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Reinaldo Polito – Ande sempre na linha

Reinaldo Polito - Palestrante e professor do Curso de Expressão Verbal Ande sempre na linha Seja coerente. Ande sempre na linha. De maneira geral, quando as

Reinaldo Polito – Ande sempre na linha
Reinaldo Polito – Ande sempre na linha

Redação Publicado em 26/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h54


Reinaldo Polito – Palestrante e professor do Curso de Expressão Verbal

Ande sempre na linha

Seja coerente. Ande sempre na linha. De maneira geral, quando as pessoas
ouvem esse tipo de conselho pensam: ah, mas eu sou coerente. É? Aponte pelo
menos um indivíduo que tenha confessado não ser coerente. Coerência é mais ou
menos como bom senso. Diz Descartes no “Discurso do Método: Para o homem
nada basta. Ele sempre acha que precisa de mais. Mais dinheiro, mais fortuna,
mais bens, mais poder, mais fama. O único atributo que julga ter suficiente na vida
é bom senso. Por sermos inteligentes, sabemos que algumas qualidades são
importantes para a projeção da nossa imagem. Por exemplo, pontualidade,
organização, tolerância com os mais humildes. E por sabermos que essas
qualidades são importantes para que possamos nos projetar bem, nós desejamos
tanto possuí-las que às vezes julgamos que elas já estão integradas à nossa
conduta. E falamos como se as possuíssemos. Ocorre que as pessoas que nos
cercam e nos conhecem bem, observam que, na verdade, falamos de uma
maneira, mas agimos de outra forma totalmente distinta.
O conceito de coerência está fundamentado na consistência do comportamento,
ou seja, no falar e no agir de acordo com a pregação que fazemos.
As palavras não podem ser proferidas de maneira vazia e irresponsável como se
não tivessem significado e encerrassem em si mesmas o compromisso entre o
que dizemos e a forma como agimos.
Disse Vieira no Sermão da Sexagésima: “Sabem, padres pregadores, por que
fazem pouco abalo os nossos sermões? Porque não pregamos aos olhos,
pregamos só aos ouvidos. Por que convertia o Batista tantos pecadores? Porque
assim como as suas palavras pregavam aos ouvidos, o seu exemplo pregava aos
olhos.”
Essa é uma tarefa de todos os dias, observar se não estamos apenas falando por
falar, fazendo uso de palavras ocas, que não identificam exatamente o que
pensamos, acreditamos, sentimos ou fazemos.

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