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Quatro anos e sete nomes depois: Ceni reencontra o São Paulo sob nova direção e em crise financeira

Rogério Ceni foi anunciado pelo São Paulo na última quarta-feira como o novo treinador da equipe para o lugar de Hernán Crespo. Foram quatro anos de espera

Quatro anos e sete nomes depois: Ceni reencontra o São Paulo sob nova direção e em crise financeira
Quatro anos e sete nomes depois: Ceni reencontra o São Paulo sob nova direção e em crise financeira

Redação Publicado em 14/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h01


Rogério Ceni foi anunciado pelo São Paulo na última quarta-feira como o novo treinador da equipe para o lugar de Hernán Crespo. Foram quatro anos de espera para que o ídolo do Tricolor retornasse ao clube em que foi projetado como jogador e técnico.

Nesse período, que corresponde entre julho de 2017 e outubro de 2021, muitas coisas aconteceram no São Paulo, desde inúmeras trocas de treinadores, até a mudança da diretoria.

Logo após ser demitido, no meio de 2017, Ceni foi substituído por Dorival Júnior. Mas depois disso, outras seis trocas de treinadores foram registradas. Foram eles: Diego Aguirre, André Jardine, Vagner Mancini, Cuca, Fernando Diniz e Hernán Crespo.

Rogério Ceni conversa com o elenco do São Paulo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc

Rogério Ceni conversa com o elenco do São Paulo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc

O único que conseguiu um título no comando foi o antecessor de Rogério Ceni. No começo da temporada, Crespo levou o São Paulo à conquista do Campeonato Paulista sobre o rival Palmeiras e tirou o clube de uma fila de quase nove anos sem taças.

O troféu, no entanto, não foi suficiente para segurar o argentino por uma temporada inteira. Os resultados ruins no Campeonato Brasileiro e a proximidade da zona de rebaixamento fizeram com que o treinador não aguentasse no cargo. Ele foi demitido na última quarta-feira.

Tá na Área debate demissão de Crespo e anúncio de Ceni no São Paulo

A tônica do clube nos últimos anos, aliás, foi justamente a de não dar continuidade e sequência nos trabalhos de treinadores. Depois de Muricy Ramalho, hoje coordenador de futebol, Fernando Diniz foi quem mais tempo ficou no comando da equipe.

Rogério Ceni assinou na última quarta um contrato até dezembro de 2022. A sua última passagem durou apenas sete meses e não deixou muitas saudades no torcedor são-paulino.

Mudança de diretoria

Rogério Ceni encontrará um ambiente bem diferente daquele que viveu em 2017. Quando foi contratado por Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, Ceni teria ali o seu primeiro trabalho como treinador e aparecia como um ídolo capaz de mudar o rumo do clube.

Além de Leco, de quem Ceni virou desafeto após ser demitido, a diretoria são-paulina ainda tinha como nomes fortes o diretor de futebol José Jacobson Neto e o vice-presidente de futebol José Alexandre Médicis.

Agora, Ceni terá o respaldo de outros nomes, nem tão desconhecidos assim do treinador. Durante o período de jogador, Ceni teve contato com os principais nomes da atual diretoria: Julio Casares, Carlos Belmonte e Muricy Ramalho.

Rogério Ceni e Muricy Ramalho quando ainda eram jogador e técnico — Foto: Marcos Ribolli

Rogério Ceni e Muricy Ramalho quando ainda eram jogador e técnico — Foto: Marcos Ribolli

Em diversos momentos da história recente do São Paulo, esses três personagens estiveram de forma bem presente no clube. Casares, por exemplo, foi diretor de marketing e nome forte em algumas das gestões passadas. Muricy treinou Ceni em diversas ocasiões, inclusive no tricampeonato brasileiro, enquanto Belmonte era conselheiro ativo na Barra Funda e Morumbi.

Tanto Muricy quando Casares nunca esconderam o desejo de trabalhar com Rogério Ceni. Na primeira oportunidade que tiveram, eles foram atrás do ídolo.

Momento financeiro e elenco

O momento financeiro encontrado por Rogério Ceni não é tão diferente do que foi em 2017. Naquela época, o clube já sofria com a crise financeira e, inclusive, precisou vender promessas da base, como David Neres, para equilibrar as contas. Muitos creditam o insucesso de Ceni na primeira passagem, inclusive, a esse “desmanche”.

Sem dinheiro para grandes contratações em 2017, Rogério Ceni teve que utilizar os garotos da base e se contentar com contratações pouco expressivas, como as de Sidão e Thomaz, ex-Jorge Wilstermann. Ambas indicadas por ele mesmo.

Rogério Ceni e Miranda conversam durante treino — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc

Rogério Ceni e Miranda conversam durante treino — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc

O atual São Paulo vive uma de suas piores crises financeiras, com uma dívida que já ultrapassa os R$ 600 milhões. No entanto, diferentemente de quatro anos atrás, Rogério Ceni pega um elenco com jogadores consolidados.

Um bom exemplo é Miranda. O zagueiro é um pilar desse São Paulo e será importante para o treinador durante a sua trajetória. Reinaldo, Eder, Calleri, Luciano e Arboleda são outros jogadores experientes que fazem o elenco competitivo.

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Globo Esporte

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