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Relatório pede cassação do prefeito de Agudos pela queda do teto de creche

Os vereadores da Câmara de Agudos (SP) que compõem a Comissão Processante (CP) que investiga o desabamento do teto da Escola Municipal Infantil Diomira

Relatório pede cassação do prefeito de Agudos pela queda do teto de creche
Relatório pede cassação do prefeito de Agudos pela queda do teto de creche

Redação Publicado em 18/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h52


Comissão Processante da Câmara vê responsabilidade de Altair Francisco Silva, mas decisão será do plenário, na sexta (20). Desabamento que deixou 20 feridos completa três meses nesta quarta (18)

Os vereadores da Câmara de Agudos (SP) que compõem a Comissão Processante (CP) que investiga o desabamento do teto da Escola Municipal Infantil Diomira Napoleone Paschoal aprovaram nesta terça-feira (17) o relatório que pede a cassação do prefeito Altair Francisco Silva (PRB).

Procurado pela reportagem, o prefeito Altair Francisco da Silva disse que ainda não foi oficialmente notificado pela Câmara e não conhece o conteúdo da denúncia. Ele afirmou que, assim que for notificado, irá se informar e tomar as medidas cabíveis para a defesa.

O acidente, que completa três meses nesta quarta-feira (18), deixou 20 feridos, sendo 16 deles crianças que estavam no refeitório na hora do desabamento. Os quatro adultos feridos eram três professores e uma funcionária da escola.

Uma semana após o acidente, os vereadores aprovaram por 8 votos a 5 a abertura de uma Comissão Processante contra o prefeito para investigar as responsabilidades da administração municipal pelo desabamento. A CP foi aberta depois da denúncia da mãe de um bebê de um ano e 11 meses que foi retirado dos escombros.

O relatório da CP foi aprovado por 2 votos a 1. Como a aprovação foi por maioria, e não por unanimidade, o plenário da Câmara, com o voto de todos os vereadores, é que vai definir se aprova ou não o pedido de cassação do prefeito.

O relatório foi encaminhado para o Ministério Público e também para o presidente da Câmara, que convocou a sessão extraordinária para esta sexta-feira (20). Durante a sessão extraordinária, o prefeito terá duas horas para se defender antes de os vereadores iniciarem a votação pela cassação ou pelo arquivamento da denúncia.

Votaram a favor da cassação o relator da CP, Omar Omero Cunha (PTN), e o presidente da comissão, Ederson Mainini (PRB). A vereadora Maria Antônia (PRB) foi a única que votou contra o relatório e pediu o arquivamento da denúncia.

Vereadores integrantes da Comissão Processante aprovaram relatório que pede cassação do prefeito (Foto: TV TEM/Reprodução)

Vereadores integrantes da Comissão Processante aprovaram relatório que pede cassação do prefeito (Foto: TV TEM/Reprodução)

Investigações

No final de junho deste ano, um laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da USP, apontou que o motivo da queda de parte do teto foi o apodrecimento da estrutura de madeira do telhado.

De acordo com o documento, a madeira das tesouras, que são estruturas da cobertura, estavam deterioradas e apresentavam sinais de apodrecimento. No entanto, de acordo com o IPT, esse apodrecimento não era visível e só poderia ser detectado durante uma manutenção mais profunda no prédio.

 (Foto: Juliane Monteiro/G1)

 (Foto: Juliane Monteiro/G1)

(Foto: Juliane Monteiro/G1)v

Vistorias feitas em 2015, 2016 e no ano passado já apontavam problemas na estrutura do prédio. Um dos problemas citados no laudo elaborado pelo TCE em 2015 é que o forro da creche possuía infiltrações e pontos específicos que deveriam ser lacrados, para evitar o contato com pombos.

Dois anos depois da primeira vistoria, outra vistoria feita pelo TCE(Tribunal de Contas do Estado), em junho de 2017, apontou que, “apesar dos reparos na cobertura e a retirada significativa de material inservível” foram encontradas “paredes com infiltração e muitas penas de aves espalhadas pelo chão, indicando a presença de pombos”.

Ainda segundo o laudo, a presença dos pombos seria possível por conta do “estado precário do telhado”.

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