Uma primata de 30 anos está fazendo um tratamento com insulina para combater a diabetes no Zoológico Municipal "Quinzinho de Barros", em Sorocaba (SP).
Redação Publicado em 06/07/2017, às 00h00 - Atualizado às 12h35
Uma primata de 30 anos está fazendo um tratamento com insulina para combater a diabetes no Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”, em Sorocaba (SP).
Os animais que vivem no zoo passam por um check-up, anual ou semestral – dependendo da espécie -, onde são coletadas fezes, urina e sangue para exames. Em um desses check-ups, há 10 anos, Mel foi diagnosticada com diabetes.
Desde então, ela vem recebendo o tratamento com insulina, assim como o paciente diabético humano.
A bióloga e chefe de seção de biologia e veterinária do zoo, Cecília Pessutti, explica que, para fazer o tratamento de forma não invasiva, Mel foi treinada para receber a injeção e seguir com uma vida normal. Atualmente, a primata – que chegou ao zoológico em 2002 – vive sozinha no recinto.
“Ela foi treinada para mostrar a área que vai receber a injeção. Os veterinários podem fazer a aplicação subcutânea de forma bastante segura e, na sequência, a Mel recebe uma recompensa. Pode ser uma fruta, uma folha que ela goste bastante, como a de hibisco, ou alguma outro alimento que trabalha a questão da associação”, conta a bióloga.
Além da dose de insulina, a primata tem uma dieta diferenciada, composta por frutas com pouca concentração de açúcar, como mamão, melão e goiaba, vegetais e folhas, como escarola e couve, por exemplo. Os alimentos são oferecidos em pequenas quantidades e distribuídos ao longo do dia.
“A Mel é monitorada constantemente e, de tempos em tempos, é feita a curva glicêmica completa. O procedimento é semelhante ao feito em seres humanos. A cada duas horas faz uma picadinha no dedo ou em outra região vascularizada e coloca a amostra no aparelho”, explica Cecília.
Ainda segundo a bióloga, a doença não é incomum entre os primatas. Entretanto, sem tratamento, pode ter consequências como paralisia e convulsões, podendo até mesmo levar a óbito.
“Não é raro [doença], o que pode acontecer é que não é diagnosticado quando o animal está na natureza. É uma doença que acontece de fato, mas não é uma situação incomum entre primatas”, finaliza Cecília.
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