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Quais seriam os placares mais justos da segunda rodada do Brasileirão? Entenda metodologia e confira

Se houvesse justiça no futebol, o Palmeiras teria saído com a vitória no confronto contra o Goiás na Serrinha. Nos demais resultados, as performances das

Quais seriam os placares mais justos da segunda rodada do Brasileirão? Entenda metodologia e confira
Quais seriam os placares mais justos da segunda rodada do Brasileirão? Entenda metodologia e confira

Redação Publicado em 18/04/2022, às 00h00 - Atualizado às 13h00


Se houvesse justiça no futebol, o Palmeiras teria saído com a vitória no confronto contra o Goiás na Serrinha. Nos demais resultados, as performances das equipes em campo foram condizentes de certa forma com os resultados. As análises dos jogos abaixo se baseiam somente no indicador de expectativa de gol (xG), onde cada finalização recebe um valor diferente (veja metodologia no final do texto). Entende-se que duas finalizações nem sempre fornecem o mesmo perigo para o adversário, como por exemplo uma feita do meio de campo e uma de pênalti.

Goiás (1,71) 1-1 (2,16) Palmeiras

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O Palmeiras finalizou 20 vezes durante o jogo (14 de dentro da grande área, uma da pequena área e outras cinco de fora) e produziu o suficiente para marcar 2,16 gols. A finalização que trouxe mais perigo para o adversário foi a de Rony aos 20 minutos do segundo tempo, quando estava cara a cara com o goleiro Tadeu e acabou desperdiçando a oportunidade. Já o Goiás finalizou dez vezes na partida (somente duas finalizações de fora da área), produziu o suficiente para marcar 1,71 gol e a melhor chance da equipe mandante foi com Apodi de dentro da pequena área, que exigiu boa defesa de Weverton.

América-MG (2,37) 4-1 (0,65) Juventude

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O América-MG finalizou 23 vezes contra o Juventude, com destaque para o pênalti convertido por Iago Maidana. O pênalti é o tipo de finalização que tem a maior probabilidade de ser convertido em gol: dos 963 pênaltis cobrados e coletados pelo Espião Estatístico desde 2013 em Campeonatos Brasileiros, 735 balançaram as redes (ou seja, em 76,3% das vezes). O Juventude finalizou onze vezes na partida, porém sete dessas finalizações foram de fora da área. Quanto mais distante do gol, menor a chance da finalização se converter em gol.

Corinthians (1,99) 3-0 (0,99) Avaí

O Corinthians finalizou apenas dez vezes contra o Avaí na partida. Isso porque abriu boa vantagem logo no início da partida e conseguiu controlar bem as investidas do adversário depois. Mesmo finalizando mais (13 vezes), o Avaí finalizou sete vezes de fora da área, o que mostra certa dificuldade da equipe de finalizar de mais perto do gol de Cássio e consequentemente oferecer mais perigo para o adversário.

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Cuiabá (0,18) 0-1 (0,81) Fluminense

Cuiabá só finalizou quatro vezes na partida (três de frente de fora da área e uma de dentro da grande área) e três dessas finalizações originaram de contra-ataques. O Fluminense finalizou 11 vezes, seis de fora da área e cinco de dentro da grande área, e foi beneficiado pelo gol contra de Paulão já no final da partida.

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Santos (3,11) 2-1 (1,77) Coritiba

O jogo ficou marcado por ser o confronto com mais finalizações até aqui neste Brasileirão: 38 (15 do Santos e 23 do Coritiba). Além do benefício do gol contra , o Santos conseguiu finalizar mais três vezes de dentro da pequena área e foi em uma dessas finalizações que marcou seu outro gol com Leo Baptistão. A equipe produziu o suficiente para marcar 3,11 gols. Já o Coxa produziu 1,77 xG, apesar de ter finalizado mais, abusou das finalizações de fora da área: foram 12 (mais da metade das finalizações).

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Flamengo (2,50) 3-1 (0,31) São Paulo

Flamengo produziu o suficiente para marcar 2,5 gols. Equipes mais qualificadas tendem a finalizar de mais perto e criar chances mais perigosas. Das 18 finalizações da equipe mandante, 13 foram de dentro da grande área (onde os três gols acontecem). O São Paulo finalizou apenas sete vezes contra o Flamengo (apenas três de dentro da grande área) e produziu o suficiente para marcar 0,31 gol. Calleri foi eficiente, marcou e conseguiu empatar a partida no primeiro tempo.

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Bragantino (1,64) 4-0 (0,19) Atlético-GO

Outro placar condizente com a performance das equipes em campo. O Bragantino finalizou 15 vezes durante a partida (duas de dentro da pequena área, cinco de dentro da grande área e outras oito de fora). Aos 30 minutos, já tinha 3 a 0 no placar e não sofreu das poucas finalizações do Atlético-GO no jogo: foram somente cinco (três de fora, duas de dentro da grande área).

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Internacional (2,05) 2-1 (1,88) Fortaleza

Os valores dos indicadores de expectativa de gol (xG) próximos das equipes são explicados pelos dois pênaltis a favor do Fortaleza (um convertido e outro desperdiçado por Yago Pikachu). Somente esses dois pênaltis produziram uma expectativa de 1,44 dos 1,88 xG do Fortaleza. O Leão só finalizou outras cinco vezes na partida. Já o Inter finalizou 17 vezes durante o jogo, 13 delas de dentro da área e mesmo com dois pênaltis contra, produziu uma expectativa de gol (xG) maior que a do adversário.

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Athletico-PR (0,80) 0-1 (1,13) Atlético-MG

Athletico-PR finalizou 12 vezes durante o jogo, mas só trouxe perigo para o Galo nos minutos finais de jogo (quando a linha preta do gráfico abaixo sobe com maior inclinação). O Atlético-MG finalizou 16 vezes, com dez finalizações de dentro da grande área (inclusive o gol da vitória) e seis de fora.

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Ceará (1,54) 1-3 (2,04) Botafogo

Ceará finalizou 18 vezes (11 de dentro da área, sete de fora) e produziu uma expectativa de 1,54 xG. O Botafogo teve uma expectativa de gol maior por conta do pênalti. O Fogão finalizou outras 12 vezes na partida, com destaque para duas de dentro da pequena área (uma para fora de Kanu e outra convertida por Erison).

Quais seriam os placares mais justos da segunda rodada do Brasileirão? Entenda metodologia e confira

Você poderá encontrar gráficos e análises de demais jogos no Twitter do Espião Estatístico.

Metodologia

O indicador de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG) é uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência mais de 83 mil finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em mais de 3,3 mil jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. São consideradas a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol, a parte do corpo utilizada para concluir, se a finalização foi feita de primeira ou foi ajeitada , se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador, assim como a origem do lance (se a partir de um cruzamento, falta direta, de uma roubada de bola, etc). Também são levados em conta o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

Como exemplo, de cada cem finalizações da meia-lua, apenas sete viram gol. Então, considerando somente a distância do chute, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada finalização de cada equipe recebe um valor e é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

Sendo assim, conseguimos identificar quem são jogadores e equipes que acabam performando acima ou abaixo do que se esperava em uma partida ou até mesmo em um campeonato. Vale lembrar de que o futebol é o esporte em que o acerto é mais raro (neste caso o gol) e isso faz com que nem sempre o placar final de um jogo seja condizente com a performance das equipes em campo.

*Bruno Imaizumi é economista parceiro da equipe do Espião Estatístico, que é formada por: Felipe Tavares, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti.

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