A Polícia Civil de Araçatuba (SP) acredita que suspeitos presos nesta quinta-feira (28) durante a operação Homem de Ferro, que investiga o assalto a Protege
Redação Publicado em 28/06/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h54
A Polícia Civil de Araçatuba (SP) acredita que suspeitos presos nesta quinta-feira (28) durante a operação Homem de Ferro, que investiga o assalto a Protege na cidade, também tenham participado de outros crimes semelhantes em outros Estados e até no Paraguai.
Nesta quinta-feira, 22 pessoas foram presas durante a operação e 16 delas por mandados de prisão temporária, suspeitas de integrarem a quadrilha. Outras seis pessoas foram presas em flagrante.
“É uma quadrilha complexa e alguns integrantes comprovaram a participação em outros roubos. Até o modus operanti é parecido, utilizando carros blindados, queima de veículos em ruas para bloquear acessos, o armamento”, afirma o delegado de Araçatuba Antônio Paulo Natal.
Além das prisões, foram apreendidos sete quilos de maconha, 1,2 quilo de cocaína, quatro revólveres, uma pistola e uma espingarda. A polícia também apreendeu dinheiro com os suspeitos presos, totalizando R$ 45 mil.
Um dos presos é suspeito de ter matado o policial civil André Luís Ferro durante a ação. Ele foi preso em Rio Claro (SP) e, segundo a polícia, com ele foi encontrado R$ 30 mil. O nome da operação é uma referência ao super herói e também ao sobrenome do policial.
Segundo as investigações, dentre outros crimes que parte dessa quadrilha tenha participação estão roubos a banco ou empresas de valores em Uberaba (MG), Santos (SP), Rio Claro, Piracicaba (SP), Campinas e inclusive em Ciudad del Este, no Paraguai.
“A quadrilha utiliza células compartilhadas, e isso levantou a suspeita de estar envolvida em outros crimes. Células compartilhadas são quando a quadrilha tem uma equipe apenas para pegar carros blindados, outra apenas explode o local, outra equipe faz a contenção. Muitos deles não se conhecem, os chefes se conhecem, mas quem está abaixo dos chefes não se conhecem, e isso dificulta a investigação. Eles só se conhecem no dia do crime e voltam para suas cidades”, afirma o delegado.
De acordo com a Polícia Civil de Araçatuba, além de roubar empresas que transportam valores, a quadrilha também pratica outros crimes, como tráfico de drogas, assalto a bancos, roubo de cargas.
“Essa organização é perigosa e tem muito poder econômico por outros crimes, como roubo de banco, roubam carga todo dia em São Paulo. Então eles têm dinheiro para fazer uma ação como essa. Porque precisa de muito dinheiro para fazer um assalto desse porte”, diz.
O crime aconteceu em outubro do ano passado. Os criminosos agiram ao mesmo tempo em três locais de Araçatuba.
Parte da quadrilha foi para a empresa de valores e usou explosivos para entrar no prédio e abrir os cofres.
Enquanto isso, a dois quarteirões da Protege, ladrões atacaram a tiros a base da Polícia Militar. Eles também colocaram dois caminhões nas ruas em frente ao quartel e atearam fogo, bloqueando a entrada e a saída dos policiais. Os veículos explodiram e atingiram a rede de energia elétrica.
A quadrilha também fechou uma das entradas da cidade, usou um caminhão para bloquear a Rodovia Marechal Rondon.
Câmeras de segurança instaladas a poucas quadras da Protege registraram a ação dos ladrões. Eles usavam capacetes parecidos aos de soldados do Exército, além de colete e máscaras. Eles ameaçavam com fuzis os motoristas que passavam pelo local. Um dos criminosos chegou a atirar contra os veículos. Outro assaltante percebeu a câmera de segurança e também atirou, mas não conseguiu quebrar o equipamento.
Já na sede da empresa, os assaltantes explodiram tudo e utilizaram armamento pesado. Eles conseguiram levar R$ 10 milhões. O muro do prédio ficou destruído e as casas vizinhas também tiveram a estrutura danificada. A Defesa Civil interditou imóveis por causa do risco de desabamento, e os moradores precisaram sair.
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