Nesta semana, policiais da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) farão a reconstituição da morte do menino Danilo de Sousa Silva, de 7 anos,
Redação Publicado em 02/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h47
Nesta semana, policiais da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) farão a reconstituição da morte do menino Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, encontrado afogado na lama, a 100 metros de sua casa. O crime ocorreu no bairro Parque Santa Rita, em Goiânia. O padrasto do garoto, Reginaldo Lima Santos, de 33 anos, e o colega e servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira, de 18, estão presos pela suspeita do assassinato.
A reconstituição do crime vai traçar as últimas horas de vida do menino, a partir do momento em que ele saiu de casa com destino à residência da avó, o trajeto até a mata, como foi agredido, morto e deixado na lama.
De acordo com a Polícia Civil, o servente de pedreiro confessou o crime. Já Reginaldo nega ter matado o enteado.
A perícia aponta que Danilo foi asfixiado em lama, como explicou o gerente do Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, o médico legista Mário Eduardo Cruz. O corpo do menino estava no local entre sete e dez dias.
“A causa da morte a gente consegue precisar. Durante a necrópsia, nós encontramos presença de lama tanto na cavidade oral como na traqueia. Isso configura a mudança do meio respirável, então, asfixia por afogamento”, disse o médico.
A equipe da DIH ouvirá novas testemunhas durante o trabalho, incluindo pessoas que teriam presenciado toda a ação dos suspeitos. De acordo com o delegado Rilmo Braga, uma testemunha considerada fundamental para a investigação será mantida em absoluto sigilo, por ser um adolescente.
O padrasto é suspeito de ter dado pauladas e pisado na cabeça dele contra a lama, agressões que causaram a morte do menino, segundo a investigação. A testemunha adolescente diz que participação de Hian Alves no crime foi auxiliar Reginaldo durante a ação, em troca de uma moto e um carro.
Se forem condenados pela Justiça de Goiás, os dois podem responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver e as penas chegam a 33 anos de prisão.
Reginaldo Lima tem uma ficha é mais extensa – com crimes como ameaça, direção perigosa, lesão corporal, injúria, ato obsceno e tentativa de feminícidio contra a mãe de Danilo, Gracilene Almeida da Silva, em 2018. À época, a mulher estava grávida e foi esfaqueada pelo ele, que chegou a ser preso preventivamente.
O menino Danilo desapareceu no último dia 21 de julho. O corpo foi encontrado seis dias depois, a 100 metros da casa onde morava.
O delegado explica que o padrasto estava insatisfeito com a convivência com o menino e tinha aversão aos dois enteados. Ao todo, a família era composta por seis crianças, sendo que quatro eram fruto da relação de Reginaldo com a mulher.
O delegado Ernane Oliveira Cazer, que também atua no caso, descreveu a participação do colega do padrasto no crime. “O padrasto prometeu uma moto e um carro para Hian ajudá-lo. Ele, então, esperou o padrasto e o menino entrarem na mata e, depois, foi ao local para ajudar a segurar a criança, enquanto o padrasto machucava o menino, por pura maldade”.
Rilmo Braga explica que Hian, o colega, deu revelações que somente uma pessoa que esteve no local do crime poderia saber. “A outra testemunha, que está em sigilo, presenciou o adentramento dos suspeitos na mata”, disse o delegado.
IG
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