre as questões de gênero, para que se discuta iniciativas para reverter essa pouca participação das mulheres na matemática” – Carolina Bhering de Araújo

Segundo ela, parte da manhã será dedicada às discussões de grupos sobre temas diversos. Ao final, cada grupo levará uma questão para ser discutida pelo total de participantes no debate que vai fechar o evento.

Em 2010, o evento foi realizado na Índia, com a participação de cerca de 300 mulheres. Em 2014, na Coreia do Sul, Carolina diz que cerca de 400 mulheres estiveram presentes. “Estamos estimando um público de cerca de 400 pessoas”, explicou a matemática do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa).

Até o fim da tarde desta segunda-feira (30), o (WM)² já contava com cerca de 390 participantes inscritas de mais de 50 países diferentes, e forte presença de mulheres brasileiras. De acordo com o Impa, o ICM já tem cerca de 2.800 inscritos no total – porém, não é possível saber qual é a porcentagem de mulheres matemáticas participantes porque o formulário de inscrição não coleta essas informações.

Programação

As participantes brasileiras e estrangeiras participarão de cinco palestras científicas e uma sessão de pôsteres, que apresentam a pesquisa de cada uma.

Uma das palestrantes é Maria Eulália Vares, PhD em estatística pela Universidade da Califórnia – Berkeley, e atualmente professora titular do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A primeira mulher a ganhar a Medalha Fields também será homenageada nesta terça. É a iraniana Maryam Mirzakhani, que foi professora da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e recebeu a Medalha Fields em 2014, no mesmo ano do brasileiro Artur Ávila. O prêmio é considerado em vários países equivalente a um “Nobel de matemática”.

Maryam morreu em julho de 2017, de câncer.

De acordo com Carolina, ela será lembrada com uma exposição de fotos inéditas dela, além da exibição de seus trabalhos matemáticos.

Além disso, o evento desta terça contará com a estreia mundial da primeira parte do documentário “Journeys of Women in Mathematics” (“Jornadas das Mulheres na Matemática”, em tradução livre). que foi produzido pela Fundação Simons em parceria com o Comitê para Mulheres na Matemática da IMU.

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