A prefeitura de Belford Roxo nomeou Juracy Alves Prudêncio, o Jura, acusado de comandar uma milícia, para um cargo comissionado na Secretaria municipal de
Redação Publicado em 07/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h06
A prefeitura de Belford Roxo nomeou Juracy Alves Prudêncio, o Jura, acusado de comandar uma milícia, para um cargo comissionado na Secretaria municipal de Defesa Civil e Ordem Urbana. Ex-sargento da PM, ele cumpre pena de 26 anos de prisão em regime semiaberto por associação criminosa e homicídio. Segundo duas sentenças, ele era chefe do Bonde do Jura, milícia acusada de uma série de homicídios.
Jura foi nomeado assessor de gabinete da secretaria no dia 1º de agosto de 2017. Três meses antes, o ex-PM conseguiu, na Justiça, passar do regime fechado para o semiaberto. Logo depois, pediu permissão à Vara de Execuções Penais (VEP) para trabalhar fora do cárcere como diretor de Departamento de Ordem Pública da prefeitura . A licença foi concedida em 12 de julho daquele ano.
De acordo com a decisão da juíza Cristina de Araújo Góes de Lajchter, Jura teria que cumprir “horário de trabalho das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, incluída uma hora de almoço, e sábados, das 9h às 14h, mediante controle de presença por folha de ponto, sendo autorizada a saída duas horas antes e o retorno duas horas após as atividades”.
Jura estava preso desde 2009, quando foi o principal alvo da Operação Descarrilamento, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que levou para a cadeia nove PMs.
Em 2008, Jura foi candidato a vereador de Nova Iguaçu pelo Partido Republicano Progressista (PRP). Com 9.335 votos, não conseguiu se eleger. De acordo com investigações, o ex-PM usou a estrutura da milícia para fazer a campanha.
A primeira vez que a Justiça condenou Jura foi em 2010, a quatro anos oito meses de prisão pelo crime de associação criminosa. Na ocasião, o juiz Marcos Augusto Ramos Peixoto, da 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, determinou a perda da função do então sargento. Ele foi expulso da PM.
Em 2014, Jura foi condenado a 22 anos por assassinato. Ele recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, sem sucesso.
A prefeitura de Belford Roxo alegou que Jura, apesar de ter sido nomeado, “nunca tomou posse, ficando, assim, sua nomeação sem efeito”. A administração do município informou que nunca pagou salários ao ex-PM. Ele não foi localizado para comentar o assunto.
iG
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