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Reunião acaba sem acordo em impasse de Silvio Santos com Teatro Oficina

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo realizou na terça-feira (4) uma reunião buscando acordo no impasseentre o dramaturgo José Celso Martinez

Reunião acaba sem acordo em impasse de Silvio Santos com Teatro Oficina
Reunião acaba sem acordo em impasse de Silvio Santos com Teatro Oficina

Redação Publicado em 05/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 08h25


Grupo Silvio Santos foi autorizado a construir prédios de até 100 metros de altura próximo ao teatro; MPF pretende entrar na Justiça para proteger patrimônio tombado.

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo realizou na terça-feira (4) uma reunião buscando acordo no impasseentre o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, diretor do Teatro Oficina Uzyna Uzona, e o Grupo Silvio Santos, que pretende construir prédios de até 100 metros de altura região,no Centro de São Paulo, prejudicando a construção do teatro, que é tombado desde 2010 pelo patrimônio histórico nas esferas federal, estadual e municipal.

Após a reunião, em que não houve consenso entre as partes, o MPF decidiu que ingressará com uma ação na Justiça buscando a preservação do patrimônio cultural.

“Após ouvir os representantes dos órgãos de preservação do patrimônio cultural e os demais envolvidos, o MPF entende que há a possibilidade de se judicializar o caso, desempenhando sua missão constitucional de proteção do meio ambiente e do patrimônio histórico, em sua concepção ampla”, disse a procuradora Suzana Fairbanks após a reunião.

A atual sede do Teatro Oficina foi projetada em 1984 e inaugurada em 1993 na rua Jaceguai, no Bixiga.

Já o grupo Silvio Santos é dono de um terreno ao lado do teatro no qual pretende construir o empreendimento Residencial Bela Vista. No projeto atual, o condomínio teria duas torres residenciais de 80 m de altura cada, além de uma área comercial com estacionamento e lojas.

Desde 2017, o MPF possui um inquérito civil apurando o caso. Para os representantes do diretor do teatro, o empreendimento não respeitaria a preservação do patrimônio tombado, tanto do edifício, quanto do bem imaterial a ser preservado.

Um projeto em tramitação na Câmara de Vereadores pretende construir um parque no local.

Construção aprovada

Em maio, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Cultura, deu parecer favorável para o Grupo Silvio Santos construir prédios residenciais de até 100 metros de altura ao redor do Teatro Oficina.

Segundo o Iphan, o processo atende às normas relativas ao processo de tombamento e o parecer favorável refere-se “estritamente ao que se refere às delimitações de suas áreas de entorno e de tombamento”, seguindo a legislação vigente quanto à preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro.

No caso do Teatro Oficina, que possui uma fachada com janela de vidro, a área que o Iphan impede a construção é definida por um cone visual com abertura de 45º a partir de cada lado da janela. Nesta área, nenhuma obra pode ser construída em uma faixa de 20 metros a partir da lateral oeste do teatro.

A discussão por autorização para realizar construções ao redor do teatro oficina se arrasta há anos e Silvio Santos também realizou pedidos ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) do Estado de São Paulo, que avaliam a questão.

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