Pelo sexto mês seguido, a produção da indústria nacional registrou crescimento em outubro, de 1,1%, se comparado a setembro. Com o resultado acumulado de 39%
Redação Publicado em 02/12/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h45
Pelo sexto mês seguido, a produção da indústria nacional registrou crescimento em outubro, de 1,1%, se comparado a setembro. Com o resultado acumulado de 39% em seis meses, o setor está 1,4 ponto percentual acima do patamar de fevereiro – antes da pandemia de covid-19. No acumulado do ano a produção ainda é negativa (-6,3%), sendo que nos últimos 12 meses foi registrada queda de 5,6%. Em relação a outubro de 2019, a produção subiu 0,3%. Na comparação com o nível recorde de produção, alcançado em maio de 2011, a indústria ainda se encontra 14,9% abaixo do pico. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Os dados mostram que tem algum grau de recuperação. As medidas emergenciais foram importantes, mas ainda tem um espaço para ser considerado”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
De acordo com os dados, duas das quatro grandes categorias econômicas apresentaram crescimento, com destaque para bens de capital que avançou 7% de setembro para outubro; e bens de consumo duráveis com alta de 1,4%. Essas categorias também tiveram o sexto mês seguido de expansão na produção, com acumulados de 111,5% e 506,7%, respectivamente. Bens de capital está 3,5% acima do patamar de fevereiro, enquanto bens de consumo duráveis ainda está 4,2% abaixo.
A categoria de bens intermediários registrou queda de 0,2% e bens de consumo semi e não duráveis de 0,1%. Os recuos interromperam cinco meses consecutivos de crescimento na produção, com ganhos acumulados de 26,6% e 30,4%, respectivamente.
Para o gerente, o crescimento de outubro refletiu um comportamento diferente dos últimos meses, que vinha com avanços disseminados entre os ramos. Agora, 15 dos 26 ramos pesquisados mostraram alta na produção. Em setembro foi de 22 das 26. Segundo André Macedo, o efeito da pandemia foi evidente no setor, principalmente, nos meses de março e abril, com medidas de distanciamento social mais rigorosas.
“Mesmo com essa sequência de altas e a recuperação ao patamar de fevereiro, o acumulado do ano ainda é negativo”, disse.
A influência mais relevante entre as atividades na passagem de setembro para outubro foi de veículos automotores, reboques e carrocerias, que subiu 4,7%. O ramo foi muito prejudicado nos meses críticos da pandemia e acumulou expansão de 1.075,8% nos últimos seis meses. Mesmo assim, está 9,1% abaixo do patamar de fevereiro. “As perdas foram muito acentuadas em março e abril”, pontuou o gerente.
Também tiveram influência positiva no resultado do mês na indústria a metalurgia (3,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,5%), máquinas e equipamentos (2,2%), produtos de metal (2,8%), couro, artigos para viagem e calçados (5,7%), produtos de minerais não metálicos (2,3%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,0%) e produtos de borracha e de material plástico (2,1%).
Os principais impactos negativos entre as atividades foram em produtos alimentícios (-2,8%), que vinha de três meses de altas seguidas com acumulado de 4,3%. Também contribuíram negativamente o setor de indústrias extrativas (-2,4%), que teve o segundo mês de queda seguido e perda acumulada de 7,0%. Conforme a pesquisa, houve recuos relevantes em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,2%), Produtos do fumo (-18,7%) e Outros produtos químicos (-2,3%).
Para o avanço de 0,3% na comparação com outubro de 2019, contribuíram os resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 26 ramos, 45 dos 79 grupos e 50,8% dos 805 produtos pesquisados. Isso ocorreu apesar de outubro de 2020 ter dois dias úteis a menos do que o mesmo mês do ano anterior.
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Agência Brasil
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