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Por ‘risco de impeachment’, Bolsonaro sinaliza que sancionará fundo eleitoral

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou, na noite desta quinta-feira (19), que sancionará o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões proposto no Orçamento de 2020,

Poder 360
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Redação Publicado em 20/12/2019, às 00h00 - Atualizado às 12h49


No início da manhã de quinta-feira, presidente disse que procurava ‘brecha’ para vetar o valor; entretanto, esse posicionamento mudou ao longo do dia

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou, na noite desta quinta-feira (19), que sancionará o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões proposto no Orçamento de 2020, alegando que, caso contrário, ele poderia ser enquadrado em crime de responsabilidade e sofrer um processo de impeachment. Pela manhã, o presidente havia dito que a tendência era vetar o valor.

Em transmissão ao vivo em uma rede social, Bolsonaro justificou que o artigo 85 da Constituição cita que são crimes de responsabilidade os atos do presidente da República que atentem contra a Constituição Federal, em especial contra o exercício de direitos políticos, individuais e sociais.

“O Congresso pode entender que eu, ao vetar (o fundo), atentei contra este dispositivo constitucional e instalar um processo de impeachment contra mim. E daí?”, disse o presidente .

Bolsonaro disse que se trata de “assunto extremamente delicado” e relatou que vem sendo pressionado a vetar. O presidente reafirmou que pessoalmente é contra o valor e “que não tem que ter dinheiro do fundo eleitoral para ninguém”. Segundo ele, o recurso atrapalha “a renovação política. ” Apesar disso, disse que a tendência é sancionar:

“Eu estou aguardando um parecer jurídico final, mas o preliminar é que eu tenho que sancionar. Deu para entender? Vocês querem que eu corra o risco do impeachment, tudo bem. A gente corre o risco de impeachment e veta”, disse.

Durante a live, Bolsonaro criticou o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que teria afirmado que o próprio presidente propôs os R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral no Orçamento. Em outro ataque a uma parlamentar, presidente disse que foi criticado “por uma gordinha de São Paulo”, mas não citou nome.

Ex-líder do governo no Congresso, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) postou um vídeo indicando que a proposta de R$ 2 bilhões partiu do governo. “Depois vem malandro dizer ‘infelizmente o texto passou e blá-blá-blá’. Ah, me poupe! Aliás, a orientação do governo Bolsonaro foi sim, a favor. Eu votei contra o fundão”, escreveu.

“Sou escravo da lei. Maldosamente tem uma gordinha lá de São Paulo, que está me criticando, uma gordinha. E tem um deputado. Vou falar o nome dele porque não é gordinho. Samuel Moreira está me criticando porque eu é que propus 2 bilhões. Deixo bem claro a você: está na lei esse fundo especial de campanha. E está na lei também o seu valor. Não tem um valor fixo, mas diz que não pode ser o inferior de dois anos atrás”, disse.

iG

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