Uma nova política pública contra o racismo estrutural batizada de "São Paulo farol antirracista” foi lançada pela Prefeitura de São Paulo nesta segunda-feira
Redação Publicado em 30/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h53
Uma nova política pública contra o racismo estrutural batizada de “São Paulo farol antirracista” foi lançada pela Prefeitura de São Paulo nesta segunda-feira (30) com homenagem a Luís Gama.
Jornalista e primeiro advogado negro do Brasil, ele foi um grande defensor do combate ao racismo e ajudou a libertar mais de 500 escravos no século XIX.
Na prática, a Prefeitura promete ações educativas e de conscientização em escolas, além de instalar esculturas em pontos da cidade.
A coordenadora do projeto Adriana Vasconcellos acredita na importância do assunto se manter na pauta para atingir mais pessoas.
“Novamente, nós estamos acendendo este farol para que esse debate, que já existe, ele seja realmente mais aprofundado e que a gente consiga ter políticas públicas e consiga também mudar a cultura. Para a gente combater o racismo, não tem como se não for através da educação.”
A cerimônia de lançamento do projeto aconteceu na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) no Largo São Francisco, centro da capital. Neste mesmo local aconteceu um ato contra o racismo organizado pelos alunos este mês.
Um grupo de estudantes adesivou com nomes de negros algumas placas de ruas que, atualmente, homenageiam personalidades com histórico racista.
O nome de Jaqueline Góes de Jesus, por exemplo – biomédica que coordenou a equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do coronavírus no Brasil – foi colado na avenida Dr. Arnaldo.
O médico Arnaldo Vieira de Carvalho foi fundador e primeiro diretor da Faculdade de Medicina da USP, mas, segundo historiadores, ele também integrou a sociedade eugênica de São Paulo, que defendia o fim da mistura de raças.
Já a Rua Amâncio de Carvalho, na Vila Mariana, recebeu o nome de Jacinta Maria de Santana. Em 1900, o corpo dela foi embalsamado e exposto como curiosidade científica pelo próprio Amâncio de Carvalho. Na época, ele era professor de medicina legal na Faculdade de Direito da USP.
Em julho, outro grupo colocou fogo na estátua em homenagem a Borba Gato, em Santo Amaro, na Zona Sul. Bandeirantes como ele desbravaram territórios no interior do país, capturando, escravizando e assassinando indígenas e negros.
A secretária municipal de relações internacionais, Marta Suplicy, diz que o novo projeto da Prefeitura contra o racismo não foi criado sob a pressão dos protestos.
“Vem desde que eu aceitei ser secretária internacional, na conversa com o Bruno, que eu disse que São Paulo poderia ser um farol de combate ao racismo estrutural. Tudo que São Paulo faz, imediatamente, o Brasil avalia e segue.”
Mas para o especialista em racismo estrutural Dennis de Oliveira, o poder público só toma atitude depois da pressão da sociedade.
“Se não for a pressão o movimento social, as coisas não modificam. Assim foi a lei que criminaliza o racismo. Ações do movimento social, elas são muito importante porque elas vão desvendando o racismo e desmistificando essa ideia de que no Brasil vigora uma democracia racial.”
A Prefeitura também anunciou que a capital terá, entre os dias 19 e 22 de novembro deste ano, a primeira edição da “Expo consciência negra”, um evento sobre racismo estrutural, com colaboradores do Brasil e do exterior.
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G1
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