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PGL Major Stockholm: “Ir aos playoffs seria um sonho”, diz Lucaozy

Lucas "Lucaozy" demorou para entender que está prestes a jogar um major. Uma das principais peças da Sharks na classificação para o PGL Major Stockholm, o

PGL Major Stockholm: “Ir aos playoffs seria um sonho”, diz Lucaozy
PGL Major Stockholm: “Ir aos playoffs seria um sonho”, diz Lucaozy

Redação Publicado em 21/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h14


Jogador falou sobre trajetória da Sharks até o mundial e disse estar confiante em boa campanha

Lucas “Lucaozy” demorou para entender que está prestes a jogar um major. Uma das principais peças da Sharks na classificação para o PGL Major Stockholm, o próximo mundial de Counter-Strike: Global Offensive, o jogador contou que viu um filme passar na cabeça depois de vencer o MIBR na repescagem da IEM Fall e carimbar a vaga.

— Senti muita coisa, mas a ficha demorou para cair. Quando ganhamos o jogo, pensei na minha trajetória, em tudo que rolou, mas a ficha não caia. Acho que quando chegamos aqui [na Europa], começamos a treinar, fizemos os stickers, foi que a ficha caiu. Na hora fiquei meio em choque, mas com o passar dos dias fui me acostumando — afirmou Lucaozy em entrevista ao ge.

lucaozy, jogador de CS:GO da Sharks — Foto: Divulgação

lucaozy, jogador de CS:GO da Sharks — Foto: Divulgação

Apesar da magnitude do campeonato, Lucaozy garantiu que está tranquilo. O jogador viajou até Lisboa, em Portugal, para iniciar os treinamentos com a Sharks antes de embarcar para Estocolmo, capital da Suécia, e disputar o major, que começa na próxima terça-feira.

— Estou bem tranquilo, acho que esses campeonatos que entramos como azarões, mesmo sendo um major, ficamos mais tranquilos no servidor. Nos campeonatos que temos a responsabilidade de ganhar, nós ficamos mais nervosos. Estamos indo para fazer o melhor trabalho possível, não queremos ir lá pra ficar 0-3, queremos fazer o melhor possível e, se não for dessa vez, vai ser da próxima — garantiu.

Tamanha confiança, de acordo com Lucaozy, vem dos bons resultados que a equipe tem conseguido nos treinos.

— Treinamos todos os dias com times tier 1, temos resultados muito bons. Estar jogando contra os caras, jogando bem, fazendo bons mapas te dá muita confiança, não tem como — contou.

De desconfiados a classificados

A Sharks conseguiu a vaga no major depois de terminar o Regional Major Ranking (RMR) sul-americano na primeira colocação. Apesar de não ter vencido nenhum dos três eventos, a equipe foi vice em todos eles e, depois de vencer o MIBR num confronto decisivo da IEM Fall, chegou ao mundial.

Lucaozy afirmou que, antes do CBCS Elite League, o primeiro evento RMR, a possibilidade de classificação era remota na cabeça dos jogadores. Na época, a equipe perdeu Raphael “exit” para os rivais e viu Filipe “pancc” retornar da suspensão.

— Estávamos treinando em Belgrado e discutindo se valia a pena voltar para o Brasil jogar, porque não teríamos chance nenhuma, não tínhamos preparo o suficiente, e estávamos pensando em ficar por lá e não jogar, era 90% de chance de isso acontecer. Aí o pancc chegou e treinamos uma semana, os treinos foram muito bons e aí decidimos voltar. Queríamos vir nem que fosse para ser só uma pedra no sapato. A gente não acreditava que tínhamos chance de chegar tão longe — contou.

realziN, pancc, jnt, Lucaozy, zevy - o time de CS:GO da Sharks — Foto: Divulgação/Sharks

realziN, pancc, jnt, Lucaozy, zevy – o time de CS:GO da Sharks — Foto: Divulgação/Sharks

Para a segunda edição do CBCS Elite League, Lucaozy lembra que a preparação foi intensa. Como ainda não havia confirmação de um terceiro evento RMR, o time via naquele campeonato a única chance de ir ao mundial.

— Treinamos muito, focamos muito no jogo, ganhamos do MIBR [na semifinal] e já bateu um alívio. Parecia que nossa final tinha sido contra o MIBR e não contra a Bravos. Comemoramos muito, mas não tínhamos ganhado nada ainda, acho que foi o nosso erro. Estávamos com a faca e o queijo na mão [para ganhar], sem desmerecer a Bravos, que estava jogando bem. Achamos que tínhamos deixado a chance [de ir ao major] escapar — afirmou.

O terceiro evento, porém, foi confirmado em agosto e a Sharks conseguiu superar o MIBR na liderança do ranking, levando a única vaga da região no mundial.

— Mesmo não tendo ganhado nenhum dos RMRs, acho que fomos o melhor time, o mais constante. Nesse terceiro, a gente já estava muito confiante, sabia que a pressa era do MIBR. O time deles é o do investimento milionário, que tem a missão de ganhar no Brasil. A gente sabia que tínhamos o nível para ganhar deles e sabíamos que a pressão ia ser grande, era vida ou morte pra eles — relembrou.

Sonhando alto

Lucaozy acredita que a Sharks chega ao major em seu melhor momento “dentro e fora do servidor”. O jogador relembrou o primeiro semestre e disse que os vices ajudaram a deixar o time mais preparado.

— Nos campeonatos que ficamos em segundo lugar, o que faltou pra gente foi calma. Querendo ou não, somos um time com jogadores jovens, como eu e zevy. No começo do ano sentíamos um pouco de pressão para fechar jogos e acho que esses vices nos ensinaram muito, fizeram nós focarmos nos detalhes, não se importar tanto com o resultado — explicou.

Com essa confiança em alta, Lucaozy acredita que a Sharks conseguirá fazer um bom major. A equipe, inclusive, já conhece sua primeira rival: a mouz, uma das favoritas da fase Challengers. O duelo acontece na terça-feira, às 8h45.

— Somos azarões contra eles, não tem como falar outra coisa, porém tem muitos times que acredito que estamos no mesmo nível e dá pra ganhar. Da mouz também dá, é uma md1, são muitos detalhes. Se entramos bem, ganhando pistol, primeiro armado, dá pra vencer. Tem muitos times ali que treinamos contra e o jogo encaixa bem. Estou confiante. Sei que não temos a pressão de ganhar, mas estamos confiantes, não estamos indo para tomar um pau, tomar um 0-3 e voltar — contou.

O formato da competição, de acordo com o jogador, pede atenção aos detalhes.

— Na md1 vamos ter uma ideia de mapas que vamos jogar, então vamos ver algumas coisas deles, tendências, alguns gatilhos. É jogar contra isso, mas também fazer o nosso jogo. Temos mandado muito bem nos treinos, então não podemos fugir muito do que estamos fazendo. É prestar atenção no jogo, nos detalhes, porque uma md1 [se decide nos detalhes]. Não podemos dar mole, precisamos aproveitar todas as chances que tivermos contra eles — completou.

Lucaozy, jogador de CS:GO da Sharks — Foto: Divulgação/Sharks

Lucaozy, jogador de CS:GO da Sharks — Foto: Divulgação/Sharks

Focado, Lucaozy tem os objetivos bem definidos. O primeiro é chegar até a segunda fase do mundial – para isso, a Sharks precisa terminar o Challengers Stage entre as oito primeiras classificadas.

— Ir para o Legends já é algo absurdo. Tem times como Astralis, Heroic, mouz, Virtus.pro no Challengers. São muitos times bons, então acho que ir para o Legends já seria incrível — afirmou.

E, dali, o céu é o limite. Apesar do foco estar sempre na taça, Lucaozy garante que jogar na presença do público na Avicii Arena seria uma conquista e tanto.

— Ir aos playoffs seria um sonho. São muitos times bons, que treinam aqui há tanto tempo. Mas, se virarmos Legends, já vamos ficar felizes — garantiu.

Confiante e iluminado

Com pouco mais de dois anos de carreira profissional, Lucaozy sempre teve uma característica marcante nos times que defendeu. Mesmo mantendo boa performance e tendo ótimos números, o jogador nunca foi visto como o “cara” da equipe – foi assim na Reapers com Matheus “brutt”, na DETONA com Vinicius “vsm”, e na Sharks com Romeu “zevy”. Lucaozy disse que não se preocupa com os holofotes.

— Eu lido bem com isso. Não sou um jogador de trabalhar muito as mídias, e acho que isso pode me prejudicar um pouco. Não gosto de surfar no hype, prefiro fazer meu trabalho quietinho, e sempre tive a sorte de jogar com jogadores muito bons, que por mérito próprio brilharam. Me sinto bem fazendo o meu trabalho.

— Eu sempre fui muito confiante no meu jogo, acho que estou numa crescente desde que entrei na Sharks. Me sinto muito bem jogando, estou muito confiante e acho que tenho um estilo de jogo que pode surpreender muito. Estou muito confiante. Eu não foco muito nas premiações, acho que se eu fizer meu trabalho bem, isso vai ser consequência. Continuo fazendo o que fazia na DETONA, na Reapers, continuo fazendo o meu, trabalhando e as coisas estão vindo. Acho que esse é o caminho — completou.

Falando em brutt, Lucaozy, que dedicou a vaga no mundial ao amigo, disse que se sente iluminado – e que vai lembrar do ex-companheiro daqui até o fim da carreira.

— Antes de todo campeonato eu lembro do bruttin. Não sei explicar, mas parece que ele está muito presente na minha carreira. Desde que aconteceu isso com o brutt, parece que tem alguma coisa iluminando o meu caminho, que não me deixa desistir. Se não fosse o brutt eu nem estaria jogando CS hoje. Eu não tinha vontade de ser jogador profissional e foi ele que me chamou para Reapers, me fez gostar do jogo e me fez focar. Ele foi muito importante para mim e com certeza levo e vou levar ele para todos os lugares onde for — finalizou.

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Globo Esporte
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