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Reinaldo Polito: Acredite – não há problema sem solução. Você sempre encontrará uma saída

A situação está difícil! Sabia que ouço essa frase desde a época do meu bisavô? Geração após geração as pessoas sempre terão do que reclamar. E com razão,

Reinaldo Polito: Acredite – não há problema sem solução. Você sempre encontrará uma saída
Reinaldo Polito: Acredite – não há problema sem solução. Você sempre encontrará uma saída

Redação Publicado em 09/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h16


Acredite – não há problema sem solução. Você sempre encontrará uma saída

A situação está difícil! Sabia que ouço essa frase desde a época do meu bisavô? Geração após geração as pessoas sempre terão do que reclamar. E com razão, pois é duro superar os desafios com os quais nos defrontamos no dia a dia. Segundo pesquisas do Professor Luiz Marins, nós enfrentamos por volta de sete crises por ano. Umas mais pesadas, outras nem tanto, mas que elas estão constantemente rondando as nossas portas estão.

Exceto uma ou outra situação, a verdade é que os problemas podem ser superados. Temos a tendência de imaginar que tudo na vida caminha numa linha reta. Olhamos o futuro como se as dificuldades que nos atormentam jamais terão fim. Só que nada é tão linear. Os fatos vão ocorrendo em espécie de espiral. Enquanto buscamos soluções aqui, há mudanças provocadas por outros acontecimentos que de maneira direta ou indireta acabam por influenciar a rota que seguimos. E são essas mudanças que podem trazer soluções que nem imaginávamos existir. Por isso, por mais obstruído que esteja o caminho, temos de acreditar que mais cedo ou mais tarde encontraremos a saída.

A literatura nos dá exemplos extraordinários de autores que encontraram as portas fechadas, mas foram obstinados até conseguirem atingir seus objetivos. Leonard Mlodnow, na sua excelente obra ‘O andar do bêbado’, conta histórias de superação que são inspiradoras. Alguns dos autores mais bem-sucedidos das últimas décadas tiveram de persistir muito para que os seus livros fossem publicados, como, por exemplo, John Grisham e J. K. Rowling. Eles tiveram suas obras recusadas pelas editoras dezenas de vezes. Um dos livros de maior sucesso de Grisham, ‘Tempo de matar’, foi rechaçado 26 vezes antes de ser editado. Após persistência obstinada o autor conseguiu publicar o livro e transformá-lo em sucesso mundial. Sua publicação também teve a história contada em um filme campeão de bilheteria.

Grisham revela um fato muito curioso na página de agradecimentos do seu livro ‘Caminhos da Lei’: “Quando ‘Tempo de matar’ foi publicado há 20 anos, eu logo aprendi a dolorosa lição de que vender livros era bem mais difícil do que escrevê-los. Comprei mil exemplares e tive dificuldade até para dá-los. Arrumei os livros na mala de meu carro e saí vendendo-os como um mascate em bibliotecas, clubes campestres, mercearias e armazéns, cafeterias e um punhado de livrarias”.

A história de Rowling para publicar o primeiro Harry Potter não foi muito diferente. Antes de ser impresso o livro foi recusado pelas editoras onze vezes. Estamos falando da obra ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’, que já vendeu mais de 120 milhões de exemplares. O sucesso foi tão extraordinário que foi lido por crianças e adultos em quase todos os países. São apenas alguns exemplos. Há uma infinidade de casos parecidos, e até mais impressionantes.

Uma das histórias mais tocantes foi a de John Kennedy Toole. Sua obra foi recusada tantas vezes que ele não suportou a rejeição e cometeu suicídio. Sua mãe, entretanto, resolveu continuar perseguindo o sonho do filho. Somente após 11 anos da morte de Toole ela realizou aquele sonho que já parecia impossível, conseguiu publicar ‘Uma Confraria de Tolos’. Essa obra foi agraciada com o Prêmio Pulitzer de ficção, e vendeu mais de dois milhões de exemplares.

Podemos estender esses exemplos para todas as atividades. Durante as últimas décadas, atuando como professor de oratória, convivi com inúmeros empreendedores e profissionais das mais diferentes formações. Muitos deles falaram de seus insucessos, e explicaram porque haviam falhado. Não havia como contestá-los. Uns mencionaram a falta de capital, outros citaram os planos econômicos governamentais, houve quem atribuísse seu fracasso à entrada de empresas estrangeiras no nosso país, e até à falta de sorte.  Embora cada um apontasse com sinceridade as justificativas que os levaram àqueles resultados infelizes, eu sabia que faltara para a maioria um pouco mais de insistência. Poderiam ter caído uma, duas, ou até dez vezes, mas se tivessem tentado um pouco mais, talvez enxergassem a luz que estavam procurando.

Em certas circunstâncias os problemas são tão avassaladores que perdemos o controle da situação. É nessa hora que precisamos ter foco e muita disciplina. Temos de dar prioridade às questões mais relevantes, e colocá-las em hierarquia de importância. Agindo assim será mais fácil enxergar por onde devemos iniciar e quais as etapas que precisaremos cumprir. Dessa forma, podemos diminuir a pressão e aprender que essa caminhada será cumprida com um passo de cada vez.

Eu sei que o momento chega a ser desesperador para algumas pessoas. Que os dias que temos pela frente parecem não ser assim tão auspiciosos, mas tenho certeza de que aqueles que encontrarem uma energia extra no seu interior, mesmo que tudo pareça perdido, acabará por superar esses obstáculos que agora se mostram intransponíveis. Vale a pena acreditar. Vale a pena tentar.

Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação e professor de oratória nos cursos de pós-graduação em Marketing Político e Gestão corporativa na ECA-USP. Escreveu 34 livros, com mais 1,5 milhão de exemplares vendidos em 39 países. Siga no Instagram: @polito pelo facebook.com/reinaldopolito pergunte no [email protected]

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