Diário de São Paulo
Siga-nos

Reforma de casarão no Paraíso, Zona Sul de SP, que viralizou nas redes sociais, expõe dificuldades para tombamento de imóveis

A reforma de um casarão no bairro do Paraíso, na Zona Sul de São Paulo, que viralizou nas redes sociais na última quarta-feira (21), expôs as dificuldades do

casarão
casarão

Redação Publicado em 25/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h10


Imóvel na esquina das ruas Desembargador Eliseu Guilherme e Abílio Soares não era tombado, mas tinha a fachada original parcialmente preservada. São Paulo tem 4 mil imóveis tombados, sete vezes menos do que o Rio de Janeiro, onde há mais de 30 mil.

A reforma de um casarão no bairro do Paraíso, na Zona Sul de São Paulo, que viralizou nas redes sociais na última quarta-feira (21), expôs as dificuldades do debate sobre a preservação do patrimônio histórico e arquitetônico da capital.

O imóvel na esquina das ruas Desembargador Eliseu Guilherme e Abílio Soares não era tombado, mas tinha a fachada original parcialmente preservada. Ele abrigava um tradicional bar de música brasileira chamado Barnaldo Lucrécia, no segundo andar, e uma lanchonete no térreo.

Desde que o bar foi desativado, em 2019, o local foi alvo de duas reformas: a primeira obra, em 2020, transformou parte do prédio em uma academia de pilates. Já neste mês, ao longo de pouco mais de uma semana, uma segunda reforma descaracterizou a fachada salmão, e transformou o segundo andar, que deve ser também ocupado pela lanchonete do térreo.

A cidade de São Paulo tem hoje cerca de 4 mil imóveis tombados – muito menos do que o Rio de Janeiro, por exemplo, onde há mais de 30 mil. Há 30 pedidos para abertura de processos de tombamento aguardando análise no departamento de Patrimônio Histórico da capital paulista.

Para o arquiteto Gabriel Rostey, a prefeitura de São Paulo não oferece estímulos para o tombamento de imóveis históricos.

“São Paulo infelizmente ainda não tem a cultura do tombamento e isso também acontece porque o tombamento aqui é muito rígido, tem pouco incentivo. O correto seria haver um inventário geral. O poder público varrer a cidade inteira para identificar as construções que devem ser protegida”, explica.

“Aqui em São Paulo, quando uma construção que é demolida, não significa que ela não tem valor arquitetônico, mas que um órgão de patrimônio muitas vezes nem chegou a analisar aquele imóvel”, completa Rostey.

.

.

.

Fonte: G1

Compartilhe  

últimas notícias