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Prefeitura demole barracos na Água Branca onde criança morreu em chuvas de março

A Prefeitura de São Paulo demoliu nesta quarta-feira (7) 168 barracos que estavam na beira de um córrego na Lapa, na Zona Sul da capital. A ação aconteceu

Prefeitura demole barracos na Água Branca onde criança morreu em chuvas de março
Prefeitura demole barracos na Água Branca onde criança morreu em chuvas de março

Redação Publicado em 08/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h12


Secretário de Habitação e prefeito regional viraram réus por improbidade administrativa.

A Prefeitura de São Paulo demoliu nesta quarta-feira (7) 168 barracos que estavam na beira de um córrego na Lapa, na Zona Sul da capital. A ação aconteceu dois dias depois de uma decisão da Justiça que tornou réus o secretário municipal de Habitação, Fernando Chucre, e o prefeito regional da Lapa, Carlos Eduardo Batista Fernandes, por improbidade administrativa devido à morte em março de uma criança que morava no local durante uma enchente.

O Ministério Público acusa os dois de omissão diante de decisão judicial que determinou a remoção de moradores em área de risco. Para o MP, a morte da menina de um ano se deu pelo não cumprimento da determinação de retirar as pessoas do local.

A Prefeitura afirmou que demoliu os barracos nesta quarta-feira em cumprimento à determinação da Justiça feita em dezembro do ano passado. Disse ainda que criou uma rede de atendimento emergencial e que as famílias podem se inscrever nos programas habitacionais.

Após a ação nesta quarta-feira, alguns moradores da antiga ocupação construíram barracos num terreno ao lado. Outros não conseguiram espaço, como Reginaldo Santos, que passou a noite com os três filhos debaixo de telhas apoiadas em um muro.

“A gente não tem casa, a gente tem família para cuidar. Morar na rua a gente não vai. A Prefeitura tem condições, ela tem terrenos vazios para colocar as famílias que precisam”, disse.

Em nota, a Secretaria da Habitação já havia dito que o local foi ocupado, desocupado e reocupado diversas vezes nos últimos anos. “Em março, 168 barracos foram interditados pela Defesa Civil. Durante esse período, os equipamentos socioassistenciais da Prefeitura sempre estiveram disponíveis para os moradores”, diz a nota.

“Todos os esclarecimentos sobre o caso foram prestados na defesa prévia apresentada no âmbito da ação judicial, no sentido de deixar claro que foram tomadas todas as ações administrativas cabíveis no âmbito de suas responsabilidades e competências”.

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