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Pokémon 25 anos: dez curiosidades da franquia

A franquia Pokémon celebra seu 25º aniversário em 2021, repleta de curiosidades ao longo da trajetória no mundo dos games e da cultura pop. Com o sucesso

Pokémon 25 anos: dez curiosidades da franquia
Pokémon 25 anos: dez curiosidades da franquia

Redação Publicado em 26/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h18


Pokémon 25 anos: dez curiosidades da franquia

A franquia Pokémon celebra seu 25º aniversário em 2021, repleta de curiosidades ao longo da trajetória no mundo dos games e da cultura pop. Com o sucesso espontâneo, fãs tiveram – e continuam tendo – as mais diferentes formas de curtir a franquia: animes, filmes, colecionáveis, produtos licenciados… Tudo isso abre espaço para uma seleta lista de fatos e dados interessantes que ocorreram e surgiram ao longo da história de Pokémon.

Vale lembrar que a própria inspiração para o desenvolvimento da franquia é curiosa por si só: Satoshi Tajiri, criador de Pokémon, colecionava pequenos insetos quando criança. Daí saiu a ideia de monstros de bolso, que em inglês pode ser traduzido como “Pocket Monsters”. Quando abreviado, o nome se transforma em Pokémon. No entanto, este foi só o começo de um curioso mundo onde humanos treinam criaturas com poderes únicos. Quando o assunto é Pokémon, curiosidades não faltam.

O primeiro Pokémon

É provável que muitos acreditem que Pikachu foi o primeiro Pokémon desenvolvido por seus criadores. Afinal, o ratinho amarelo é a cara da franquia em praticamente todos os formatos de mídia desde os anos 90. De parceiro de Ash Ketchum nos desenhos ao protagonismo no filme Detetive Pikachu, de 2019, o Pokémon elétrico certamente encabeça a lista dos queridinhos dos fãs ao redor do mundo. No entanto, um Pokémon menos carismático inaugurou a franquia. Segundo Ken Sugimori, um dos designers originais da primeira geração dos games Pokémon, o primeiro ser desenvolvido para a franquia foi Rhydon, um monstro bípede que mistura características de rinocerontes e dinossauros. Mesmo com o título de primeiro Pokémon criado, Rhydon aparece somente na 112ª posição da Pokédex, dispositivo conhecido na franquia por catalogar os monstrinhos. Já Pikachu aparece na 25ª posição.

Rhydon foi o primeiro Pokémon desenvolvido para a franquia — Foto: Reprodução/Ken Sugimori

Rhydon foi o primeiro Pokémon desenvolvido para a franquia — Foto: Reprodução/Ken Sugimori

Um aliado diferente

Há ainda outra curiosidade envolvendo o mascote da franquia. Assim como no mangá, que foi lançado meses antes do anime, Clefairy foi projetada para ser tanto mascote de Pokémon quanto o monstrinho inicial de Ashe no episódio piloto do desenho animado japonês. Mas, de última hora, o ratinho elétrico se tornou não só o grande aliado de Ash, como também o rosto que estampa a franquia Pokémon até hoje por ser considerado mais popular entre os fãs na época. Com o lançamento do anime, Pikachu ganhou ainda mais popularidade e também foi escolhido para ser o monstrinho inicial de jogadores em Pokémon Yellow, lançado em 1998 para o Game Boy. Como curiosidade adicional, é válido lembrar que, no mangá, Clefairy tem a habilidade de falar a língua dos humanos, ao invés de somente repetir o próprio nome Pokémon.

Clefairy estampa a capa da 1ª edição do mangá Pocket Monsters ao lado de Ash e Pikachu — Foto: Divulgação/Shogakukan

Clefairy estampa a capa da 1ª edição do mangá Pocket Monsters ao lado de Ash e Pikachu — Foto: Divulgação/Shogakukan

Mestre Pokémon brasileiro

Nem só de jogos de videogames e desenhos vive a franquia Pokémon. Ainda em 1996, primeiro ano de vida da franquia, o mundo viu de perto o lançamento de Pokémon Trading Card Game (Pokémon TCG), um jogo de cartas com os monstrinhos de bolso que também virou febre entre os fãs. O sucesso foi tão grande e gerou tanto interesse, que o cenário competitivo do jogo começou a surgir. Com a comunidade cada vez mais interessada e idealizando torneios independentes, a The Pokémon Company decidiu apostar em cenários competitivos de seus jogos. Mas foi somente em 2003 que a empresa decidiu criar um verdadeiro circuito competitivo e criou a divisão Play! Pokémon, que organiza até hoje eventos competitivos oficiais do jogo de cartas e de videogames em várias regiões do mundo, incluindo um campeonato mundial, que já teve um brasileiro campeão.

Em 14 de agosto de 2011, o brasileiro Gustavo Wada disputou e venceu a categoria Junior do Pokémon World Championship, o Campeonato Mundial de Pokémon TCG, que também tem as divisões Senior e Master. Além de ganhar produtos da série, um troféu e a possibilidade de disputar o Mundial de 2012, Gustavo ainda desembolsou US$ 7.500,00 (pouco mais de R$ 40.000,00 em conversão direta) em bolsa de estudos. Esta foi a primeira e única vez que um brasileiro venceu um Campeonato Mundial de Pokémon TCG, mas isso não significa que a carreira de Gustavo não seja repleta de outros feitos: além do Mundial e vários títulos regionais e nacionais, o jogador também foi campeão do Campeonato Internacional da Europa, em 2019. Também é interssante lembrar que outro brasileiro marcou o Campeonato Mundial de Pokémon TCG. Em 2016, Raphael Souto ficou em 4º lugar na categoria Senior do torneio.

Gustavo Wada foi Campeão Mundial da categoria Junior de Pokémon TCG, em 2011 — Foto: Reprodução/COPAG

Gustavo Wada foi Campeão Mundial da categoria Junior de Pokémon TCG, em 2011 — Foto: Reprodução/COPAG

Processo e arrependimento

Pokémon também é centro de algumas polêmicas e até processos judiciais. No início da década de 2000, o ilusionista israelence Uri Geller abriu um processo contra a Nintendo por causa das cartas do Pokémon Kadabra no game de cartas da franquia. Segundo o ilusionista, que ficou famoso por supostamente entortar colheres com o poder da mente, a gigante japonesa se inspirou nele para desenvolver Kadabra sem sua permissão – é válido lembrar que, além de entortar colheres, o nome do Pokémon psíquico no Japão é “Yungeller”, uma homenagem direta ao ilusionista israelense. Com a ação judicial em ação, a Nintendo precisou parar de imprimir as cartas do personagem em Pokémon Trading Card Game por vinte anos, fazendo com que a última aparição de Kadabra em Pokémon TCG acontecesse em agosto de 2002, como parte da expansão Skyridge do jogo. A carta, inclusive, foi banida do competitivo de Pokémon TCG. Mas o arrependimento falou mais alto em 2020. Através de uma publicação em suas redes sociais, Geller pediu desculpas e afirmou que retirou o processo e o banimento da carta, permitindo que a Nintendo fabrique as cartas do monstro psíquico novamente.

Kadabra enfim poderá voltar a Pokémon TCG após Uri Gueller retirar um processo contra a Nintendo — Foto: Reprodução/The Pokémon Company

Kadabra enfim poderá voltar a Pokémon TCG após Uri Gueller retirar um processo contra a Nintendo — Foto: Reprodução/The Pokémon Company

PokéBugs

O mundo dos games caminha de mãos dadas com possíveis bugs (jargão que se refere à falhas em softwares e jogos), e esse fato não é exceção para os jogos da franquia Pokémon. Um exemplo é a Glitch City, que faz com que os jogos Pokémon Red & Blue criem uma nova cidade do zero. O bug, descoberto pouco depois do lançamento do game, acontece quando jogadores iniciam o jogo dentro da Zona de Safari, tentam sair e selecionam o botão “Não”. Em seguida, ao entrar na Zona, é preciso salvar, reiniciar o jogo e dar quinhentos passos. Com isso, o game entenderá que o jogador ainda está na Zona de Safari e começará a misturar prédios e outros elementos dos cenários em um grande bug visual. Para sair da cidade distorcida, é preciso usar os movimentos Voar ou Teleportar.

Mas o bug mais conhecido e que é motivo de discussão entre os fãs da franquia até hoje é o famoso Pokémon “MissingNo” (número desconhecido, em tradução livre). Em Pokémon Red & Blue, jogadores podem dar de cara com um Pokémon em formato de “L” cheio de falhas visuais ao visitar a costa leste da Ilha Cinnabar. Além de batalhar e até capturar o bug do jogo, jogadores ganharão um bônus na sua lista de item, já que a quantidade do sexto item alocado na mochila aumenta para 128 unidades. No entanto, MissingNo pode causar alguns estragos, como falhas gráficas em todo o jogo, a galeria do Hall da Fama pode ser apagada acidentalmente e pode ser até que todo o progresso do game seja perdido. Outros bugs conhecidos da franquia acontecem em Pokémon Ruby & Sapphire, em que é possível usar a habilidade Surfe na terra; e em Pokémon Diamond & Pearl, com o “bug do vazio”, que faz com que jogadores ultrapassem os limites de mapa e caminhem em um chão completamente escuro.

Um MissingNo, famoso bug de Pokémong Red & Blue, aparece — Foto: Reprodução/GameFreak/Nintendo

Um MissingNo, famoso bug de Pokémong Red & Blue, aparece — Foto: Reprodução/GameFreak/Nintendo

Parque de Diversões

A franquia Pokémon ganhou uma novidade interessante em 2020: a Universal Studios começou os preparativos para inaugurar um parque temático da Nintendo em Orlando, Flórida, que incluirá atrações de Mario e, claro, Pokémon. As atrações só ficarão prontas em 2023, mas é curioso lembrar que este não será o primeiro parque Pokémon da história. Em 2005, a Nintendo inaugurou o PokéPark, um parque de diversões da franquia de monstrinhos de bolso com 16 atrações diferentes, incluindo uma roda-gigante com cabines no formato de Pokébolas, uma montanha-russa de Rayquaza, restaurantes e até uma boate. A entrada ao parque temático era gratuita, mas era preciso pagar para acessar as atrações. Mais curioso ainda é que o PokéPark foi temporário: inaugurado originalmente na cidade de Aichi, no Japão, o parque ficou aberto entre março e setembro de 2005. Após encerrar as atividades em solo japonês, a Nintendo levou as mesmas atrações para Taiwan entre junho e setembro de 2006 antes de fechá-lo completamente.

Vista do PokéPark, o primeiro parque temático da franquia — Foto: Reprodução/Wikipedia

Vista do PokéPark, o primeiro parque temático da franquia — Foto: Reprodução/Wikipedia

Pokémon GO

Julho de 2016 marcou mais um curioso capítulo na história da franquia: em colaboração tripla, Nintendo, The Pokémon Company e Niantic lançaram o jogo Pokémon GO para dispositivos Android e iOS. O game, que mistura realidade aumentada das câmeras e a localização de dispositivos móveis em tempo real, foi um sucesso absoluto logo em seu lançamento, fator que rendeu várias histórias nos últimos anos. Em certo ponto, o game foi mais baixado em dispositivos Android do que aplicativos de relacionamento, fato que resultou em 60% de usuários norte-americanos passando mais tempo caçando Pokémon em vez de trocar mensagens com outras pessoas para paquerar. Mas o mais curioso sobre o game mobile é a sua receita: só em 2020, Pokémon GO arrecadou mais de US$ 1 bilhão de acordo com a firma analítica Sensor Tower, valor que representa pouco mais de R$ 5 bilhões em conversão direta. Desde seu lançamento, o game já bateu a marca de US$ 4 bilhões (R$ 21.607 bilhões em conversão atual) em receita ao redor do mundo através de microtransações.

Pokémon GO ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em arrecadação em 2020 — Foto: Reprodução/Sensor Tower

Pokémon GO ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em arrecadação em 2020 — Foto: Reprodução/Sensor Tower

Conexões com Naruto

Pokémon e Naruto dividem uma mitológica curiosidade: Kitsune, a raposa de nove caudas da mitologia japonesa. Presente desde a primeira geração de monstrinhos, o Pokémon Ninetales (nove caudas, em tradução livre) se inspira no visual do mito da raposa japonesa, enquanto Naruto aborda a mitologia de uma forma mais completa, já que a raposa de nove caudas é tratada como uma entidade mitológica, é selada dentro do corpo do personagem e divide opiniões quanto suas intenções – assim como no folclore japonês. E esta não é a única conexão entre Pokémon e Naruto: no episódio 129 do anime Pokémon: Sun & Moon, que foi ao ar em 2019, fãs conheceram Boruto, um Pikachu de personalidade alegre e cabelos iguais aos do também Boruto, filho de Naruto e protagonista de Boruto: Naruto Next Generations.

Easter egg de Boruto em Pokémon: Sun & Moon — Foto: Reprodução/Reddit

Easter egg de Boruto em Pokémon: Sun & Moon — Foto: Reprodução/Reddit

O fim

A segunda geração de Pokémon é considerada por muitos o ponto mais alto de toda a franquia. Além de implementar novas mecânicas nos games Gold & Silver, lançados em 1999, a segunda geração adicionou 100 novos monstrinhos à franquia. Mas poucos sabem que a segunda geração foi projetada para ser o fim da série Pokémon. A informação foi revelada por Tsunekazu Ishihara, presidente da The Pokémon Company, em 2010, durante uma entrevista ao falecido presidente da Nintendo, Satoru Iwata. De acordo com sua declaração, Ishihara não planejava desenvolver mais games da franquia porque acreditava que ia fazer algo completamente diferente no começo do Século 21. Os planos mudaram após o grande sucesso dos jogos, que atualmente está na oitava geração de monstrinhos.

A franquia quase acabou após os lançamentos de Pokémon Gold & Silver  — Foto: Divulgação/Nintendo

A franquia quase acabou após os lançamentos de Pokémon Gold & Silver — Foto: Divulgação/Nintendo

A maior franquia da história

O sucesso Pokémon é indiscutível não só no mundo dos games e animes, mas em todas as formas midiáticas em que está inserida. Antes mesmo de completar 25 anos, Pokémon se tornou a franquia de mídias mais lucrativa da história ao ultrapassar a marca de US$ 90 bilhões de valor de mercado em 2019, pouco mais de R$ 486 bilhões segundo a cotação da moeda americana atual. Nem mesmo franquias como Star Wars e Marvel conseguiram tirar os monstrinhos de bolso do topo. Com seu 25º aniversário se aproximando, é fácil imaginar que essa liderança fique ainda mais folgada com possíveis novos lançamentos de jogos e outros tipos de produtos.

Pokémon já lucrou mais de US$ 90 bilhões em 24 anos de franquia — Foto: Reprodução/Wallpaperplay

Pokémon já lucrou mais de US$ 90 bilhões em 24 anos de franquia — Foto: Reprodução/Wallpaperplay

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