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Polícia Civil de SP nomeia 391 aprovados no concurso de 2017. Após espera de 5 anos, 44% não tomam posse

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Polícia Civil de SP nomeia 391 aprovados no concurso de 2017. Após espera de 5 anos, 44% não tomam posse
Polícia Civil de SP nomeia 391 aprovados no concurso de 2017. Após espera de 5 anos, 44% não tomam posse

Redação Publicado em 07/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 15h36


Dos 391 chamados para diversos cargos, somente 220 tomaram posse. Para Sindicato dos Delegados, demora e baixos salários afastam aprovados O Governo do Estado nomeou 391 aprovados no concurso de 2017 para tomar posse em diversos cargos na Polícia Civil em janeiro. Entretanto, somente 220 compareceram para assumir seus postos. No total, 44% dos nomeados não atenderam ao chamado para exercer as funções para as quais prestaram o concurso e foram aprovados.
Para o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), a demora de cinco anos entre a aprovação e a nomeação e os baixos salários pagos pelo Governo aos policiais são as principais causas de desistências.
“O número elevado de desistências demonstra claramente que a antes prestigiada carreira policial de São Paulo hoje perde alguns de seus melhores talentos para forças policiais de outros estados da federação”, avalia a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo (Sindpesp), Raquel Kobashi Gallinati. “Após aprovação em um exame extremamente concorrido e difícil, aqueles que seriam os futuros policiais civis paulistas foram colocados em uma espera de cinco anos. Nesse período, muito passaram também em concursos de outros estados, foram nomeados e já estão trabalhando”, explica a delegada.
Outras razões também explicam o desinteresse pelo ingresso na Polícia Civil paulista. São Paulo paga o pior salário do país para os delegados e as outras carreiras também estão entre as mais mal remuneradas entre todos os estados do Brasil.
A estrutura da Polícia Civil vem sendo desmontada e reduzida em recursos humanos e equipamentos e hoje faltam mais de 15 mil policiais civis em São Paulo, o que representa 36% da instituição.
Equipamentos obsoletos ou danificados, distritos policiais com estrutura comprometida e sobrecarga desumana de trabalho também fazem parte da rotina do delegado e das demais carreiras da Polícia Judiciária paulista.
“Esses candidatos deixam um recado claro: cada vez mais, a sociedade está atenta e não aceita o desmonte da Polícia Civil, que se agrava agora, na gestão João Dória”, completa Raquel.

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Com participação de Raquel Kobashi Gallinati

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