Desde a saída de Everson para o Atlético-MG, em setembro de 2020, João Paulo e John disputam a condição de titular do gol do Santos. Nos dois últimos anos, os
Redação Publicado em 21/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h16
Desde a saída de Everson para o Atlético-MG, em setembro de 2020, João Paulo e John disputam a condição de titular do gol do Santos. Nos dois últimos anos, os goleiros se alternaram na posição.
John foi o escolhido para iniciar a decisão da Libertadores de 2020, contra o Palmeiras. Já nesta temporada, João Paulo voltou a ser titular após a lesão do colega e ganhou destaque pelas atuações na reta final do Campeonato Brasileiro.
A dupla é treinada por Sebastião Martins Oliveira Júnior, o Arzul, famoso preparador de goleiros do Alvinegro. Em entrevista ao ge, o profissional destacou o trabalho e a evolução dos dois jogadores neste ano.
– São goleiros novos. Obviamente, alguns erros irão acontecer. Acontece com todos os goleiros. O Petr Cech era um grande goleiro e cometia erros. Futebol é um jogo, é um risco. Principalmente para o goleiro. Você tem milésimos de segundo para tomar a decisão correta. E você tem que corrigir (os erros). Aí que vem o detalhe do profissional.
Com relação a João Paulo, Arzul ressaltou que o camisa 34 é um goleiro com muita atitude. Mas lembrou que foi preciso trabalhar o posicionamento do goleiro para que ele aprimorasse a técnica na hora de sair do gol em jogadas aéreas.
– O João Paulo sempre foi um cara agressivo em termos de tomada de decisão, de atitude. Ele tinha uma coisa de posicionamento inicial para ter o combate, para atacar a bola. Fomos corrigindo, e ele foi se adaptando. Ele já havia aprendido muito com o Aranha. Fizemos ajustes, ele pegou e está se saindo muito bem.
O preparador de goleiros também destacou que João Paulo possui velocidade e tempo de reação, além de leitura de jogo.
– Ele é muito rápido, se posiciona bem e tem uma leitura fantástica. Ele ataca muito bem no chão. A gente costuma a dizer que quanto mais você descer o centro de gravidade, que é o nosso abdominal, mais rápido você vai atacar o chão. E ele faz isso muito bem. Antes de a bola chegar, ele já está com o quadril lá embaixo. E ele ataca bem essas bolas. É um líder positivo. Ali atrás, é o dono da cozinha. Sabe fazer bem uma feijoada, ele que comanda (risos). Grandiosíssimo.
Antes de se firmar no Santos, John foi emprestado para a Portuguesa Santista, onde disputou a Série A2 do Campeonato Paulista. Na passagem pela Briosa, o goleiro chegou a ser criticado por parte da torcida por oscilar nas partidas. Segundo Arzul, essa passagem foi importante para o amadurecimento do atleta.
– O John foi para um campeonato muito difícil, que era pauleira, com campos ruins. É tudo de aprendizado mesmo. Como ele foi muito novo, sabíamos que teria esse risco de em algumas partidas ir bem e em outras não. O fundamental é saber daquilo de que ele é capaz e trabalhar em cima disso. Capacidades físicas e psíquicas, principalmente. As técnicas, que são o desenvolvimento de habilidades motoras, nós vamos trabalhando.
O preparador de goleiros acredita que John tem características semelhantes às de João Paulo. E no caso do camisa 31, também foi preciso aprimorar algumas técnicas.
– Os dois são muito parecidos em termos de agressividade, de tomada de decisão. Com o John nós tivemos que ir aprimorando a técnica dele. Ele veio da base um pouco sem a técnica de (sair com o) punho. Descer mais o quadril para atacar a bola no chão. Fomos corrigindo e deu certo.
Arzul também falou sobre Diógenes. O jovem goleiro tem trabalhado entre os profissionais e foi cedido ao time sub-20 para reforçar o elenco do Santos na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Na visão do preparador, a força é uma das principais características do atleta.
– Ele tem muita impulsão, tanto para saída de gol quanto para a subida, para atacar a bola no chão. Estamos trabalhando em algumas técnicas como a bola de punho. A entrada, que é aquela bola que vem na parte central do corpo e você agacha para fazer o encaixe no chão, é a melhor qualidade dele. Ele dá muita passada lateral mediante a força dele para não cair toda hora. No Santos, como é uma equipe propositiva, quanto menos o goleiro cair, mais rápido é o contra-ataque. Trabalhamos muito em cima disso: procurar cair menos para sair o mais rápido possível e começar a construção de jogo com três ou quatro atletas adversários em cima de você. Assim, você terá uma superioridade numérica na frente. E ele tem muito disso.
De acordo com Arzul, a torcida do Peixe pode esperar um goleiro participativo em termos técnicos, de velocidade e potência.
– Ele vem de uma escola boa, do Inter. Passou pelo Avaí e nós o requisitamos. Ele é um líder positivo e vai tomar conta da posição.
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Globo Esporte
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