O Presidente da Central Única de Favelas (Cufa), Preto Zezé, afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva, na noite desta segunda-feira (16), que moradores de
Redação Publicado em 17/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h59
O Presidente da Central Única de Favelas (Cufa), Preto Zezé, afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva, na noite desta segunda-feira (16), que moradores de periferias não tem os mesmos direitos que moradores de regiões mais nobres e criticou a violência policial imposta aos mais pobres. “Na favela, não há Estado Democrático de Direito”.
Segundo ele, uma pesquisa feita pela Cufa indicou que cerca de 55% dos negros, que moram em favelas, tem medo da polícia. “A polícia está preparada para uma guerra, para um enfrentamento”, afirmou.
E completou falando sobre como o sistema policial oprime o negro. “A polícia mostra a produtividade, e produtividade é mostrar preto e favelado preso em jornal policial, cabisbaixo, como troféu. Isso não tem gerado resultado nenhum, inclusive para os policiais. O Brasil tem a polícia que mais mata, e isso precisa ser rejeitado e repudiado”, disse ele.
Para Zezé, é “preciso desnaturalizar esse genocídio que está montado dentro de setores da segurança pública”. “Eu quero discutir segurança pública com policiais, mas eu não consigo admitir que a segurança pública seja sinônimo somente de munição, efetivo e viatura”, completou.
Para o presidente da Cufa, o país assumiu um postura perigosa e de negação do problema, porque alguns afirmam que existe, mas poucos assumem que praticam.
“Existe um racismo à brasileira, que é aquele que todo mundo assume que existe, mas ninguém assume que pratica (…) No Brasil, o negro não nasce negro, ele descobre que é negro e muitas vezes essa descoberta é extremamente dolorosa”, afirmou.
Ao falar sobre preconceito, desigualdade e violência, Preto Zezé também relembrou George Floyd, morto em Minnesota, nos Estados Unidos, após um policial asfixiá-lo com o joelho em seu pescoço.
“O mundo todo se horroriza com George Floyd, que foi uma coisa grave e séria, mas no Brasil são 45 mil ‘George Floyds’, naturalizado”, afirmou.
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iG
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