A Prefeitura de Jales (SP) exonerou a secretária de Saúde, Maria Aparecida Martins, e a diretora financeira, Érica Cristina Carpi Oliveira, após elas serem
Redação Publicado em 31/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h33
A Prefeitura de Jales (SP) exonerou a secretária de Saúde, Maria Aparecida Martins, e a diretora financeira, Érica Cristina Carpi Oliveira, após elas serem presas durante a operação Farra do Tesouro, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (31). Segundo investigações da PF, elas foram presas suspeitas de desviar mais de R$ 5 milhões dos cofres púlblicos.
Além das duas, foram presos o marido de Érica, Roberto Santos Oliveira, a irmã Simone Carpi Brandt e o cunhado dela, Marlon Brandt. As prisões temporárias tem validade de cinco dias. Após prestar esclarecimentos, a secretária teve a prisão revogada, segundo a PF. O G1 não conseguiu contato com a defesa dos acusados.
Além de exonerar as duas funcionárias, a prefeitura determinou que a Procuradoria Geral do município investigue o caso.
“A prefeitura vai abrir uma sindicância para apurar as funções e os valores desviados, para que possa propor ação judicial cobrando essa quantia desviada”, afirma o procurador do município Pedro Callado.
As investigações da PF começaram no início deste ano. Segundo a PF, há vários anos, a tesoureira seria a mentora do esquema de desvios. Ela foi contratada em 2005 para trabalhar na prefeitura sem concurso público. Ela e vários parentes seriam os principais beneficiários dos recursos desviados.
O procurador também falou sobre o fato de Erica não ser concursada pública e estar na função há tanto tempo.
“Entendeu o Ministério Público que o cargo de tesoureiro é técnico e deveria ser concursado. A Érica, desde 2005, tem experiência, e o prefeito então extinguiu o cargo de tesoureiro e criou o cargo de diretora financeira, que poderia ser comissionado, deixando uma pessoa com experiência, que até outras gestões confiaram nela”, diz.
As investigações apontaram que, somente nos últimos dois anos, ela teria desviado aproximadamente R$ 2 milhões. Os 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos presos, nas empresas do marido da tesoureira e também nas residências dos secretários da Fazenda e Saúde.
Segundo a PF, Erica era responsável por realizar todos os pagamentos da prefeitura. A tesoureira emitia cheques da prefeitura, pagava boletos bancários das empresas do marido, e até transferia valores diretamente das contas públicas, principalmente da área da saúde, em benefício próprio, de seus familiares, fornecedores pessoais e de empresas.
“Ela criava as contas com recursos de saúde. Para que os cheques fossem emitidos, precisava da assinatura da tesoureira e da secretaria. A secretaria não exime a responsabilidade de negligência, mas não identificamos que ela foi beneficiada. Então, pedi que fosse revogada a prisão temporária apenas dela”, diz o delegado da PF Cristiano de Pádua.
Os valores desviados eram ocultados em bens móveis e imóveis, além de financiar as empresas que foram abertas nas cidades de Jales e Santa Fé do Sul (SP), como lojas de roupas e de calçados.
A PF lacrou empresas de propriedade da tesoureira e seu marido, apreendeu veículos do casal e dos familiares da tesoureira e também a interditou um imóvel de luxo, construído e mobiliado na zona rural de Jales. A medida visa garantir que pelo menos parte dos valores desviados seja oportunamente revertida em benefício do município de Jales.
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