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Quartéis dos Bombeiros, Bope e Cipa são fechados por mulheres de militares em protesto por salários em Boa Vista

Mulheres de militares fecharam na manhã desta quinta-feira (7) o quartel dos Bombeiros, e mais dois batalhões da Polícia Militar em Boa Vista: o Bope e a

Quartéis dos Bombeiros, Bope e Cipa são fechados por mulheres de militares em protesto por salários em Boa Vista
Quartéis dos Bombeiros, Bope e Cipa são fechados por mulheres de militares em protesto por salários em Boa Vista

Redação Publicado em 07/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h26


Com os bloqueios desta sexta-feira (7), chega a 9 o número de batalhões da PM fechados em Roraima. Mulheres exigem pagamento de salários dos maridos; viaturas são impedidas de sair, mas acesso de policiais é livre.

Mulheres de militares fecharam na manhã desta quinta-feira (7) o quartel dos Bombeiros, e mais dois batalhões da Polícia Militar em Boa Vista: o Bope e a Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa).

Com os portões das unidades trancadas, elas impedem a saída de viaturas e exigem o pagamento dos salários de outubro, já atrasados, e o de novembro, sem data para sair. O acesso de policiais é livre.

Mulheres bloqueiam entrada no quartel dos Bombeiros em Boa Vista — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Mulheres bloqueiam entrada no quartel dos Bombeiros em Boa Vista — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Em todo o estado já são nove quarteis da PM fechados por mulheres de militares, três em Boa Vista, e os outros em Alto Alegre, Pacaraima, Rorainópolis, Caroebe, São João da Baliza e Caracaraí.

O quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro Mecejana, zona Oeste de Boa Vista, foi fechado às 7h desta quinta. Um grupo de mulheres se abriga debaixo de uma tenda e com cartazes exigem os salários dos maridos.

“Reivindicamos o pagamento dos salários. Estamos vivendo uma situação bastante crítica nas nossas casas. Nossas contas não estão mais em dia e tem famílias sem condições até de manter tratamentos médicos para os filhos”, disse Renata Borges, 31, esposa de um bombeiro.

Nessa quarta (5), a Justiça federal deu o prazo de 24 horas para que o estado quite os salários dos servidores da Segurança, sob pena de multa diária de R$ 10 mil à governadora Suely Campos (PP) caso ela não comprove que efetuou os pagamentos.

Viaturas da FN e Polícia Militar estacionadas no pátio da Cipa, onde mulheres bloqueiam o acesso em protesto por salários — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Viaturas da FN e Polícia Militar estacionadas no pátio da Cipa, onde mulheres bloqueiam o acesso em protesto por salários — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Na Cipa,com sede no Parque Anauá, zona Norte da capital, o bloqueio começou por volta das 6h30. Com o quartel fechado, sete viaturas da Força Nacional de Segurança, duas de policiamento ambiental e uma de patrulhamento comum estão estacionadas no pátio impedidas de sair.

O Bope, no Calungá, região Central de Boa Vista, foi fechado às 5h e há ao menos 8 viaturas no pátio. As mulheres disseram que decidiram fechar as unidades especializadas da PM como uma maneira de pressionar ainda mais pelos salários. Até então, somente os dois batalhões comuns da capital estavam fechados.

“Bope é primordial, como está evoluindo a situação [de atraso], fechamos ele e os outros também. Infelizmente foi necessário, a nossa situação nao está fácil. Trabalhar sem receber é ser escravo”, disse a esposa de um PM.

Mulheres colocaram cadeado no portão que dá acesso do Bope em Boa Vista — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Mulheres colocaram cadeado no portão que dá acesso do Bope em Boa Vista — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Salários atrasados e protestos

Servidores de todas as secretarias do estado, com exceção da Saúde e Educação, estão há quase dois meses sem receber.

O último salário pago pelo estado, que era referente a setembro, foi quitado em 9 de novembro com atraso de um mês. Desde então, nenhum outro pagamento foi feito.

Em razão dos atrasos, servidores estão em greve e protestos se espalham pela capital e interior. Além dos batalhões da PM fechados por mulheres de militares, agentes penitenciários paralisaram as atividades e policiais civis também.

Acerca dos pagamentos o estado tem reiterado que enfrenta crise financeira e que tem as contas bloqueadas em razão de decisões judiciais referentes ao pagamento do duodécimo dos poderes.

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