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Quando o fim é apenas o começo

Por Marcelo Emerson

marcelo emerson
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Redação Publicado em 25/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 09h36


Por Marcelo Emerson

Quando o fim é apenas o começo

O imaginário que permeia o mundo corporativo costuma retratar as mudanças de maneira ambígua. Prega-se que todo profissional deve saber se adaptar às mudanças. Porém, não se nega que toda mudança embute o risco de acontecimentos traumáticos.

O que dizer, então, das mudanças que ocorrem nos segmentos em que os profissionais vivem às vistas do público, como é o caso do ramo de entretenimento?

Parte dos fãs arroga para si o papel de “dona” do seu ídolo, de modo que, às vezes, as mudanças empreendidas pelo artista vêm acompanhadas de resistência daqueles que querem guardá-lo numa gaveta de padrões e limites.

Mais difícil ainda é a situação de artistas que se tornam expoentes de uma nova tendência de comportamento.

Quando artistas desse perfil conseguem consolidar mudanças em suas carreiras, faz bem prestar atenção e respeitar.

Cito como exemplo a situação da banda Crypta. Explico: Fernanda Lira (baixo e vocal) e Luana Dametto (bateria) fizeram parte da banda Nervosa. Formado apenas por garotas, o grupo rompeu barreiras do mercado da música, estabelecendo uma carreira sustentável, com turnês regulares, tocando em grandes festivais, lançando álbuns, recebendo boas resenhas da crítica especializada e arregimentando uma respeitável base de fãs.

Em 2019, num ótimo momento da trajetória, as duas musicistas deixam a Nervosa e formam a banda Crypta, completando a formação com Tainá Bergamaschi e Sonia Anubis nas guitarras.

Luana Dametto contou a este colunista que, naturalmente, surgiu uma certa insegurança quanto ao futuro, que veio somada a algumas críticas tão comuns em tempos de redes sociais.

A despeito disso, firmam contrato com a gravadora Napalm Records, se trancam no estúdio e saem de lá com um trabalho feito com muito apuro, o álbum “Echoes of the Soul”.

Restava saber se a banda funcionaria ao vivo. A prova veio no sábado passado, dia 20, quando a banda Crypta foi a “headliner” do Festival Porão do Rock e fez um show aclamado pelo público presente e nas redes sociais.

Foi a consagração de uma primeira fase, em que as integrantes da Crypta venceram a insegurança, souberam se comunicar de modo eficiente com seu público e encararam as mudanças com coragem, capacidade de adaptação e talento. Um ótimo começo para um novo ciclo.

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