O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, aponta para um deflação de -0,16% em dezembro,
Redação Publicado em 21/12/2018, às 00h00 - Atualizado às 08h39
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, aponta para um deflação de -0,16% em dezembro, informou nesta sexta-feira (21) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desde julho do ano passado o IPCA-15 não registrava deflação – naquele mês ficou em -0,18%. Além disso, foi a menor taxa para o mês de dezembro desde o início do Plano Real, em 1994.
Em novembro, o IPCA-15 ficou em 0,19%, mas o índice final ficou em -0,21%, a segunda deflação do ano.
De acordo com o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro apresentaram deflação de novembro para dezembro:
No lado das altas, o destaque ficou com o grupo Alimentação e bebidas (0,35%), que apresentou o maior impacto positivo no índice do mês. Os demais grupos variaram entre o 0,02% de Educação e o 0,44% de Artigos de residência.
Com a deflação de dezembro, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 3,86%, abaixo do centro da meta do Banco Central, que é de 4,5% para 2018.
Segundo o IBGE, a queda de 0,93% no grupo de transportes foi a de maior impacto (-0,18 p.p.) no índice de dezembro. Ela foi puxada, principalmente, pela redução nos preços da gasolina, que caíram em média -5,47% no país.
Todas as áreas pesquisadas pelo instituto apresentaram queda de preços do combustível. As maiores foram registradas em Salvador (-8,90%) e Fortaleza (-3,02%).
Além da gasolina, destacou o IBGE, o etanol e o óleo diesel também caíram em dezembro (-3,00% e -1,93%, respectivamente).
No campo oposto, ainda no grupo de transportes, as passagens aéreas subiram 29,61%, sendo o maior impacto individual positivo no IPCA-15 de dezembro (0,11 p.p).
Também contribui com impacto relevante na deflação de dezembro o grupo de Habitação, que teve queda de 0,52% no mês puxada, sobretudo, pela mudança da bandeira tarifária amarela para a verde na conta de energia elétrica.
O grupo de Alimentação e bebidas, que tem o maior peso na composição da inflação, manteve-se em alta, mas desacelerou de 0,53% em novembro para 0,35% em dezembro.
Segundo o IBGE, essa desaceleração aconteceu, principalmente, porque a alimentação no domicílio, que tinha registrado 0,85% de aumento em novembro, passou para 0,22% em dezembro.
Dentre as principais quedas os preços dos alimentos, destacam-se:
Já as maiores altas registradas foram:
A previsão dos analistas para a inflação em 2018 caiu para 3,71%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. O percentual esperado pelo mercado continua abaixo da meta de inflação que o Banco Central precisa perseguir neste ano, que é de 4,5% e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema – a meta terá sido cumprida pelo BC se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar entre 3% e 6%.
A expectativa dos analistas vai de encontro à estimativa do governo federal, que nesta quinta-feira (20) anunciou a revisão de 4,1% para 3,7% a previsão de inflação em 2018, ainda mais distante do centro da meta de 4,5%, mas ainda dentro do intervalor de tolerância.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 6,5% ao ano.
A expectativa no mercado é de que a taxa básica de juros, atualmente em 6,5%, não será elevada na reunião de dezembro do BC, que no ano que vem passará a ser comandado por Roberto Campos Neto, indicado pelo governo Bolsonaro para substituir Ilan Goldfajn.
Em 2017, a inflação oficial do país ficou em 2,95%, fechando pela primeira vez abaixo do piso da meta fixada pelo governo, que era de 3%.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de novembro a 12 de dezembro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de outubro a 12 de novembro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
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