Um professor de teatro foi agredido após sair de uma festa de Réveillon, na madrugada da última terça-feira (1), de mãos dadas com um rapaz em Guarujá, no
Redação Publicado em 02/01/2019, às 00h00 - Atualizado às 09h26
Um professor de teatro foi agredido após sair de uma festa de Réveillon, na madrugada da última terça-feira (1), de mãos dadas com um rapaz em Guarujá, no litoral de São Paulo. Rafael de Souza, de 31 anos, caminhava acompanhado quando foi abordado, humilhado com xingamentos homofóbicos e agredido com socos no rosto. Até agora ninguém foi preso.
Em contato com o G1, o professor contou que andava na rua Osvaldo Rubens Lourenço, no bairro Astúrias, quando dois homens saíram de dentro de uma casa e começaram a gritar. Souza comenta que demorou a perceber que os xingamentos e insultos eram direcionados a ele, até que se virou para olhar e levou um soco no rosto.
“O rapaz que estava comigo conseguiu se afastar rapidamente da situação. Eu fiquei parado no local, sem entender o que estava acontecendo. Os dois homens queriam me bater. Eles saíram e começaram a gritar comigo. Em determinado momento, que passei a olhar diretamente para eles, eles me chamaram de ‘viado’ e perguntaram o que eu estava olhando”, relata.
Segundo Souza, com medo, o companheiro se afastou rapidamente enquanto os outros dois suspeitos vieram novamente em direção a ele para continuar os ataques. “Nem tinha me dado conta de que eles estavam ali. Eles vieram me agredir justamente pelo fato de eu estar com um outro homem de mãos dadas”, lamenta.
Assustados, os dois decidiram correr e procuraram ajuda na casa de uma amiga que mora próximo ao local. O professor foi até a Delegacia Sede de Guarujá para registrar boletim de ocorrência, mas o local estava lotado por conta de outras ocorrências de fim de ano, incluindo o caso das cinco pessoas baleadas em um baile funk. Eles foram orientados a voltar nesta quarta-feira (2).
“É a primeira vez que sofro por conta de homofobia. Eu e o rapaz que estou saindo somos negros e, por um instante, pensei que fosse por isso, mas eles me xingavam muito de viado e com uma raiva estranha. Agiram como se eu tivesse feito algo errado, mas só estava passando pela rua”, finaliza.
Segundo apurado pelo G1, câmeras de monitoramento instaladas nas imediações deverão ajudar a polícia a identificar os suspeitos. Apesar das agressões, o professor e o companheiro passam bem e não tiveram ferimentos graves.
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