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Ricardo Sayeg: Homenagem a John Lewis

Aos 80 anos de idade, John Lewis morreu na última sexta-feira, dia 17 de julho de 2020. Ele era um ícone afro-americano na luta contra a discriminação racial

Ricardo Sayeg: Homenagem a John Lewis
Ricardo Sayeg: Homenagem a John Lewis

Redação Publicado em 28/07/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h45


HOMENAGEM A JOHN LEWIS

Aos 80 anos de idade, John Lewis morreu na última sexta-feira, dia 17 de julho de 2020. Ele era um ícone afro-americano na luta contra a discriminação racial e injustiça, sendo, ao longo de sua vida, vítima de violência policial e preso por diversas vezes, simplesmente por ser defensor dos direitos civis dos negros.

Marchou com o Reverendo Martin Luther King Jr na conquista dos direitos civis nos Estados Unidos da América e marcou a história da humanidade na luta pela igualdade radical e o fim do racismo estrutural.

Lewis nos deixa justo agora em meio da pandemia do covid-19 e com grave conflito racial ocorrendo nos Estados Unidos, assim como, uma ofensiva no Brasil contra as cotas raciais com as quais se pretende dar igualdade de oportunidade aos afrodescendentes.

Ele defendeu como poucos uma sociedade livre e justa tal como preconiza o artigo 3º, inciso I, de nossa Constituição Federal.

Sua passagem para o outro plano da espiritualidade há de ser recebida por todos no sentido de que morre homem e surge gigante mítico que inspira todas as pessoas de bem a dar continuidade por todo o planeta ao legado deixado.

A obra de Lewis, King e tantos outros defensores destes valores supremos de concretização da dignidade da pessoa humana é sempre inacabada e o bastão precisa, de tempos em tempos, ser passado e revitalizado. É um ciclo sem fim no fluxo existencial da falange do bem em prol da humanidade e do planeta.

O velho e paradigmático guerreiro vai ao merecido descanso eterno ao lado do Criador, mas está passagem da matéria para a luz, há de clarificar o momento de transição do espírito objetivo do planeta de mudança do liberalismo excludente para uma sociedade fraterna, onde o capitalismo humanista, ou seja, o capitalismo de união é a sua dimensão econômica. Onde todos são iguais e sem preconceito ou discriminação, na partida e não na chegada, pois devem ter simetria de oportunidades.

Com simetria de oportunidades e socorro aos vulneráveis, as liberdades e os direitos de propriedade privada podem ser realmente exercidos, sem a preocupação de que alguém fique para trás, pois passa a ser a opção individual de cada um, diante da especial responsabilidade que cada qual tem para consigo mesmo, sem se descuidar da igual prioridade que merece todo ser humano, porque não há quem seja descartável.

Vai com os anjos nobre homem para a paz do Senhor e saiba que seu testemunho fica e nos comprometemos a honrá-lo e a dar sequência nesta jornada fantástica de edificação da sociedade fraterna, que é mais do que livre e justa; ela é livre, justa e solidária, desenvolvida, com a pobreza e a marginalização erradica, com as desigualdades reduzidas e promotora do bem de todos, sem preconceito ou discriminação.

Que a paz esteja contigo grande guerreiro, porque aqui recebemos o seu bastão e a luta que nunca acaba, que a cada dia será um pouco mais vencida por nós, com a vitória de todos e do planeta.

Seu exemplo de vida não pode ser esquecido e sua trajetória há de ser homenageada e sempre lembrada.

Está é nossa homenagem a você, John Lewis, ser humano inigualável que ao lutar pela dignidade de um povo, concretizou a dignidade de todos nós. Obrigado notável humanista por ter passado pelo nosso plano da existência.

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