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Polícia apreendeu armas e celulares em esconderijo de Adriano da Nóbrega

O segredo para encontrar um dos principais nomes da lista da Interpol, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega , não é revelado pela polícia. No

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Redação Publicado em 10/02/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h13


Identidades falsas também foram encontradas. Chefe de milícia suspeito de ligação com caso Marille e fazia ligações apenas via wi-fi, para evitar grampos

O segredo para encontrar um dos principais nomes da lista da Interpol, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega , não é revelado pela polícia. No entanto, a apreensão de 13 celulares e sete cartões de chip, explica como o ex-militar conseguia se manter escondido sem ser rastreado. A Polícia Civil do Rio não tem praticamente conversas dele grampeadas, porque ele usava somente o sinal de wi-fi para fazer as ligações, além da constante troca de chips, de operadoras diferentes, geralmente, usados uma única vez. Como ex-policial da tropa de elite da PM, ele sabia muito bem como monitorar criminosos.

O ex-caveira também usava identidades falsas, como a deixada para trás no primeiro esconderijo estourado pelas polícias Civil do Rio e da Bahia, há uma semana, na Costa do Sauípe, também na Bahia. Segundo uma fonte da polícia, Adriano fugiu do local cinco minutos antes da chegada dos agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Bahia. Os investigadores descobriram que ele mantinha as janelas abertas para escapar, se a casa fosse invadida, o que acabou acontecendo. A escolha do imóvel, que tinha aluguel de R$ 1 mil, a diária, foi estratégica. A residência dava fundos para uma lagoa e o ex-miilitar fugiu pelo mangue.

No novo esconderijo, o sítio de Esplanada, a 170 quilômetros da capital Salvador, também foi encontrada uma carteira da Polícia Militar, com o nome de Adriano. A identidade era uma forma de o ex-PM passar por blitzes das polícias nas estradas. No local também foram encontrados emblemas do Bope, de onde ele é oriundo.

Na casa localizada na área rural, foram apreendidas quatro armas, todas ainda com a numeração que estavam em diversos cômodos da casa. Adriano foi morto após uma troca de tiros com agentes do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar da Bahia. O sítio possui 12 edificações, sendo que, na área principal, há quatro construções, entre elas a casa em que o ex-capitão estava.

A fazenda fica em um local ermo, conhecida como “entrada dos coqueiros” pelos moradores de Esplanada, região com diversas fazendas de alto padrão, inclusive de políticos.

Há cerca de um ano, capitão Adriano vinha sendo investigado e monitorado pela inteligência da Secretaria de Polícia Civil, que conseguiu chegar ao paradeiro dele na Bahia. Com apoio operacional do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar da Bahia, foi realizada uma ação com o uso de helicóptero.

Os investigadores da Polícia Civil e do Gaeco já sabem que Adriano lava dinheiro de negócios ilícitos com a pecuária. Adriano era visto, segundo testemunhas, sempre armado e, em algumas situações, andava a cavalo com uma pistola Glock na cintura e uma escopeta presa nas costas.

Segundo a polícia, Adriano era acusado de ser o chefe de um grupo criminoso formado por matadores de aluguel, que ficou conhecido como Escritório do Crime — investigado por suspeita de envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes . Ele era réu na Operação Intocáveis do Ministério Público do Rio (MP-RJ), que apura a milícia de Rio das Pedras.

iG
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