Após ter sobrevivido à queda de dois prédios na Muzema, em abril de 2019, por não estar em casa no momento do desabamento, M., de pouco mais de 30 anos,
Redação Publicado em 31/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h29
Após ter sobrevivido à queda de dois prédios na Muzema, em abril de 2019, por não estar em casa no momento do desabamento, M., de pouco mais de 30 anos, continuou sendo cobrada pelo apartamento que havia comprado parcelado.
O imóvel, erguido irregularmente pela milícia local, foi pelos ares, mas a cobrança continua de pé. “Eles ligam todo mês querendo o dinheiro. É um absurdo. Hoje eu moro de aluguel e não vou conseguir reaver o que já havia pago”, conta a moradora, que não vive mais no Condomínio Figueiras do Itanhangá, onde 24 pessoas morreram.
O mesmo problema é enfrentado por moradores que tiveram imóveis, vizinhos aos que desabaram, interditados pela Prefeitura do Rio no último dia 21. “A gente sabe que corre o risco de ter os apartamentos demolidos, mas somos obrigados a continuar pagando”, afirma outra moradora. “Eles vêm buscar a prestação todo mês, batem na porta”, completa ela, que paga R$ 1.500 mensais.
Ao passar pelo Condomínio Figueiras, avistam-se os seis prédios interditados com bandeiras brancas e inscrições de protesto contra a possível demolição. Entre eles, um edifício cinza e outro marrom, com elevador e nove andares. Moradores dali contam que compraram os imóveis da imobiliária OJ Imóveis, que fica na própria favela, mas está de portas fechadas desde a data da tragédia. O proprietário, identificado apenas como Orlando, sumiu. Mas dois funcionários fazem as cobranças.
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