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Relatório do Sindicato dos Delegados aponta dificuldades enfrentadas pelos policiais civis paulistas

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Relatório do Sindicato dos Delegados aponta dificuldades enfrentadas pelos policiais civis paulistas
Relatório do Sindicato dos Delegados aponta dificuldades enfrentadas pelos policiais civis paulistas

Redação Publicado em 07/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 15h41


Sindpesp visitou delegacias de todo o Estado e encontrou realidade caótica

Delegacias e viaturas abandonadas, distritos funcionando sem delegados e com a população atendida por estagiários cedidos pelos municípios no lugar de policiais civis. Essa é apenas uma amostra da real situação enfrentada pelos cidadãos que buscam socorro da Polícia Civil no interior paulista. Amanhã, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) e outras 12 entidades representativas das carreiras policiais entregarão um ofício ao Governo do Estado solicitando diálogo sobre os problemas da instituição.
No final de 2021, o Sindpesp visitou distritos em todo o interior do estado, para ouvir dos policiais os principais problemas enfrentados no trabalho diário.
A situação encontrada em algumas regiões é caótica. Delegacias interditadas e desocupadas, viaturas abandonadas no meio da rua e distritos que só estão abertos porque as prefeituras cederam estagiários para atuar no lugar que deveria ser ocupado por policiais concursados.
“O déficit de pessoal da Polícia Civil de São Paulo supera 15 mil policiais. O resultado é que delegacias não tem policiais para funcionar e estão abertas com estagiários das prefeituras, situação precária e que coloca em risco a segurança da população”, explica a presidente do Sindpesp, Raquel Gallinati.
Outro efeito da falta de policiais é que delegacias de 300 municípios do interior paulista funcionam sem um delegado e são atendidas por profissionais de cidades vizinhas.

Salários baixos afastam talentos

A queixa mais frequente é o salário pago aos policiais. Os delegados paulistas recebem os piores salários do Brasil, quando comparados aos profissionais dos outros estados. Investigadores e escrivães também estão entre as piores remunerações.
“Além do pagamento não ser condizente com as dificuldades e os riscos da carreira policial, o baixo salário afasta os aprovados em concursos, que preferem assumir vagas em outros estados, onde o salário chega a ser mais que o dobro do pago em São Paulo”, exemplifica Raquel.
Em janeiro, o Estado chamou 391 aprovados em concurso para tomar posse em seus cargos. Dos nomeados, 44% não compareceram para a posse em seus cargos.

Ofício

Amanhã, o Sindpesp vai protocolar no Palácio do Governo do Estado um ofício solicitando a abertura de negociações para tratar dos principais problemas da Polícia Civil paulista.
Além dos delegados, outras 12 entidades representativas das carreiras policiais também assinam o documento.
“Estamos unidos para mostrar a realidade ao governador e solicitar diálogo para solucionar questões como a falta de estrutura e a necessidade de um plano de carreira que atenda as necessidades dos policiais”, completa Raquel Gallinati.

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Com participação de Raquel Kobashi Gallinati

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