A Prevent Senior divulgou um comunicado aos associados e à comunidade na segunda-feira (29) afirmando que não existe qualquer pesquisa científica que comprove
Redação Publicado em 30/11/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h53
A Prevent Senior divulgou um comunicado aos associados e à comunidade na segunda-feira (29) afirmando que não existe qualquer pesquisa científica que comprove a eficácia dos medicamentos do chamado “kit Covid”, entre eles a cloroquina e a hidroxicloroquina.
A divulgação está prevista no item 6 do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), feito pela Promotoria de Saúde do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), e homologado pelo Conselho Superior do MP (leia o item 6 abaixo).
No comunicado, a Prevent diz que a divulgação da eficácia do “kit Covid” não correspondia “efetivamente a uma pesquisa científica, limitando-se a dados obtidos internamente para fins estatísticos, sem qualquer tipo de viés científico”.
A operadora afirma ainda que “não obteve autorização do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) para a realização de estudos científicos envolvendo a cloroquina e a hidroxicloroquina” e que não possui nenhuma pesquisa ou levantamento que “ateste a eficácia de algum tipo de medicamento” de forma preventiva ou precoce contra a Covid-19.
O documento assinado com o MP prevê uma série de pedidos de mudanças para a operadora de saúde cumprir. A empresa se comprometeu ainda não distribuir mais o “kit Covid”, composto por medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença, segundo a ciência. No termo foram listados como medicamentos pertencentes ao “kit Covid” cloroquina, hidroxicloroquina, flutamida, etarnecept, azitromiana, oseltamivir, ivernectina, nitazoxanida, colchicina, zrtzco, corticoides, vitaminas e anticoagulantes.
Como a GloboNews revelou, a Prevent Senior ocultou mortes de pacientes que participaram de um suposto estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, para tratar a Covid-19.
A até então chamada “pesquisa” foi divulgada e enaltecida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), como exemplo de sucesso do uso da hidroxicloroquina . Ele postou resultados e não mencionou as mortes de pacientes que tomaram o medicamento.
O dossiê o qual a GloboNews teve acesso informa que a disseminação da suposta eficácia da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent.
Em depoimento à CPI da Covid em setembro, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, negou que o plano de saúde tenha omitido dados sobre mortes de pacientes infectados com a Covid durante a realização do estudo.
O diretor afirmou ainda que dois ex-funcionários “manipularam dados de uma planilha interna” para “tentar comprometer a operadora”.
Reportagem da GloboNews teve acesso à planilha com os nomes e as informações de saúde de todos os participantes do estudo. Nove deles morreram durante a pesquisa, mas os autores só mencionaram duas mortes.
Aos senadores, o diretor da Prevent Senior afirmou que os ex-funcionários “invadiram o sistema” e “adulteraram a planilha” de óbitos. “Esses profissionais, já desligados, passaram a acessar e a editar o referido arquivo culminando no compartilhamento da planilha com a advogada Bruna Morato em 28 de agosto”, afirmou Batista à CPI.
“Prevent Senior firma importante acordo com o MP
A Prevent Senior continua e continuará prestando a assistência necessária aos beneficiários, visando sempre a segurança e qualidade dos atendimentos.
Ao longo desta pandemia, foram investidos R$ 350 milhões em novas unidades e equipamentos. Os planos de investimento e aprimoramento da qualidade continuam. Vamos inaugurar cinco novas unidades hospitalares em São Paulo, para melhor atender nossos clientes até o final de 2022.
Seguindo o compromisso com a ética e transparência que sempre norteou a nossa atuação, a Prevent Senior vem a público esclarecer que foi firmado com o Ministério Público do Estado de São Paulo um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no dia 22 de outubro de 2021.
O TAC consiste em um instrumento jurídico por meio do qual a empresa se compromete a rever e eventualmente ajustar determinadas ações. O referido instrumento, ao mesmo tempo, reforça a boa-fé e a constante busca pelo aprimoramento dos procedimentos internos por parte da empresa.
Como pactuado, a Prevent Senior se compromete a divulgar, neste comunicado, o que segue:
Vale mencionar que a Prevent Senior segue colaborando com as investigações conduzidas pelas autoridades competentes no contexto de sua atuação frente à pandemia da Covid-19.“
Item 6 do TAC
“6. Publicar e divulgar amplamente as seguintes informações, em órgãos de imprensa e em demais meios de comunicação quanto aos dados apresentados ao público acerca de suposta pesquisa científica que atestava erroneamente a eficácia de parte dos medicamentos do “kit COVID”:
a) Os resultados divulgados pela empresa ou por terceiros acerca da eficácia da cloroquina e hidroxicloroquina não correspondiam efetivamente a uma pesquisa científica, limitando-se a dados obtidos internamente para fins estatístico, sem qualquer tipo de viés científico
b) A Prevent Senior não obteve autorização do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) para a realização de estudos científicos envolvendo a cloroquina e a hidroxicioroquina;
c) inexiste a conclusão qualquer pesquisa científica realizada pela Prevent Senior que conclua pela eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina ou de demais medicamentos do denominado “kit Covid”, para tratamento da COVID-19;
d) Inexiste qualquer pesquisa cientifica realizada pela Prevent Senior que ateste a eficácia de algum tipo de tratamento precoce ou preventivo para pacientes suspeitos, confirmados ou mesmo sem Covid-19.
6.I. O comunicado deverá ser publicado em ao menos 3 jornais de grande circulação nacional e em 5 portais igualmente de dimensão nacional durante dois dias.
6.2. O comunicado deverá ser inserido nos meios de comunicação da empresa Prevent (Facebook, Instagram, Twitter), devendo as postagens com as informações, realizadas nas contas e em nome da empresa, serem mantidas públicas e sem restrições de acesso durante o período mínimo de 1 (um) ano;
6.3. O prazo para cumprimento do item 6 e de seus subitens é de 29 dias corridos.”
Além de divulgar a ineficácia do “kit covid” e suspender a distribuição gratuita dos medicamentos, a Prevent se comprometeu ainda a respeitar a autonomia médica “que não pode estar condicionada a indicações gerais e abstratas oriundas das esferas superiores da empresa para tratamentos de moléstias” e o veto à alteração do código de diagnóstico de pacientes (CID).
A Prevent também aceitou criar a figura do ombudsman, um profissional que não faz parte da operadora e que teria como tarefa fiscalizar internamente os procedimentos, de forma autônoma. Pela proposta, o ombudsman seria escolhido pelos donos da Prevent em uma lista tríplice indicada pelo Idec.
Em março, reportagem da Globonews mostrou que a operadora estava distribuindo o ‘kit Covid’ de forma indiscriminada. Desde então, comissões parlamentares de inquérito no Congresso e na Câmara de Vereadores de SP passaram a investigar mortes de pacientes da operadora pela doença.
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