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Recordista no Brasileiro de Atletismo em SP, acreano fala sobre superação e projeta 2021

O acreano Juriel Maia desembarcou em Rio Branco (AC), na madrugada nesta segunda-feira (21), com três medalhas na bagagem, após disputar o Campeonato

Recordista
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Redação Publicado em 21/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 15h33


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O acreano Juriel Maia desembarcou em Rio Branco (AC), na madrugada nesta segunda-feira (21), com três medalhas na bagagem, após disputar o Campeonato Brasileiro de Atletismo Master, no último fim de semana, em Campinas (SP).

Nas prova de 100 metros, o atleta de 36 anos garantiu medalha de ouro e um recorde de 11.02s. Nos 200 metros também garantiu o primeiro lugar com tempo de 22.63s. Já no saldo em distância ficou com a prata ao alcançar 5.88m.

– Essa competição foi a única que teve (nível nacional), então reuniu todos os atletas de todo o país. Foi uma junção de todas federações, com apoio da Confederação Brasileira (de Atletismo), e eles colocaram todas atividades do ano nessa competição. Então, ganhar e com esse resultado expressivo foi uma satisfação imensa – disse Juriel Maria em entrevista ao ge .

Os resultados tiveram um gostinho ainda mais especial para ele. No início da semana passada, já em São Paulo, o acreano machucou o músculo adutor da coxa durante treinamento e precisou ficar em tratamento até o dia da competição. Logo na prova de 100 metros, as dores reapareceram.

– Eu entrei na pista no sábado pra competir, não estava sentindo a coxa, somente um leve incomodo, mas na hora da prova não tem como segurar. Quando fiz o esforço mais forte na hora da saída eu senti, segurei a dor e completei a prova. Mas quando passei da linha de chegada já passei meio que com o músculo rompido – lembra.

Juriel Maia, bicampeão brasileiro de atletismo master — Foto: Arquivo Pessoal

Mesmo sem 100% das condições físicas devido a lesão, Juriel Maia foi para a prova de salto em distância. Como forma de prevenção para a prova de 200 metros, o acreano saltou apenas uma vez, mas mesmo assim garantiu a segunda posição.

Antes do fim, Juriel Maia precisou refazer a prova dos 100 metros, a pedido da organização. Antes, o tempo do acreano na prova tinha sido 11.17s, mas como houve um problema na homologação do resultado final, Juriel Maia correu novamente e quebrou o próprio recorde, estabelecendo o tempo de 11.02s.

No dia seguinte, o acreano ainda disputaria os 400 metros, mas como não tinha condições físicas, acabou não competindo na prova.

– Eu só fico triste pela questão do apoio e do reconhecimento do estado, que não dá apoio, não tem investimento. Mas já parei de brigar por isso. Tudo que estou fazendo agora é tudo com recursos próprios e por isso não faço tanta questão de divulgar, de correr atrás, porque é realização pessoal minha. Se der certo, ótimo pra mim. Se não der certo, eu não devo nada pra ninguém – destaca o acreano.

Juriel Maria também relembrou a linha do tempo desde uma fratura na coluna que sofreu em meados de 2019, durante a prova de 100 metros na China. Na época, segundo ele, chegou a ouvir de um médico que não teria mais condições de competir.

– Quando retornei pra Rio Branco (da China), procurei alguns médicos e teve um que disse: acabou pra você. Para. Não faz mais nada, não tem como você tomar medicação mais forte, não tem como fazer mais nada. Eu procurei uma outra opinião e outro disse: você tem que fazer trabalhos, fortalecer e continuar com suas atividades. Era o que eu queria ouvir. Continuei treinando e fiz um tratamento – relembra.

Juriel Maia (centro) durante prova dos 200 metros, em Campinas (SP) — Foto: Arquivo pessoal/Juriel Maia

Juriel Maia (centro) durante prova dos 200 metros, em Campinas (SP) — Foto: Arquivo pessoal/Juriel Maia

Desde então, Juriel Maia seguiu no esporte e, no primeiro testes pós-lesão, quase quatro meses depois, consagrou-se campeão nos 100, 200 e 400 metros, na disputa do Troféu de Atletismo Master, em Porto Alegre (RS).

– É mais que uma superação. Na verdade é uma epopeia. Talvez se a gente fosse contar uma história cheia de drama, talvez a gente não conseguisse colocar tanto drama como está sendo. Mas é verdade. É uma história cheia de drama. Mas é tudo no tempo de Deus. Pra mim é uma realização imensa. Superação, gratidão. É um sentimento muito bom – afirma.

– Eu fiz um planejamento de 10 semanas em casa. Eu treinava na área de casa, no quintal, lugares alternativos, na rua. Eu tenho uma chácara na estrada de Porto Acre e montei uma estrutura de pista de atletismo lá. Quase todos dias eu ia pra lá fazer treinamento – diz Juriel Maia.

Para 2021, Juriel Maia sonha alto e quer disputar campeonatos internacionais, dependendo das competições que forem previstas no calendário.

– Se repetir o calendário que era pra sair esse ano, vou participar de umas quatro ou cinco competições. Entre elas, três ou quatro internacionais. Seria o Sul-Americano, o Mercosul, Latino-Americano e o Pan-Americano. São essa quatro competições internacionais que eu possivelmente participe. Eu sou favorito nessas competições, eu já entro com a melhor marca – conclui.

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GE – Globo Esporte.

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