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‘Renovou as esperanças’, diz estudante sobre novo curso de medicina em Bauru

A chegada do curso de medicina no campus da Universidade de São Paulo (USP) em Bauru (SP) está mexendo com as expectativas de vestibulandos da região que

‘Renovou as esperanças’, diz estudante sobre novo curso de medicina em Bauru
‘Renovou as esperanças’, diz estudante sobre novo curso de medicina em Bauru

Redação Publicado em 23/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 11h12


A chegada do curso de medicina no campus da Universidade de São Paulo (USP) em Bauru (SP) está mexendo com as expectativas de vestibulandos da região que sonham seguir carreira na área, uma das mais concorridas no país. Thaís Silva de Camargo, de 18 anos, está entre eles. A jovem saiu de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) para estudar em um curso pré-vestibular de Bauru em período integral para prestar a Fuvest.

“A vinda da medicina da USP para Bauru representou uma aproximação para quem é vestibulando, pois vai oferecer mais vagas em uma faculdade que é o sonho de muita gente. Como a Fuvest tem a fama de ser um dos vestibulares mais difíceis do país, essa nova oportunidade de ter o curso no interior, tão perto, renovou um pouco nossas esperanças”, afirma.

Vinculado à Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), serão 60 vagas oferecidas já para o vestibular 2018. Quarenta e duas vagas serão oferecidas pela Fuvest e 18 vagas serão oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), por meio da modalidade de cotas para estudantes oriundos de escola pública.

Para os próximos anos, o número de vagas deve aumentar. Até 2022, a universidade pública espera abrir novas 100 vagas. Será o terceiro curso de medicina da USP, que já mantém o ensino da carreira na capital paulista e em Ribeirão Preto (SP).

A novidade deve gerar mudanças nos cursos pré-vestibular oferecidos na região Centro-Oeste Paulista, segundo representantes do setor ouvidos pelo G1. O coordenador de uma instituição de ensino que atua na área, Carlos D’Incao, acredita que a vinda do curso vai ampliar a vocação universitária da cidade, mobilizando a concorrência a investir em diferenciais na preparação para o vestibular.

Coordenador acadêmico de um cursinho da cidade, Peterson de Santis Silva relata a euforia dos vestibulandos quando a confirmação do curso foi noticiada, no último dia 4 de julho. “Foi uma comemoração coletiva. Os alunos foram pegos de surpresa. Mesmo nas férias, eles estão mais animados, motivados, porque poderão estar entre os primeiros da turma do curso na cidade”.

Silva enumera que atualmente 40 dos 100 alunos matriculados na instituição de ensino pretendem prestar vestibular na área, muitos vindos de outros municípios. Além disso, ele acredita que essa procura deve aumentar nos próximos anos. “Muita gente se muda para a cidade onde tem o curso que deseja prestar para se habituar melhor com o ambiente”, explica Silva.

Alan Fortunato estuda medicina na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e teve que se mudar por não existir um curso em Bauru, sua cidade natal. Com a criação do curso na USP, o jovem acredita que ao longo dos anos o curso deve ser um dos mais procurados, por conta do potencial da cidade.

“Certamente será um curso muito melhor do que em muitas cidades que abriram novas vagas para medicina, pois o corpo docente é da própria USP. Acho que os cursinhos de Bauru ainda precisam melhorar na qualidade. Muitos dos meus colegas se preparam em cursos mais tradicionais nas capitais”, argumenta.

Preparação

Mudar de cidade foi a tática utilizada por Thaís para se preparar para o vestibular. “Arrumei um apartamento em Bauru justamente para conseguir melhorar meu desempenho nos estudos e fugir um pouco das distrações de casa”, conta.

Thaís Silva de Camargo possui rotina de estudos intensa para vestibular de Medicina (Foto: Arquivo Pessoal / Thaís Silva de Camargo)

Thaís Silva de Camargo possui rotina de estudos intensa para vestibular de Medicina (Foto: Arquivo Pessoal / Thaís Silva de Camargo)

A rotina de estudos da jovem começa com o cursinho das 7h até por volta das 16h e, no restante do dia, ela se dedica a repassar as atividades em casa. Aos finais de semana, quando não tem simulado, a estudante revisa as matérias até às 19h. Depois disso, aproveita o tempo para descansar e para o lazer.

Rebeca Alcântara, de 22 anos, também está se preparando para prestar medicina. Diariamente, a jovem começa o dia estudando e procura revisar os conteúdos do curso pré-vestibular, enquanto ajuda a família nas atividades domésticas.

“Durante a tarde eu faço exercícios e resumos do que eu já estudei. Separo as dúvidas e pesquiso os tópicos em vídeos de aulas ou em livros. Nos finais de semana, sempre tento deixar meu tempo de estudos para fazer provas antigas das faculdades que pretendo prestar”, enumera Rebeca.

Com a chegada do curso, a jovem espera estar entre as primeiras graduandas do curso.

“Quando eu me mudei para Bauru eu fiquei chocada em saber que a cidade não possuía uma faculdade de medicina. Agora, a expectativa está lá no alto”, completa.

Curso Primeiro de Maio é um projeto de extensão da Unesp Bauru (Foto: Divulgação)

Curso Primeiro de Maio é um projeto de extensão da Unesp Bauru (Foto: Divulgação)

Alternativa

A estudante frequenta o Curso Primeiro de Maio, em Bauru (SP), um projeto de extensão da Unesp que oferece apoio gratuito aos estudantes que desejam prestar o vestibular, por meio do contato com alunos dos próprios alunos da universidade pública.

Por conta disso, o projeto é uma alternativa para os vestibulandos que não teriam acesso a um curso particular, como explica a professora Marina Goulart. “Os alunos estudam meio período e investimos bastante para que eles também estudem no período que não estão no cursinho. Passamos listas de exercícios e os vestibulandos têm à disposição um material muito completo”, diz.

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