A Polícia Federal abriu investigação para apurar uma suposta invasão a sistemas internos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por hackers, inclusive com
Redação Publicado em 09/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h57
A Polícia Federal abriu investigação para apurar uma suposta invasão a sistemas internos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por hackers, inclusive com acesso a um código digital usado para carregar a urna eletrônica com dados sobre candidatos e eleitores que votam em uma seção eleitoral.
A investigação foi pedida na última terça-feira (6) pela presidente da Corte, Rosa Weber, depois que o TSE recebeu e-mail do site TecMundo, especializado em notícias de tecnologia, com mensagens de hackers narrando como conseguiram invadir sistemas internos da Corte.
Além do inquérito na PF, o TSE também abriu uma sindicância interna para apurar o eventual envolvimento de funcionários ou colaboradores internos que possam ter facilitado a invasão.
Segundo o TecMundo, os invasores disseram ter conseguido acessar a intranet do TSE, obtendo informações privilegiadas e confidenciais, como troca de e-mails, envio de senhas para juízes, credenciais de acesso e também ao “Gedai-UE”.
Trata-se de um aplicativo instalado na urna “responsável por gerar os flashes de carga, de votação e mídias para a urna, além de receber e enviar as correspondências para os TREs [Tribunais Regionais Eleitorais]”, segundo a descrição oficial do programa.
Na prática, é o sistema que passa as informações sobre os candidatos aptos a serem votados numa determinada seção eleitoral, bem como dos eleitores habilitados a votar naquela urna.
Dentro do Gedai-UE, são gerados cartões de memória usados pelos técnicos dos TREs com as listas de listas de candidatos e eleitores, instaladas nas urnas a cada nova eleição.
Um dos hackers contou ao TecMundo ter conseguido acessar os sistemas internos por meio de vulnerabilidades em aplicações desenvolvidas pelo próprio TSE. Disse ter explorado a rede interna por meses, entrando em diferentes máquinas da Corte, com objetivo de compreender como funcionavam os sistemas de votação.
Disse ter conseguido “milhares de códigos-fontes, documentos sigilosos e até mesmo credenciais”, inclusive login de um dos ministros e do secretário de tecnologia do TSE.
Além das mensagens ao TSE, o TecMundo também encaminhou documentos obtidos pelos hackers, alguns deles exibidos em reportagem publicada no site no último dia 7.
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